Biblioteca Belmonte recebe o "7º Encontros de Escritores cordelistas"
A literatura percorreu diversos caminhos até alcançar as grandes civilizações. Dos papiros às cópias secretas feitas pelos monges, a necessidade de registrar informações sempre esteve ligada diretamente com a “fome” humana por expressar ideias. Fazer desse bem cultural tema de debate e reflexão é o que busca o “7º encontro de Escritores cordelistas”, que acontece na Biblioteca Belmonte, a partir das 19h.
Para ressaltar ainda mais a riqueza típica das páginas dos cordéis, o poeta João Gomes reproduz o clássico “Alice no país das maravilhas”, no dia 24 de março. Sob a ótica da literatura tradicional nordestina, a Alice de João irá partir da estética estrangeira e se adaptar aos elementos do cordel que serão apresentados e analisados na noite do encontro.
O cordel
Ainda que no início os textos tendessem sempre para a linguagem erudita, a voz do povo, munida de oralidade, também reclamava seu espaço nas letras. Entre os séculos XVII e XVIII, peregrinos europeus eternizavam suas aventuras nas páginas rústicas de uma das primeiras formas de literatura popular: o cordel.
Ilustrados através de xilogravura, as poesias ganharam notoriedade em Portugal, onde eram estendidas em cordões e ficavam à disposição das pessoas. Ruas, mercados e lojas ganhavam um “ar” diferente com as cores e desenhos dos cordéis.
Com entrada Catraca Livre, o público confere a versão em cordel do clássico "Alice no país das maravilhas"
Os folhetos chegaram no Brasil durante o século XVIII e ganharam destaque nas regiões nordeste e sul, onde a cultura popular era mais forte. Com sua forma peculiar e própria de narrar histórias, estórias, lendas, fábulas e abordar astrologia e gastronomia sem se preocupar com regras científicas, o cordel se tornou morada da voz que vinha diretamente do povo. Heróis, criaturas mágicas, acontecimentos políticos, milagres, todos eles alimentam o universo dos escritores.
Um dos grandes pesquisadores da cultura popular, o teatrólogo e romancista Ariano Suassuna, conseguiu representar em sua obra, Auto da Compadecida, a tradição oral do povo nordestino com os personagens João Grilo e Chicó. Durante as aventuras e mentiras, cada um conta sua estória e enriquece a tradição da pequena vila no sertão.
Fonte: catracalivre.folha.uol.com.br
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