CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sábado, 4 de maio de 2013

3° Encontro de Cordelistas da Amazônia mostra a evolução do gênero na Pan-amazônica


Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 04/05/2013 às 15:28


3° Encontro de Cordelistas da Amazônia, realizado na manhã deste sábado, 4, dentro da programação da XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, reuniu nomes consagrados da literatura como João de Jesus Paes Loureiro, Juraci Siqueira, João de Castro, Cláudio Cardoso e Hiran Possas.
Durante o evento, que teve como tema “Pelas bordas das culturas: acordes dos cordéis da Amazônia”, a evolução da literatura de cordel - um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folheto – desde sua origem até os dias de hoje, foi comentada entre os participantes. “A literatura de cordel pode ser definida como uma espécie de olhar inconformado com o passado. O cordel é a forma de poesia que absorve a realidade em que o poeta vive”, explica Paes Loureiro.
Ele também ressalta que o cordel é tipo de gênero poético que absorve e expressa característica da cultura que o cerca. “Quando lemos uma poesia de cordel há uma respiração nova do que o autor absorve e expressa da cultura em que ele vive”. Um exemplo dado por ele foi a diferença entre um cordel do nordeste e um cordel amazônico. “Ao lermos um poema de cordel do nordeste e amazônico, vamos perceber a cultura claramente simbolizada de cada uma das regiões”, enfatiza.
Os escritores relataram a origem da literatura de cordel, que remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. “O nome cordel tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes, em Portugal”, diz João de Castro.
No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
A forma diferente e descontraída do cordel é o que faz com que esse gênero poético seja capaz de se manter ao longo de todos esses séculos. “Os poetas hoje não querem criar dentro de uma fórmula estabelecida. Querem criar a sua própria fórmula. A gente se encanta com o surrealismo da literatura que o cordel tem em seus temas. Esse é um exemplo de impregnação do humano na poesia de todo o tempo”, afirma Paes Loureiro.
Simultaneamente ao encontro dos cordelistas, ocorreu também a comemoração pelo Dia do Cordel, no Estande dos Escritores Paraenses, com a venda de cordéis. Para o cordelista João de Castro, o encontro teve como principal objetivo resgatar e preservar essa linguagem literária, que vem desde a fase áurea da borracha e chegou até aqui. “Nós, como cordelistas, possuímos uma proposta ‘Didática e Pedagógica’, haja vista o cordel ter uma linguagem prazerosa de se ler”, finaliza.

Texto:
Bruna Campos - Secom

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Reproduzido do site Agencia Pará

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