Poeta popular de Diadema difunde o gênero no ABCD e sobrevive com os versos que lembram sua infância; já publicou 8 livros
Leonardo Britos
leonardo.britos@bomdiaabcd.com.br
A literatura de cordel, que veio junto com os portugueses para o Brasil, teve grande importância para a cultura nordestina. Antigamente considerado o jornal do sertanejo, além de poesia trazia em suas estrofes informação, noticiando grandes acontecimentos do país e do mundo.
No ABCD, o poeta popular Moreira de Acopiara, cujo sobrenome faz homenagem à sua cidade natal, Acopiara, no Ceará, mantém viva a literatura popular do cordel na região.
Já publicou mais de 100 cordéis e oito livros sobre a poesia popular. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, desenvolve um trabalho como representante do cordel no ABCD realizando eventos com apoio das prefeituras da região.
Inspirado em “causos” de infância, Moreira escreve sobre suas aventuras no Nordeste. “Escrevo sobre diversos temas, conto histórias da minha vida, algumas contadas por amigos, mas sempre procuro tratar tudo com muito humor”, diz Acopiara.
Sobre o começo de sua carreira como escritor, explica que teve a ajuda de um dos grandes nomes do cordel, o escritor Patativa Nazaré . “O Patativa foi uma grande influência para minha carreira como escritor. Com 16 anos datilografei dois poemas e fui apresentar para ele. Na hora ele me disse que os poemas não eram bons, mas que pela minha idade, eu estava acima da média,” lembra o escritor, sorrindo.
Acopiara diz que o cordel hoje está em alta, com grande incentivo de órgãos públicos, mas salienta que a qualidade é algo essencial. “Vejo muitos ‘escrivinhadores’ que não fazem trabalho de qualidade e prejudicam os poetas que fazem um trabalho sério,” finaliza.
Tese de doutorado criou a Peleja Virtual do cordel
A jornalista Maria Alice Amorim teve a ideia de criar uma “Peleja Virtual” para sua tese de doutorado. O objetivo era que o poeta popular Moreira de Acopiara e o poeta Glauco Mattoso escrevessem um cordel utilizando o computador como meio de comunicação, onde cada um escrevia uma estrofe.
Durante um mês, os escritores trocavam estrofes pelo MSN ou por e-mail. Acopiara afirma que a internet é uma grande ferramenta para o cordel. “Temos que saber usar a internet, pode ser uma grande aliada” diz.
Fonte: redebomdia.com.br
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