CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Poeta popular homenageia Gilse Cosenza - CE

           Fonte Site “Vermelho”: www.vermelho.org.br

Rita Lisboa é poeta que, através das palavras, homenageia personalidades que trazem na história exemplos de vida. Neste cordel, Rita reconhece em versos a trajetória de Gilse Cosenza, uma das comunistas responsáveis pela reconstrução do PCdoB no Ceará, usando as rimas para recontar a vida desta mineira. Leia a seguir a íntegra do poema que foi recitado em Fortaleza durante comemoração dos 89 anos do PCdoB.

      Gilse voltou ao Ceará para receber uma série de homenagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher.
Gilse, a grande lutadoraimage
Por *Rita Lisboa

 

 

 

Bem vinda Camarada
A nossa terra querida
Terra que é testemunha
Da história da sua vida
História que dá o exemplo
De mulher forte e aguerrida

Aqui no nosso Estado
No Regime Militar
Com muita força e coragem
Veio reorganizar
O Partido cuja voz
Eles quiseram calar

Cumpriu sua árdua tarefa
Pela causa popular
Atuante e destemida
Não se deixou dominar
Não se curvou aos carrascos
Da opressão militar

Mesmo em dura repressão
Lutou muito sem temer
As botas dos generais
Que estavam no poder
E queriam pela força
Nosso ânimo arrefecer

Foi presa e torturada
Nos porões da Ditadura
Sem nunca desanimar
Nem sair da compostura
Não traiu a nossa causa
E nem perdeu a ternura

Quanto mais ameaçavam
Sua família seu lar
Aumentava a sua força
E coragem pra lutar
Arriscou a sua vida
Pela causa popular

Teve que mudar de nome
Pela clandestinidade
Márcia, Ceci, Lia, Cecília
Lutando por liberdade
Perdeu o seu próprio nome
Mas nunca a identidade

Para o povo cearense
Deixou seu grande legado
Lutar contra a opressão
E jamais ser dominado
Por isso agradecemos
O que fez por nosso Estado

Não descrevia essa história
Nem que fosse bacharel
Pois a Camarada Gilse
Não cabe em nenhum cordel
Não cabe em nenhuma música
Nem do maior menestrel.

Rita Lisboa
25 de Março de 2011

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