Por Elmano Rodrigues Pinheiro
Como na letra da música Sertão grã-fino, Luiz Gonzaga e Marcos Valentim, o baião migrou para os salões e ganhou status de valsa. Graças à força de Chiquinha Gonzaga (Ô abre alas) e do próprio Luiz Gonzaga (Asa Branca). Finalmente a mídia reconhece que “a voz do povo é a voz de Deus”. E aborda temáticas populares em minisséries e novelas. Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida inspirou-se em três cordéis: O cavalo que defecava dinheiro e O julgamento do cachorro, de Leandro Gomes de Barros, e O castigo da soberba, de Silvino Pirauá, e deu no que deu: retumbante sucesso.
O cordel, sem distinguir classes sociais, sempre andou de boca em boca por todos os rincões do País. A exemplo do rádio, que não perdeu terreno para a TV, e da música popular que invadiu os salões para aliar-se à valsa, a literatura popular conquistou seu lugar ao sol, ao assimilar o formato de livro para adultos, e do colorido infantojuvenil.
O cordel conquistou as escolas, virou tema de dissertações e teses em universidades do mundo inteiro e tomou posse em academias, para colher os frutos cultivados por poetas e xilogravuristas.
Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel, de Gonçalo Ferreira da Silva, não tem pretensão de esgotar o tema, pois o trata com flexibilidade, ao abrir espaço para outras abordagens.
Reproduzido do blogdocrato.blogspot.com
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