CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



domingo, 30 de setembro de 2018

Patrimônio imaterial do Brasil, literatura de cordel ajuda cidadão a compreender leis

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional incluiu a literatura de cordel na lista de patrimônio imaterial do Brasil. É uma forma de valorização e proteção dos saberes, ofícios e formas de expressão coletiva
Divulgação
Literatura de cordel - Lei Maria da Penha
Mais novo patrimônio imaterial do Brasil, a literatura de cordel tem sido instrumento de conscientização e cidadania na difusão de propostas aprovadas na Câmara dos Deputados. Versos populares – em sextilhas, martelo agalopado, meia quadra ou em outras métricas – já ajudaram, por exemplo, a popularizar a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
O cordelista cearense Tião Simpatia usou essa arte para divulgar os principais pontos da lei de combate à violência contra a mulher:
"Segundo o artigo quinto, esses tipos de violência / Dão-se em diversos âmbitos. / Porém, é na residência / Que a violência doméstica tem sua maior incidência. / E quem pode ser enquadrado como agente agressor? / Marido ou companheiro, namorado ou ex-amor. / No caso de uma doméstica, pode ser o empregador."
A tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC 478/10) que reconheceu uma série de direitos trabalhistas para as domésticas também mereceu versos em forma de cordel:
"Ser doméstica, ninguém sabe, / Mas não é fácil esse papel, não. / Doméstica tem que sonhar".
Tradição
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) incluiu, no último dia 13 de setembro, a literatura de cordel na lista de patrimônio imaterial do Brasil. É uma forma de valorização e proteção dos saberes, ofícios e formas de expressão coletiva.

Integrante da Comissão de Cultura da Câmara, o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), elogiou a iniciativa. "A cultura dos trovadores da Europa medieval se transfere para o Nordeste ressequido de uma maneira muita aclimatada a uma gente simples, que não teve oportunidade da cultura clássica e acadêmica. É uma grande homenagem à cultura popular, à alma brasileira", declarou.
A tradição europeia de contos populares rimados – impressos em papel simples e pendurados em cordas para venda – se enraizou no Nordeste brasileiro ainda no século 19. O paraibano Leandro Gomes de Barros e o sergipano João Martins de Athayde estão entre os pioneiros.
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Desde 1988, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, sediada no Rio de Janeiro, acompanha o amadurecimento dessa arte. O presidente da ABLC, o cearense Gonçalo Ferreira da Silva, afirma que a temática – antes restrita ao cotidiano nordestino e a personagens como Padre Cícero e o cangaceiro Lampião – tem sido atualizada, sem deixar a tradição de lado.
"Desde a chegada ao Brasil, com os colonizadores portugueses, a literatura de cordel começou um percurso lento, desorganizado e engatinhando. Ganhou um sabor brasileiro, nosso. A literatura de cordel abrange toda a área do conhecimento humano e os últimos acontecimentos de natureza política e social", diz o presidente da ABLC.
Temas atuais
Em 2011, a Rádio Câmara entrevistou o cordelista João Firmino Cabral em pleno Mercado Popular de Aracaju (SE). Então com 71 anos de idade, ele falava, em forma de versos, das preocupações em torno das mudanças climáticas e da ação danosa do homem sobre a natureza, principalmente na Amazônia:

"Toda a Floresta Amazônica está muito devastada / Por madeireiros perversos e também muita queimada. / Os animais sumindo, as aves diminuindo / A vida está complicada. / Se os animais falassem, diriam aos predadores / Não matem nossos parentes, escutem nossos clamores. / Não sejam tão homicidas pois nós também temos vidas e também sentimos dores".
Orgulhoso do ofício de cordelista, João Firmino Cabral ocupou a cadeira 36 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel até sua morte, em fevereiro de 2013. Os livrinhos dele e de milhares de cordelistas continuam sendo vendidos em feiras, bancas de jornais e mercados populares.
A internet e as redes sociais – como o YouTube – também ajudam a manter essa arte centenária antenada com a atualidade. Em período eleitoral, por exemplo, o cordelista Hugo Tavares Dutra costuma entoar os versos de seu livrinho "Votar é um nó", com referências à Lei da Ficha Limpa (LC 135/10):
"Ficha limpa, ficha suja: diz aí quem vai julgar / Quem é quem nesse processo desse nó que é votar. / Eleito e eleitor: quem é que vai decifrar / Quem é pedra ou vidraça nesse será que será".
As profissões de cordelista e repentista estão regulamentadas desde 2010. A Lei 12.198/10 surgiu de uma proposta (PL 613/07) do deputado André de Paula (PSD-PE).
Reportagem – José Carlos Oliveira

Edição – Pierre Triboli



Fonte:  http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias

sábado, 29 de setembro de 2018

Livro de Cordel a " Profecia " será lançado em Inhambupe (BA)

Por Ronaldo Leite / RL News - O escritor cordelista Antônio Batista lançara seu novo trabalho no próximo sábado dia 29.   O evento de lançamento será no Centro de Convenções e Cultura, em Inhambupe, com entrada gratuita.

O livro intitulado de “Profecia”  tem conteúdo de literatura de cordel e todos estão convidados.

Segundo informações, Antônio levou a maior parte de sua vida trabalhando na lavoura, e por isso teve dificuldade de ir à escola, começando a ler e escrever com seus familiares dentro de casa.

Aos 61 anos ingressou no projeto EJA - Educação de Jovens e Adultos, conseguindo  evoluir seu aprendizado na leitura e escrita.

Em 2014 teve a honra de lançar o seu primeiro livro e cd de literatura de cordel "O Sonho de Antônio".

Fonte:http://www.ronaldoleitenews.com.br/2018/09/livro-de-cordel-profecia-sera-lancado.html

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Regina Sousa quer que literatura de cordel seja ensino obrigatório (Brasil)


Na última quarta-feira (19), a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

VITOR FERNANDES
DE TERESINA
22/09/2018  09h00 - atualizado 09h01

A literatura de cordel pode se tornar tema obrigatório dos currículos da educação básica. É o que determina o projeto PLS 136/2018) apresentado pela senadora Regina Sousa (PT-PI). Na última quarta-feira (19), a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. O título foi concedido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Regina Sousa.
Foto: Reprodução/Facebook
Senadora Regina Sousa.

Apesar de ter começado no Norte e no Nordeste do país, o cordel hoje é disseminado por todo o Brasil, principalmente por causa do processo de migração de populações. Hoje, circula com maior intensidade na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Em todos estes estados é possível encontrar esta expressão cultural, que revela o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas acerca dos acontecimentos vividos ou imaginados.

“O cangaço, a seca, o coronelismo político são temas recorrentes da literatura de cordel, que vem sendo cada vez mais estudada e venerada como gênero rico e de grande relevância para a constituição da identidade cultural brasileira. É difícil conhecer um brasileiro que não tenha tido contato com o cordel, em algum momento da vida”, diz Regina Sousa.

“Para mim estudar o cordel e repente na escola significa ter contato como o mundo da poesia a partir do cotidiano, com uma carga de significado que dificilmente outra forma literária tem no Brasil, especialmente no nosso Nordeste, onde o cordel é a porta de entrada para o mundo da literatura e pode ser o mote para criação de ato de leitura para milhões de brasileiros”, continua a senadora.

O projeto está na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado e possui parecer favorável do senador Paulo Paim (PT-RS). Se aprovado, poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados.
Fonte: https://www.viagora.com.br




quarta-feira, 26 de setembro de 2018

De Padre Cícero a Lula, nosso cordel faz história


Peço perdão aos fervorosos, mas desconfio que, se não fosse pela literatura de cordel, não falaríamos ainda hoje de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero. Da mesma maneira, Lampião e Maria Bonita já teriam caído no esquecimento sem o verso dos cordelistas, a voz dos declamadores e o entalhe dos xilogravuristas.

Por André Cintra, especial para o Portal Vermelho



Tanto o lendário casal cangaceiro quanto o carismático sacerdote cearense morreram na década de 1930 – mas continuam a inspirar um dos gêneros literários mais populares do País. Ao mesmo tempo, um gênero-gueto. Não à toa, a comunidade cordelista, esnobada pela aristocrática e mofada Academia Brasileira de Letras, resolveu se virar por conta e criou a Academia Brasileira de Literatura de Cordel. A data de fundação: 7 de setembro de 1988. Foi no Dia da Independência e foi no centenário da Abolição.

Independente e livre, sim. Mas fiel aos fatos? Nem tanto. Por que levar uma história de cordel ao pé da letra se, volta e meia, os autores se fiam mais no imaginário popular do que na realidade? É como se a literatura de cordel seguisse à risca a frase com que o velho editor Dutton Peabody (Edmond O'Brien) define o Velho Oeste num dos melhores faroestes de John Ford: “Quando a lenda precede os fatos, publique-se a lenda”.

Não que a vida real das figuras citadas acima seja desinteressante. Que o diga quem leu “Padre Cícero – Poder, Fé e Guerra no Sertão”, de Lira Neto, talvez nosso melhor biógrafo desde Fernando Morais e Ruy Castro. Ou quem foi às páginas do recém-lançado “Maria Bonita – Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço”, da jornalista Adriana Negreiros, que conta a saga cangaceira pela ótica das mulheres. São dois livraços que dão gosto de ler – mas convém adiantar que uns 80% dos mitos em torno dos biografados caem por terra.

E daí? Daí que nem por isso tais livros põem em xeque o valor histórico e cultural dos milhares de cordéis sobre os milagres atribuídos a Padim Ciço ou os supostos feitos do rei e da rainha do cangaço. Ainda que preponderante nas regiões Nordeste e Norte, o cordel é uma expressão brasileira por excelência justamente por seu vínculo com o que há de mais genuíno nos relatos e na criatividade do povo.

Na quarta-feira (19), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) – concebido por Mário de Andrade nos mesmos anos 30 em que Padre Cícero, Lampião e Maria Bonita faleceram – divulgou uma notícia aguardada havia décadas: “Poetas, declamadores, editores, ilustradores, desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores e folheteiros (como são conhecidos os vendedores de livros) já podem comemorar,
 pois agora a Literatura de Cordel é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro”.

Chega de gueto!

De tempos em tempos, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel faz o ranking de seus personagens mais versejados, declamados, desenhados e xilogravados. Já faz 30 anos que os três primeiros da lista – Padre Cícero, Lampião e Frei Damião, nesta ordem – não mudam. Outros três nomes – Antônio Conselheiro, Getúlio Vargas e 
Lula – disputam as posições seguintes.

Não é preciso gostar de cordel, nem ser eleitor do 13 ou do 65, para deduzir que, mais anos, menos anos, 
Lula pode passar um a um de seus concorrentes. Talvez o Brasil, em tempo de eleição, demande justamente uma realidade que se aproxime dos anseios e dos valores emanados nas narrativas da literatura de cordel.

Até porque, tardanças à parte, o título de “patrimônio cultural imaterial” chegou em ótima hora. Seja com 
Lula livre, seja com Fernando Haddad presidente e Manuela D’Ávila vice, não há de faltar matéria-prima para idealizar um novo Brasil e vislumbrar inúmeros novos cordéis.

*André Cintra é jornalista.


Fonte: http://www.vermelho.org.br

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Patrimônio Cultural, literatura de cordel é celebrada na Feira de São Cristóvão (RJ)

O cordelista Manoel Santa Maria aprendeu a ler com a literatura de cordel

Felipe Grinberg
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Manoel Santa Maria é mineiro e tem 76 anos. Victor Alvim, ou Lobisomem, é carioca e tem 44 anos. Apesar da diferença de perfis há uma paixão que os une: a literatura de cordel. Nesta semana, o IPHAN a tornou Patrimônio Cultural do Brasil.
Manoel conheceu o cordel através de seu pai, que mesmo analfabeto incentivava o filho a ler os folhetins que comprava dos caminhoneiros nordestinos que estavam de passagem pela cidade pois iam levar suas mercadorias para São Paulo. Este não foi somente seu primeiro contado com as palavras, mas também com a história:
— Foi o cordel que me trouxe a cultura geral. Foi através dele que eu conheci as histórias europeias, como as de Carlos Magno e os Doze Passos de França.
Com mais de 60 anos envolvido com a literatura de cordel, Manoel se emocionou ao descobrir que sua arte havia se tornado patrimônio cultural. Para o anúncio oficial, criou pequeno poema em homenagem a todos os cordelistas:


— Salve, salve! Viva, viva! A nossa literatura de cordel sendo elevada a mais imponente altura. Do bem imaterial, expoente da cultura.
Já o carioca Victor Alves conheceu os poemas após muito pesquisar sobre a cultura brasileira. Aos 20 anos começou na arte de lutar capoeira, o que levou a buscar mais sobre os movimentos artísticos do país. Ao descobrir a literatura de cordel, se encantou. O “Lobisomem”, apelido que ganhou na capoeira, levou quase 10 anos para recitar seu primeiro poema. Para ele, tornar esse estilo de poema patrimônio imaterial, é reconhecer as várias facetas do cordel:
— No interior do nordeste não havia muitos jornais impressos e rádio e televisão não existiam. Escolas e teatros também eram escassos. Por isso, além de levar entretenimento, tinha a função de difundir as informações e até de alfabetização. — conta.
Anos se passaram, e hoje, os novos assuntos dos cordéis se concentram principalmente em questões políticas. Apesar de as tecnologias poderem afastar novos leitores e, consequentemente, novos cordelistas, Victor acredita que os smartphones possuem a utilidade inversa:
— O nordeste continua sendo o maior reduto, e sempre vai continuar sendo. Mas temos cordelistas por todo o Brasil. Hoje o cordel tá na internet, pode publicar nas redes sociais, pode colocar um vídeo seu recitando. Não é o folheto tradicional que diz o que é um cordel, e sim a forma do texto — diz Victor.
Já Manoel lamenta que algumas tradições estejam se perdendo:
— Algumas pessoas só sabiam de algumas notícias quando iam na feira e ouviam ou liam um cordel falando que o homem tinha pisado na Lua ou que a guerra havia acabado. Hoje isso não acontece mais.
Pavilhão de Feira de São Cristóvão completa 15 anos
Maior reduto nordestino do país, a Feira de São Cristóvão comemora em setembro 73 anos de existência e 15 anos da criação do pavilhão Luiz Gonzaga. Apesar da data comemorativa, inda há pouco para se celebrar. Desde o final do ano passado, o local não possui abastecimento regular de água e luz, dependendo exclusivamente de geradores e pipas d’água para se manter aberto. A situação chegou a ficar crítica e dívidas, que ultrapassam R$ 10 milhões ameaçou as festas juninas. Apesar de não ser responsável pela dívida, o risco da feira fechar obrigou a Prefeitura intervir na administração do local.

O sanfoneiro Zé do Gato toca na festa de 15 anos do pavilhao Luiz Gonzaga
O sanfoneiro Zé do Gato toca na festa de 15 anos do pavilhao Luiz Gonzaga Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

Ainda sob o guarda-chuva da Casa Civil, o comando da Feira de São Cristóvão hoje é dividido entre cinco feirantes que compõe uma comissão provisória. A principal ideia da prefeitura é entregar a gestão do local para um outro responsável, seja privado ou por meio da criação de uma empresa pública, nos moldes que foi feito com o Rio Centro. A previsão é que a situação da gestão seja resolvida até dezembro.
Em meio à festa de comemoração de aniversário, Maria Marques, de 69 anos trabalha no local há mais de 30 anos. Aliviada pelos principais problemas de falta de água e de luz já terem sido superados, ela aposta no público jovem como o futuro da feira:
— Tivemos que reduzir custos, mas agora estamos conseguindo pagar as coisas. Hoje o público jovem é um dos principais aqui. O boca a boca entre os frequentadores é o que tem nos ajudado. Quem paga as nossas dívidas é o povo que vem pra cá, e depende da gente oferecer o melhor para eles. — conta Maria.

O Pavilhão de São Cristóvão completa 15 anos e para comemorar a data foi feito um bolo de 5 metros.

Fonte: https://extra.globo.com
O Pavilhão de São Cristóvão completa 15 anos e para comemorar a data foi feito um bolo de 5 metros. Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Literatura de cordel agora é patrimônio cultural; UEPB comemora

Literatura de cordel agora é patrimônio cultural; UEPB comemora
Os admiradores do cordel, em especial todos os que fazem parte ou usufruem dos serviços da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, instalada no Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), estão comemorando uma conquista recente, registrada pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na última quarta-feira (19) a Literatura de Cordel foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Identificada originalmente como uma expressão da cultura nordestina, com o passar do tempo a Literatura de Cordel tomou proporções nacionais e até mundiais, sendo estudada por pesquisadores em diversos países. Na UEPB, mais de 18 mil cordéis compõem o acervo da Biblioteca Átila Almeida, o que o posiciona como o maior acervo de cordéis da América Latina, catalogado, higienizado, preservado e disponibilizado para consulta, presencialmente ou através do site http://bibliotecaatilaalmeida.uepb.edu.br/.
Para Camile Andrade, vice-coordenadora do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB), o trabalho de conservação e disseminação dos cordéis é considerado extremamente importante não apenas para a UEPB, mas principalmente para a preservação da cultura e para o registro da história. “A Literatura de Cordel teve início no século XIX como alvo de preconceito e desvalorização, mas hoje vemos o quanto é relevante que seja registrada sua história, já que traz muito dos problemas sociais vivenciados pela população ao longo dos anos. Há cada vez mais pessoas focando seus trabalhos de pós-graduação na temática dos cordéis e cresce a cada dia o interesse da população por esse tipo de literatura”, destacou.
A expectativa, segundo Camile, é que com o reconhecimento do cordel como patrimônio cultural brasileiro seja garantida uma maior valorização e preservação da cultura popular, além da criação de políticas públicas neste sentido. Demonstrando preocupação com o material raro, variado e de qualidade (alguns cordéis da Átila Almeida têm mais de 100 anos), a Biblioteca Átila Almeida vem desenvolvendo um sistema, em parceira com a Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) da UEPB, com o objetivo de disponibilizar os cordéis em formato digital, através da internet, para todos que tiverem interesse em consultá-los.
Atualmente, as consultas ao acervo de cordéis da Biblioteca Átila Almeida estão em pleno crescimento, recebendo pesquisadores, leitores interessados e até familiares de cordelistas já falecidos. Através do site institucional é possível realizar o agendamento das visitas para consulta do material no local, que ocorrerá sempre com a mediação de servidor da Instituição. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (83) 3315-3424 ou pelo Instagran, no usuário @bibliotecaatilaalmeida.

Fonte: https://www2.pbagora.com.br

domingo, 23 de setembro de 2018

Vida longa ao cordel (CE)

Cordelistas falam ao O POVO sobre a recente decisão do Iphan, que elevou a expressão artística ao título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil




O cordel é o novo Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Após um processo que se estendeu por oito anos e envolveu pesquisas em diversas partes do País, entrevistas e elaboração de um documento explicativo - o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) elevou a literatura de cordel ao nível de patrimônio imaterial. Entre cordelistas de diversas idades e modos de perceber a arte, o clima é de contentamento e esperança. Categorizado durante décadas como uma arte menor, o cordel se disseminou "pelas beiradas" e seguiu ganhando público, espaços populares e abrangência.
"Comparando com outras manifestações, o cordel está muito, muito, muito bem e não corre o risco de morrer. A academia reconheceu, os jovens estão produzindo. Esse reconhecimento do Iphan é bom e vem para fortalecer", pontua a artista cearense Julie Oliveira. Izabel Nascimento, cordelista natural de Sergipe, explica que a Academia Brasileira de Literatura de Cordel enviou, em 2010, uma solicitação para o Iphan. A partir daí foi iniciada pesquisa sobre essa expressão popular que envolve palavras, música e artes visuais. "Tenho convicção de que esse novo título traz muita responsabilidade tanto para os cordelistas quanto para o Estado, que deve preservar e valorizar", pontua. A expectativa entre os artistas, a partir de agora, é que o cordel seja incluído e tenha espaço próprio em editais e em outras formas de fomento. "O título é uma porta que se abre e que vai referenciar algo que a sociedade já sabe", completa Izabel.
No material que divulgou, o Iphan define o cordel como "gênero literário, veículo de comunicação, ofício e meio de sobrevivência para inúmeros cidadãos". Ainda segundo as informações do instituto, o novo patrimônio cultural imaterial surgiu nos estados nortistas e nordestinos, mas se espalha por todas as regiões. "O cordel se inseriu na cultura brasileira em fins do século XIX, forjado como a variação escrita da poesia musicada por duplas de cantadores de viola, de improviso, conhecida como repente", explica o documento. Vindo da tradição oral, ele se materializa em livretos comercializados em feiras. "A literatura de cordel é um gênero poético que resultou da conexão entre as tradições orais e escritas presentes na formação social brasileira e carrega vínculos com as culturas africana, indígena e europeia e árabe".
A cordelista Bia Lopes lembra que antes mesmo do acesso ao rádio e à televisão ser difundido, o cordel já cumpria a função de informar a população que não tinha acesso aos jornais. Com narrativas bem explicadas e de fácil acesso, além de ter baixo custo, essa ferramenta abordava as novidades e polêmicas sociais. "Ele foi evoluindo conforme evoluía o conceito de sociedade, e se tornou para nós uma referência e um exemplo de resistência", acredita Bia. O cordel, na opinião dela, não apenas sobreviveu, mas se adaptou e soube usar as ferramentas tecnológicas. Pelas redes de bate-papo da internet, cordelistas abrem diálogos e trocas de experiências- que são transformados em publicações físicas. "Um poeta aqui e outro em outro estado, fazem o duelo. Como seria possível sem a internet? Ela favorece! A chegada dessas ferramentas fez o cordel criar uma nova perspectiva de comunicação", diz Bia.
Fonte: https://www.opovo.com.br

sábado, 22 de setembro de 2018

Cordel, mais que um patrimônio (PE)


A poesia popular, contando de forma rimada 'causos' da vida cotidiana, enfrentou e ainda hoje enfrenta preconceitos. Mas, na verdade, carrega em si uma riqueza cultural sem tamanho.


Leusa Santos, editora-executiva da Folha de Pernambuco
Leusa Santos, editora-executiva da Folha de PernambucoFoto: Arthur de Souza/Arquivo Folha
Qualquer pessoa que entre em contato com um livreto de cordel, ao ler seus versos, geralmente é tomada pela sonoridade textual de seu enredo. Ou seria textualidade sonora? Quando lemos um verso, principalmente em voz alta, nosso cérebro fica um pouco dividido entre música e texto. Afinal, é música ou é texto? Já experimentou? Eu fiz essa tentativa e realmente é salutar. Digo isso porque, ao lermos um texto rimado, nosso cérebro é acionado em áreas diferentes, proporcionando estímulos que contribuem para a memória. Isso foi alvo de vários estudos científicos.
Mas voltemos à dualidade música/texto. Na semana passada, a literatura de cordel recebeu o título de patrimônio cultural do Brasil. Reconhecimento merecido, porém tardio, como geralmente é para as coisas da cultura nesse Brasil, só para não entrar na seara do descaso, cuja vítima mais recente foi o Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Mas voltemos ao cordel, sobre o qual falamos mais um pouco hoje neste bate-papo e também no caderno de Arte. Esse gênero carrega duas principais tradições. Uma delas são os trovadores medievais, cujos relatos passaram a ser impressos na época da renascença, entre os séculos 15 e 16.

No Brasil, nos chegou no século 19, pelas mãos dos portugueses - a Europa já estava toda conquistada pelo movimento renascentista. A poesia popular, contando de forma rimada 'causos' da vida cotidiana, enfrentou e ainda hoje enfrenta preconceitos. Mas, na verdade, carrega em si uma riqueza cultural sem tamanho.

Os folhetos de cordel contêm ilustrações chamadas xilogravuras. É a segunda tradição que o cordel carrega. Ao falarmos delas, saímos da Europa e vamos até a Ásia Oriental buscar a sua origem. A xilogravura é a arte de reproduzir no papel uma imagem talhada em uma madeira matriz. Remonta ao século 6 e provavelmente foi criada pelos chineses. Ainda não há afirmações categóricas dos historiadores.

J.Borges, um artista que reúne as duas técnicas - o cordel e a xilogravura, é reconhecido no mundo inteiro. Pernambucano de Bezerros. Desbravador da literatura de cordel no Sertão, que ganhou o mundo. “Era o jornalismo nosso”, diz ele em entrevista nesta edição. E continua até hoje desbravador, lutando contra o preconceito, descreve o Nordeste para o mundo e já deu aulas sobre a xilogravura e o cordel para vários países. Cordel, trovadores, gravuras, poesia, música, história, passado, presente e futuro. Um gênero artístico multifacetado, com forte presença da cultura popular e, ainda, faz bem à saúde.

Tentei trazer a você, leitor
Um pouco de uma paixão
Que faz parte da história
Perpetua a nossa memória
E tem exemplos de dedicação
Muito mais teria a dizer
Mas lhe desejo, a essa altura
Que tenha uma ótima leitura!

Fonte: https://www.folhape.com.br

Cordel será o tema do encontro do Núcleo de Contadores de Histórias de Ribeirão Preto (SP)

O evento também oferecerá brincadeiras que proporcionarão muita interação entre os participantes

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O evento será realizado neste sábado, 22; a entrada é gratuita

O Núcleo de Contadores de Histórias, que é mantido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, já definiu o tema do encontro deste mês: “Versos em Brasa: O Cordel”. O evento, que será realizado neste sábado, 22, das 9h às 12h, ocorrerá na sede da entidade, localizada na Rua Professor Mariano Siqueira, 81, no Jardim América, Zona Sul de Ribeirão Preto.

Neste mês, o tema possibilitará que os participantes conheçam um pouco mais sobre o gênero literário. Para isso, a fundação receberá os convidados Marcio Fabiano Monteiro, Arnaldo Martinez Jr. e Bruno Diniz, que vão expor seus trabalhos e falar como a literatura de cordel tem contribuído para o desenvolvimento da criatividade em sala de aula. 

Além da contação de histórias, o evento oferecerá brincadeiras que proporcionarão muita interação entre os participantes.

A proposta é que os convidados mostrem como é a literatura de cordel e seus diversos gêneros, como humor, épico, aventura, realismo fantástico, entre outros. “O Cordel não é apenas entretenimento. Ele é hoje uma fabulosa ferramenta de aprendizagem e de fomento da criatividade, além de ser reconhecidamente, portador de textos que incentivam e instigam os jovens à leitura”, explica a atriz e contadora de histórias, Míriam Fontana, coordenadora do Núcleo de Contadores de Histórias. 

O encontro, ainda, permitirá que, além de ouvinte, o público tenha um ambiente livre para narrar suas histórias e se envolver inteiramente com as atividades. “Conceder espaço para as pessoas presentes participarem ativamente da ação é uma proposta enriquecedora, porque oferece novas histórias e experiências, tanto para quem ouve, quanto para quem narra”, explica Míriam. 

Serviço
Quando: Sábado, dia 22 de setembro, das 9h às 12h.
Onde: Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (Rua Professor Mariano Siqueira, 81, no Jardim América).
Quanto: Atividade gratuita. 
Informações: (16) 3911-1050.

Fonte: https://www.revide.com.br

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Emicida lança single “Inácio da Catingueira”

O ano é 2018, os avanços tecnológicos acontecem a uma velocidade cada vez maior, porém nosso progresso como sociedade parece seguir a passos um pouco mais lentos. As redes sociais são um grande exemplo disso, espaço idealizado para que pessoas troquem ideias, sonhos e até seus problemas procurando acolhimento, um lugar que tinha tudo para ser pacífico, mas que hoje vive inundado com uma grande carga de comentários negativos, brigas e debates sem sentido.
As vitórias individuais que poderiam ser celebradas pelo coletivo, viram discórdia na internet, fazendo com que muitas vezes sobre espaço apenas para a crítica. Até o que vai ser dito, seja você uma pessoa pública ou não, precisa ser muito bem pensado para que não seja mal interpretado. Tempos complexos.
Antes das redes sociais sonharem em existir, em uma época em que o povo negro apenas levava vantagem quando conseguia dar nó em pingo d’água, eis que viveu Inácio da Catingueira. Uns dizem que existiu, outros que é só lenda, mas sabemos que era um escravo que travou uma peleja com Romano Caluete, pequeno proprietário rural da Paraíba, ali por volta de 1870. Poeta, Catingueira debateu ideias por oito dias a fio e nisso ganhou sua liberdade no papo, mostrando toda a sua habilidade de argumentação.
Com Emicida não foi muito diferente. Quem conhece sua história, sabe que ele veio de condições adversas e por meio da sua maestria com as palavras venceu discussões, Rinha de MCs, Batalha da Santa Cruz e a famosa Liga dos MC`s. A palavra, em ambos os casos, foi a responsável pela libertação. Mas uma pergunta que fica é: esse país está pronto para ver pessoas pretas realmente livres? Muitas tentativas de distorcer algumas das maiores conquistas da cultura hip-hop brasileira alcançadas pelo Zica da Rima e seu time, partem de mentes viciadas em aceitar pessoas de pele escura somente em lugares subalternos, a intenção desta distorção passa claramente o recado “volte para o seu lugar”.
Ocupar os espaços que o rapper e a Laboratório Fantasma tem alcançado no mercado e no imaginário brasileiro segue sendo uma afronta sem precedentes. Manter o foco na grandeza da história que está sendo construída e na importância dela para o presente, o passado e o futuro, sempre foram uma característica de Emicida porém, em tempos de fake news, é importante colocar alguns pingos nos “is” e separar o joio do trigo.
“O frustrante quando você luta contra essas estruturas é que por mais que você alcance sua liberdade individual, no coletivo seus irmãos tão tudo acorrentado. E a maior coisa que você pode ter, que é a sua liberdade, acaba se tornando uma coisa menor porque quando você olha no entorno as correntes estão em todo mundo menos em você. Aí cê se sente mal por isso também, tá ligado?”, reflete Emicida.
Por meio da música, Emicida se expressa como ninguém. E em “Inácio da Catingueira”, single lançado hoje, 18 de setembro, sua verborragia lírica vem com foco e dispara contra quem quer mais barulho sem sentido do que ideias trocadas em prol da evolução. Com instrumental de seu parceiro de longa data, DJ Duh, a música ganhou um lyric vídeo tão impactante quanto a rima, dirigido por André Maciel, artista plástico, ilustrador e fundador do estúdio Black Madre Atelier.
“A estética escolhida para este clipe está ligada diretamente ao personagem Inácio da Catingueira, que foi um escravo e por cantar Cordel usamos a xilogravura como estética geral, ambos fazer parte do mesmo universo, sendo a xilogravura usada na parte da literatura de Cordel. O clipe tem um formato de lyric vídeo”, finaliza André Maciel.
O single “Inácio da Catingueira” é uma realização Laboratório Fantasma Produções, já disponível no canal do YouTube do Emicida e também em todas as plataformas de streaming.
Emicida se apresenta dias 22 e 23 de setembro em São Paulo, na Casa Natura Musical. O show de abertura ficará por conta da MC e cantora Drik Barbosa.

Fonte: https://portalrapmais.com
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=kBIwIvzFlpM

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Literatura de cordel recebe título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro

Reconhecimento foi feito nesta quarta-feira (19), pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Por G1 PE
19/09/2018

Literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro — Foto: Oton Veiga/TV Globo

A literatura de cordel foi reconhecida, nesta quarta-feira (19), como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. O título foi concedido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A reunião ocorreu no Rio de Janeiro, com presença de representantes do Ministério da Cultura e da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Em Pernambuco, o gênero ganha destaque em festivais e com o Museu do Cordel Olegário Fernandes, em Caruaru, reformado em 2013.
No mesmo município, a literatura também é valorizada pela Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC), criada em 2005 com o objetivo de valorizar os poetas do passado e incentivar os futuros cordelistas. As homenagens ao gênero são feitas sobretudo em novembro, mês em que é celebrado o Dia da Literatura de Cordel.
De acordo com a pesquisadora e escritora Maria Alice Amorim, que estudou a literatura de cordel no mestrado e doutorado, o título é uma forma de reconhecer um gênero que já sofreu preconceitos.
"Embora seja uma tradição reconhecida e admirada, ela também sofre uma série de preconceitos e, consequentemente, exclusões de alguns nichos literários devido ao caráter popular", explica.

Literatura de cordel é comumente exibida em cordões em feiras e editoras — Foto: Oton Veiga/TV Globo
Literatura de cordel é comumente exibida em cordões em feiras e editoras — Foto: Oton Veiga/TV Globo

Maria Alice, no entanto, acredita que a riqueza do gênero supera as discriminações já sofridas pelas produções e pelos escritores.
"Por ter esse caráter de uma tradição popular, de livros que são feitos de uma forma mais artesanal, com materiais mais baratos, existe esse preconceito. Só que na verdade, enquanto discurso poético, o cordel é muito rico e refinado, porque necessita de uma técnica de métrica e rima", observa.
Com o título, a pesquisadora acredita que a literatura de cordel ganha força para ser perpetuada. "Essa salvaguarda vai garantir que a tradição permaneça viva e que outras pessoas possam desenvolver o talento poético pra poesia de cordel", afirma.

Estilo
Em texto postado no site, o Iphan informa que a literatura de cordel teve início no Norte e no Nordeste e o estilo se espalhou por todo o Brasil, principalmente por causa do processo de migração populacional.
Hoje, de acordo com o Instituto, o gênero circula com maior intensidade na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
A expressão cultural retrata o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas a respeito de acontecimentos vividos ou imaginados.

Fonte: https://g1.globo.com/pe