CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

TRIBUTO A 2010. BEM-VINDO 2011

2010 já está
Se aproximando a hora
De vc passar a faixa
De ano novo. Não chora!
Viemos a este mundo
Com prazo de ir embora!

2010 foi depressa
Q você passou por nós.
Como um rio caudaloso
Em busca de sua foz.
2011, porém
Vem pra não ficarmos sós.

2011 viaja
Na cauda de um cometa.
No aeroporto do tempo
Sonhos iguais borboletas
Voam renovando a vida
Q habita o nosso planeta.

2010 se despede
Vestido de emoção.
Segue à marcha funeral
Rumo à incineração.
Suas cinzas serão jogadas
Nos jardins do coração...

2010 morre firme
Despedindo-se do humano.
Dá a vida para q
Nasça em nós um novo ano
Que vem alegre varrendo
As traças do desengano.

Vinde a nós 2011
Afaste a hipocrisia
Q rege a estirpe humana
Promovendo tirania.
Fazei de nós mais humanos
No raiar do NOVO dia.

Vinde a nós 2011
Trazendo paz e união.
Acabe com a violência
Que invade o nosso chão.
Seria bom se aprendêssemos
A viver como irmãos.

Vinde a nós 2011.
Traga-nos felicidade.
Que hajamos no ano novo
Como humanos de verdade
Fazendo assim com q surja
a NOVA realidade.

Deus abençoe a nós todos
Nesta nova empreitada
De um ano novo que chega
Bradando na madrugada
Os sonhos são renovados
E a vida revigorada...

Manoel Messias Belizario Neto

                                      Imagens da Internet

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O VERDADEIRO NATAL

                                        AUTOR: AZULÃO

Publicado por Luiz Berto em REPENTES, MOTES E GLOSAS - Pedro Fernando Malta

Peço a Deus Pai Poderoso
Inspiração divinal
Com a mensagem sagrada
Da mansão celestial
Eu vou escrever rimado
O verdadeiro Natal

Natal de Jesus Menino
Templo de amor e bondade
Data santa que registra
O símbolo da cristandade
Que se resume em três coisas
Salvação, paz e verdade

Jesus o Menino Deus
Filho do Pai Criador
Que veio ao mundo tirar
As culpas do pecador
Depositando nos homens
Bondade, paz e amor

Portanto o seu nascimento
É para ser festejado
Com paz e amor ao próximo
Cumprindo o dever sagrado
De remendar o pobre
Faminto e desamparado

O verdadeiro Natal
De Jesus Nosso Senhor
É dar a criança pobre
Amparo consolador
E ter a seu semelhante
Como a si, o mesmo amor

Porém o homem de hoje
De Deus estar muito ausente
Confundindo o seu amor
Com vaidade imponente
E dando a humanidade
Outro Natal diferente

Porque o Natal de hoje
Estar sendo transformado
Em festa, luxo e banquete
Que descristianizado
Toma um sentido contrário
Do que já foi no passado

É este o Natal sem Cristo
Que o homem faz hoje em dia
Movendo festa mundana
Com baile e bebedoria
Transformando a santa festa
Em farra e desarmonia

É este o Natal que tira
A fé no cristianismo
Encarretando família
Para um cenário de abismo
Trocando a festa de Cristo
Por coisas do paganismo

Jesus não ama a riqueza
Grandeza nem burguesia
Não escolheu palacete
Princesa nem fidalguia
Nasceu de uma virgem pobre
Numa manjedoura fria

Portanto o Natal sem Cristo
É rico sem caridade
É moldura sem o quadro
Da originalidade
Que apresenta o enfeite
Porém esconde a verdade

Festa de baile e banquete
Porém sem reunião
De família, em santa paz
Sem missa, sem comunhão
Sem vida espiritual
Sem Cristo no coração

A origem do Natal
É a vinda de Jesus
É a salvação do homem
É o caminho é a luz
A redenção do pecado
Com sua morte na cruz

O Natal é a chegada
Do Salvador inocente
São os pastores louvando
O filho do Onipotente
São os três Magos seguindo
A estrela do Oriente

É a multidão de anjos
Entre as santas criaturas
Entoando os hinos sacros
Com louvores e ternuras
Salve a vinda do Messias
Hosana Deus nas Alturas

É o anjo anunciando
Cristo nasceu em Belém
É a profetiza Ana
Junto a Simeão também
Profetizando o Menino
No templo em Jerusalém

Que adianta uma festa
Em nome da cristandade
Sem missa, sem Deus Menino
Sem amor, sem caridade
Só para ostentar na vida
Opulência e vaidade

Não é brinde nem presente
Nem dança nem festival
Nem ambição por fregueses
No meio comercial
Como vem fazendo em nome
Do Sacratíssimo Natal

Este Natal transformado
Deus contra ele reclama
Porque só estar presente
Grandeza, poder e fama
O rico pisando em ouro
O pobre nadando em lama

Para a criança do rico
Tem berços e cobertores
Alcova refrigerada
Lindos tapetes em cores
E para a criança pobre
Trapos, doenças e dores

Para a salvação do homem
Jesus nasceu em Belém
E ensinou o caminho
Do bom viver, para o bem
Com o direito sagrado
De viver que todos têm

Nossa alma se engrandece
Pela fé e caridade
Cristo em nosso coração
É luz, é boa vontade
De ajudar um ao outro
Ao bem da humanidade

Jesus Cristo veio ao mundo
Para nossa redenção
O homem é o santuário
Que faz sua habitação
Pela fé e caridade
E amor no coração

Aquele que sente a dor
Que seu semelhante sente
É um galho da videira
Que dá bom fruto e semente
Possui Cristo em sua alma
Com um Natal permanente

É este o viver com Cristo
Que o próprio Jesus ensina
O homem nasce pra ser
Um membro da lei divina
E trilhar pelo caminho
Da sua santa doutrina

Então para o homem ter
Este santo seguimento
É ter comunhão com Cristo
Seguindo seu mandamento
Em preparação da alma
Por meio do Advento

Esta palavra Advento
Quer dizer, chegada ou vinda
Que a obra de Jesus
É imortal e infinda
E o que viver pra ele
Espera Jesus ainda

Para o Juízo Final
Vem julgar os pecadores
Porém não para passar
Nem humilhações, nem dores
Vai vir como Rei dos Reis
Como Senhor dos Senhores

Julgará a cada um
Pelo seu merecimento
Do bem ou mal praticado
Exterminando o tormento
E santificando aquele
Que cumpriu seu mandamento

Então devemos fazer
A nossa preparação
Com um Natal permanente
Caridade e comunhão
Pra que todo dia Cristo
Viva em nosso coração

Jesus disse aos seus discípulos
Remindo os necessitados
Dos padecimentos seus
Aquele que dá aos pobres
Está emprestando a Deus

Se te sobra alguma coisa
Não faças por jogar fora
Dai a quem necessitar
Qualquer tempo, dia ou hora
Porque este é o Natal
Que sempre se comemora

De quem pede angustiado
Devemos ouvir a voz
Procurando amenizar
Sua precisão atroz
É este o dever humano
Que tem cada um de nós

Se podemos dar um brinde
A um amigo ou parente
Comemorando o Natal
É júbilo que a alma sente
Na boa intenção de Cristo
Damos aquele presente

Se damos ceia ou festim
A parente ou visitante
Façamos com alegria
Porém o interessante
É saber que é Jesus
O aniversariante

Não devemos enganar
A criancinha inocente
Dizer que Papai Noel
Foi quem lhe trouxe o presente
Porque o que ganhar menos
Fica triste e descontente

Ensinar aos nossos filhos
É nosso dever sagrado
Quem é Jesus, pra que veio
O que é bem, ou pecado
Para evitar a criança
Trilhar o caminho errado

Ensinar o filho amar
Ao pai, à mãe, à irmã
Dando-lhe educação
De uma vida cristã
Para a criança de hoje
Ser o homem de amanhã

Devemos pedir a Deus
Os santos ensinamentos
Para que os nossos filhos
Tenham bons procedimentos
Seguindo a santa doutrina
Dos sagrados mandamentos

Aquele que vive sempre
Zelando o amor divino
Unindo a seu semelhante
Lealmente em seu destino
Ajuda sempre a fazer
O Natal de Deus Menino.

Texto, Imagem

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

MINC DIVULGA RESULTADO FINAL DO PRÊMIO MAIS CULTURA DE LITERATURA DE CORDEL “PATATIVA DE ASSARÉ”

       

         O MINC (Ministério da Cultura) divulgou ontem, dia 14, a lista final dos projetos classificados no Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel. Foi com muita satisfação que este que vos fala recebeu a notícia que ficara em 2º lugar na categoria produção e criação de folhetos de cordel. Veja abaixo a classificação dos projetos paraibanos:

Categoria Criação e Produção – Folheto de Cordel (120 projetos classificados)

2-Manoel Messias Belisario Neto, João Pessoa
4-João Batista da Silva, João Pessoa
6-Janduhi Dantas Nóbrega, Patos
18-José Medeiros de Lacerda, Santa Luzia
20-Fabio Mozar Marinho da Costa, João Pessoa
49-Vicente Ferreira de Amorim Filho, João Pessoa
56-José Valni Cordeiro Lima Júnior, Campina Grande
71-Jacquelino Souza do Nascimento, João Pessoa
77-Fundação José Francisco de Sousa, Itaporanga

Categoria Criação e Produção – Produtos (Livro, CD, DVD) (88 projetos classificados)

4-Rui Carlos Gomes Vieira, Campina Grande
29-Maria Ignez Novais Ayala, João Pessoa
35-Luiz Nunes Alves, João Pessoa
61-Grupo Teatral Arretado Produções Artísticas, João Pessoa

Categoria – Pesquisa (12 projetos classificados)

Joseilda de Sousa Diniz, Campina Grande PB

Categoria Formação - Iniciativas Existentes (59 projetos classificados)

18-Arnilson Cavalcante Montenegro Júnior, Taperoá
19-Manassés de Oliveira, Picuí
31-Mariano Ferreira da Costa, Dona Inês

Categoria Formação - Novas Iniciativas (22 projetos classificados)

1-Fundação Pedro Américo, Campina Grande
10-Eliane Tejera Lisboa, Campina Grande

Categoria Difusão - Iniciativas Existentes (85 projetos classificados)

9-Fernando Antônio F. Patriota, João Pessoa
43-Silvio Aurélio de Sá, João Pessoa
62-José Paulo Ribeiro, Guarabira
66-Deleon Souto Freitas da Silva, Patos
75-José Francisco de Sousa Neto, Itaporanga

Classificados Difusão – Novas Iniciativas (17 projetos classificados )

1-Fundação Pedro Américo, Campina Grande
10-Eliane Tejera Lisboa, Campina Grande

Veja a lista geral  aqui

Imagem da internet

Manoel Messias Belizario Neto

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

LEI MARIA DA PENHA EM CORDEL

 

Autor: TIÃO SIMPATIA.

I
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pr’a prender homem
Mas pr’a punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”.

II
A Violência Doméstica
Tem sido um grande vilã
E por ser contra a violência
Desta Lei me tornei fã
Pr’a que a mulher de hoje
Não seja vítima amanhã.

III
Toda mulher tem direito
A viver sem violência
É verdade, está na Lei.
Que tem muita eficiência
Pr’a punir o agressor
E à vítima, dar assistência.

IV
Tá no artigo primeiro
Que a Lei visa coibir;
A Violência Doméstica
Como também, prevenir;
Com medidas protetivas
E ao agressor, punir.

V
Já o artigo segundo
Desta Lei Especial
Independente de classe
Nível educacional
De raça, de etnia;
E opção sexual...

VI
De cultura e de idade
De renda e religião
Todas gozam dos direitos
Sim, todas! Sem exceção.
Que estão assegurados
Pela Constituição.

VII
E que direitos são esses?
Eis aqui a relação:
À vida, à segurança.
Também à alimentação
À cultura e à justiça
À Saúde e a educação.

VIII
Além da cidadania
Também à dignidade
Ainda tem moradia
E o direito à liberdade.
Só tem direitos nos “As”,
E nos “Os”, não tem novidade?

IX
Tem, direito ao esporte
Ao trabalho e ao lazer
Ao acesso à política
Pr’o Brasil desenvolver
E tantos outros direitos
Que não dá tempo dizer.

X
A Lei Maria da Penha
Cobre todos esses planos?
Ah, já estão assegurados
Pelos Direitos Humanos
A Lei é mais um recurso
Pr’a corrigir outros danos.
XI

Por exemplo: a mulher
Antes da Lei existir,
Apanhava, e a justiça
Não tinha como punir
Ele voltava pra casa
E tornava a agredir*.(Agredí-la).

XII
Com a Lei é diferente
É crime inaceitável.
Se bater, vai pr’a cadeia!
Agressão é intolerável.
O Estado protege a vítima
E também pune o responsável.

XIII
Segundo o artigo sétimo
Os tipos de Violência
Doméstica e Familiar
Tem na sua abrangência
As cinco categorias
Que descrevo na seqüência:

XIV
A primeira, é a Física
Entendendo como tal:
Qualquer conduta ofensiva
De modo irracional
Que fira a integridade
E a saúde corporal...

XV
Tapas, socos, empurrões;
Beliscões e pontapés
Arranhões, puxões de orelha;
Seja um, ou sejam dez
Tudo é Violência Física
E causam dores cruéis.

XVI
Vamos ao segundo tipo
Que é a Psicológica
Esta, merece atenção
Mais didática e pedagógica
Com a auto-estima baixa
Toda a vida perde a lógica...

XVII
Chantagem, humilhação;
Insultos; constrangimento;
São danos que interferem
No seu desenvolvimento
Baixando a auto-estima
E aumentando o sofrimento.

XVIII
Violência Sexual
Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação...

XIX
Qualquer ação que impeça
Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.

XX
A 4ª categoria
É a Patrimonial:
Retenção, subtração,
Destruição parcial
Ou total de seus pertences
Culmina em ação penal...

XXI
Instrumentos de trabalho
Documentos pessoais
Ou recursos econômicos
Além de outras coisas mais
Tudo isso configura
Em danos materiais.

XXII
A 5ª categoria
É Violência Moral
São os crimes contra a honra
Está no Código Penal
Injúria, difamação;
Calúnia, etc e tal.

XIII
Segundo o artigo quinto
Esses tipos de violência
Dão-se em diversos âmbitos
Porém é na residência
Que a Violência Doméstica
Tem sua maior incidência.

XXIV
Quem pode ser enquadrado
Como agente/agressor?
Marido ou companheiro
Namorado ou ex-amor
No caso de uma doméstica
Pode ser o empregador.

XXV
Se por acaso o irmão
Agredir a sua irmã
O filho, agredir a mãe;
Seja nova ou anciã
É Violência Doméstica
São membros do mesmo clã.

XXVI
E se acaso for o homem
Que da mulher apanhar?
É Violência Doméstica?
Você pode me explicar?
Tudo pode acontecer
No âmbito familiar.

XXVII
Nesse caso é diferente
A Lei é bastante clara:
Por ser uma questão de gênero
Somente a mulher ampara
Se a mulher for valente
O homem que livre a cara.

XXVIII
E procure seus direitos
Da forma que lhe convenha
Se o sujeito aprontou
E a mulher desceu-lhe a lenha
Recorra ao Código Penal
Não à Lei Maria da Penha.

XXIX
Agora, num caso lésbico;
Se no qual a companheira
Oferecer qualquer risco
À vida de sua parceira
A agressora é punida;
Pois a Lei não dá bobeira.

XXX
Para que os eus direitos
estejam assegurados
A Lei Maria da Penha
Também cria os Juizados
De Violência Doméstica
Para todos os Estados.

XXXI
Aí, cabe aos governantes.
De cada Federação
Destinarem os recursos
Para implementação
Da Lei Maria da Penha
Em prol da população.

XXXII
Espero ter sido útil
Neste cordel que criei
Para informar o povo
Sobre a importância da Lei
Pois quem agride uma Rainha
Não merece ser um Rei.

XXXIII
Dizia o velho ditado
Que “ninguém mete a colher”
Em briga de namorado
Ou de “marido e mulher”
Não metia... Agora, mete!
Pois isso agora reflete
No mundo que a gente quer.

Fim!

Obs: Direitos reservados.
TIÃO SIMPATIA, cantor, compositor, repentista e arte-educador.
Autor dos temas:
- “A Lei Maria da Penha” para Campanha de Divulgação da Lei Federal nº 11.340/2006 Lei Maria da Penha.

Fonte

Imagem da internet

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Maior Cordel do Brasil é escrito na Paraíba

Edilberto Cipriano de Brito entra para o RankBrasil por escrever “Bazófias de um cantador pai dégua”Maior cordel do Brasil

 

          O músico e escritor Edilberto Cipriano de Brito, conhecido por Beto Brito, da cidade de João Pessoa – PB, demorou 900 dias para escrever o maior cordel do Brasil, intitulado “Bazófias de um cantador pai dégua”. São aproximadamente 271.620 caracteres, 1.400 estrofes sem septilha, 384 páginas e 8.400 rimas.
           Beto Brito, que nasceu em Santo Antonio de Lisboa, cidade do interior do Piauí, tem 14 anos de carreira, desde o seu primeiro disco “Visões 1996”. Ele já escreveu cerca de quarenta cordéis no tamanho e formas tradicionais, alguns editados em livro, como “Sabedoria popular” e “Lendas do folclore popular”.
Quando o recordista começou a escrever “Bazófias”, a intenção era criar um cordel tradicional. “Porém, passaram seis meses e eu não havia concluído. Então descobri que este cordel poderia ser infinito, ou enquanto minha cabeça conseguisse construir estas situações. Quando percebi, já tinha escrito cerca de oitocentas estrofes”, lembra.
            Foi então que Beto Brito começou a pesquisar se existia outro cordel naquela dimensão. “Descobri uma obra de Severino Aboiador, que tinha aproximadamente oitocentos versos”, diz. O recordista decidiu então continuar escrevendo, até que chegou a um número de estrofes, onde não encontrou nenhum título do mesmo tamanho: “Daí me dei conta de que tinha escrito o maior cordel do Brasil”.
Para o recordista, o RankBrasil provoca desafios. “Eu gosto de desafios. Ver minha obra publicada nesta conceituada empresa, enobrece-me calcifica meus ossos, ilumina meu cérebro e me dá forças para caminhar no rumo de encarar outros desafios, que por ventura, sejam feitos a este bardo poeta da lira cordeliana”.

Finalidade
             A principal finalidade do maior cordel do Brasil, segundo Beto Brito, é chamar a atenção de todas as instituições, principalmente as de ensino: “O cordel tem uma importância gigantesca na formação cultural desta região. O folheto, como era originalmente chamado, teve um papel fundamental na educação de milhares de pessoas, entre elas, incontáveis poetas, compositores e habitantes excluídos das escolas do nordeste”.
            De acordo com o recordista, “o cordel é uma cultura genuína, que atravessa gerações e chega aos dias de hoje ao lado de todas as formas de mídia contemporânea, com fôlego bastante para sobreviver a todas as intempéries da tecnologia universal”.
            A Editora Construir, através do selo “Prazer de Ler”, já topou bancar o projeto junto com o recordista e editou “Bazófias”.

Agradecimentos
Pela conquista do recorde, Beto Brito agradece “ao amigo Pedro Tavares, que demonstrou coragem na publicação da obra; à família, pela paciência de me ver em centenas de tardes e noites debruçado no projeto; aos deuses de minhas orações; ao povo da Paraíba, que me acolheu; e aos conterrâneos piauienses, pelo símbolo da resistência física na luta pela vida, que tem todos os povos nordestinos.


Dificuldades e próximo passo
Beto Brito confessa que teve dificuldades em criar uma literatura tão longa e que fizesse sentido. “As estrofes não são, necessariamente, uma seqüência, em que uma dependa da outra, mas sim, um complemento entre si. O leitor pode abrir em qualquer página e iniciar a leitura”, conta.
O próximo passo, segundo o recordista, é escrever o capítulo dois das “Bazófias”. “O capítulo um tem mil e quatrocentas estrofes, mas ainda não estou satisfeito, como digo em uma de minhas bazófias: Cria dos quatro elementos, terra fogo, água e ar, porém não tô satisfeito, quero me complementar com todo hélio do sol, hidrogênio e metanol, só pra ver no que vai dar...”.

Redação: Fátima Pires

Fonte