Por Paulo Azevedo via blog Rotas e Roteiros
Em passagem pelo estado de Pernambuco me deparei com uma cena que me fez pensar neste questionamento: "Existe espaço para cultura popular?". Estava eu curtindo minha merecida semana de férias em Porto de Galinhas quando vejo dois repentistas andando em um sol escaldante parando de guarda-sol em guarda-sol fazendo seus versos para turistas em busca da subsistência. Percebe-se rapidamente que este ambiente não é o mais saudável e que estes artistas não estão utilizando vestimentas condizentes com a temperatura que estão enfrentando. Mas estão ali. Com a impressão que aquela praia paradisíaca é o melhor local para que eles se insiram neste mercado cultural ou talvez nem pensem nisso, só visualizem que ali é o espaço que restou com a capacidade de fornecer a eles o dinheiro para sustentar suas famílias.
Mas observando esta cena e me pergunto se isto é correto. Me pergunto sobre as consequências de fatos como este. Percebo que o atual discurso da sustentabilidade ambiental tão em voga em nossa sociedade precisa urgentemente ser transpostado para a cultura popular de nosso país, mais precisamente do nosso nordeste. Será que as futuras gerações irão conhecer o REPENTE, a LITERATURA DE CORDEL, o SAMBA DE RODA, o FORRÓ PÉ-DE-SERRA, ou estas riquezas serão esquecidas através dos tempos.
Precisamos urgentemente criar a Lista dos Gêneros da Cultura em Sério Perigo de Extinção. Se as autoridades do nosso país continuarem fingindo que nada está acontecendo, se não blindarmos e multiplicarmos as poucas festividades diretamente relacionadas com a cultura popular para que estes gêneros autênticos não percam seus poucos espaços exixtentes e possam ser apreciados e conhecidos por nossos jovens e se não dermos a estes guerreiros que insistem nesta linda porém árdua causa a oportunidade
Fonte: rotaseroteirosturismo.blogspot.com
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