CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Luzeiro relança cordel baseado em conto do Decameron

Fonte: “Cordel Atemporal”: marcohaurelio.blogspot.com

Por Marco Haurélio


          Em Breve História da Literatura de Cordel, escrevi:
...testemunhamos, no alvorecer da poesia popular escrita, a existência de uma versão em cordel da História de D. Genevra, uma das novelas do Decameron, de Boccaccio, elaborada pelo citado Zé Duda. Esta versão poética, de tão conhecida pelos leitores e cantadores de feira, chamou a atenção de Câmara Cascudo, que a estudou e a publicou na íntegra na coletânea Vaqueiros e Cantadores.

Na cidade de Genova
Havia um negociante
De dinheiro e muitos prédios
Ele contava bastante
E na forma de viver
Era mais interessante
.


Casado como uma mulher
De grande abilidez
Lia, escrevia e contava
Falava bem português
Italiano, latim,
Grego, alemão e francês.


Chamado Dona Genevra
Amava muito ao marido
Ele chamado Bernardo
De todos bem conhecido
Neste lugar não havia
Outro casal tão unido.

       Câmara Cascudo, desconhecendo, em sua época, versão portuguesa do Decameron, acreditava que 'em idioma acessível o cantador nada podia ter lido'. É possível que a estória tenha se descolado do compêndio de Boccaccio e circulado como obra independente.


          É essa versão, escrita por Zé Duda, que a Luzeiro ora reedita. Eu já o havia selecionado quando trabalhava na editora, reaproveitando as imagens que Salvador Magalon (Smaga) havia feito para a versão de Manoel Pereira Sobrinho editada pela Prelúdio.
Um grande lançamento, sem dúvida.

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