Reproduzido de www.defender.org.br
“O cordel ainda é muito excluído da academia, com algumas exceções", diz sociólogo.
A literatura de cordel tem um papel fundamental na história do Brasil, mas esse gênero ainda é muito desconhecido, lamenta o professor de sociologia Fernando Antônio Duarte dos Santos, o Nando Poeta. Ele coordenará, no próximo dia 27, o 1º Fórum de Cordel em São Paulo, que reunirá acadêmicos, pesquisadores e poetas para debater a importância do ensino dessa arte nas escolas de ensino médio e fundamental.
Nascido no Rio Grande do Norte, Nando Poeta leciona há quatro anos em uma escola estadual da zona sul da capital paulista. Ele é um dos defensores dessa difusão cultural. “O cordel ainda é muito excluído da academia, com algumas exceções, a exemplo da USP [Universidade de São Paulo], que tem uma cadeira para o estudo.” Segundo o professor, mesmo no Nordeste, os espaços ainda são muito fechados.
Para Nando Poeta, o fato de a literatura de cordel estar muito direcionada às temáticas sociais torna ainda mais importante a ampliação de espaços para o ensino desse gênero.
De acordo com o professor, uma das obras de cordel mais requisitadas é a de autoria de José Pacheco: A Chegada de Lampião no Inferno. Um dos trechos diz: “Um cabra de Lampião/Por nome Pilão Deitado/ Que morreu numa trincheira/Em certo tempo passado/Agora pelo sertão/Anda correndo visão/Fazendo mal-assombrado.”
No cinema, o cordel também foi adotado em trabalhos como O Homem Que Virou Suco, filme brasileiro de 1981, dirigido por João Batista de Andrade, e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.
Indicação de @silaslimams via twitter
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