CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



quinta-feira, 17 de março de 2011

Inserção // Literatura de cordel ganha salas de aula

Por Rayssa Medeiros

          Foi realizado ontem, quarta-feira, 16, o VI Seminário de Literatura de Cordel. Mais de 100 professores de 35 escolas municipais de João Pessoa participaram do evento. O seminário aconteceu no Centro de Capacitação de Professores (Cecapro) e foi ministrado por Hélder Pinheiro, Doutor em literatura.
          O seminário fez parte do projeto, da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) do município, "Cordel na Sala de Aula". O projeto existe desde 2006 e objetiva incentivar o uso do cordel em sala de aula, não apenas como conteúdo a ser estudado, como instrumento pedagógico.
          Laura Maurício, coordenadora do projeto, conta que tem tido êxito e que o cordel, antes desconhecido dos alunos dessas escolas, hoje é bem aceito e já faz parte do universo das crianças. "Os alunos se empolgam muito, porque o projeto não se restringe à leitura, à apreciação, nós trabalhamos com teatro, recitação e até mesmo a produção coletiva de cordéis".
          Apesar de o projeto "Cordel na Sala de Aula" promovera reinserção desse gênero literário na rotina de crianças e jovens, a palavra "resgate" não é bem aceita por pesquisadores e coordenadores. Como explica Hélder Pinheiro. "Quando se fala em resgate podemos pensar em algo que acabou e foi reiniciado, ou então em algo que caiu em um buraco, que foi interrompido. O cordel nunca se acabou, ele continua atuante, nunca deixamos de ter cordelistas produzindo. O que nós fazemos é trazer o cordel de volta à rotina de crianças e adolescentes."
          Para Angelita Almeida, diretora da escola Municipal Padre Leonel da Franca, que participou do evento, através do projeto os alunos têm a possibilidade de viver experiências socioafetivas reais com o cordel e assim compreender a importância da nossa cultura. "Eu vivi na zona rural, vivi o cordel lido e cantado. É bom saber que essas crianças terão a mesma oportunidade." Angelita contou ainda que muitas crianças, após terem contato com a literatura de cordel se encantam e decidem se aprofundar nesse universo. "Fizemos um trabalhosobre educação no trânsito e as crianças quiseram fazer cordel", disse.

Fonte: jornalonorte.com.br

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