CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Biblioteca Municipal promove a literatura de cordel – Aracuju - SE

Em função de sua responsabilidade com a formação de políticas públicas voltadas à produção e difusão cultural, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) deu início ao projeto ‘A Hora do Cordel’. Realizado pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju), o projeto acontece mensalmente na Biblioteca Clodomir Silva e nesta quarta-feira, 28, contou com a participação do cordelista Pedro Amaro do Nascimento.
O tema da palestra realizada na manhã desta quarta foi ‘A importância do cordel na formação do leitor’. Pedro Amaro expôs ao público, formado especialmente por estudantes da comunidade, alguns dados históricos dessa modalidade de literatura, além de um pouco do seu trabalho que em mais de cinqüenta anos acumula 104 obras publicadas. O pernambucano de Paudalho, aos 74 anos de idade, tem trabalhado no sentido de manter viva essa forma de manifestação cultural e por isso fez questão de participar da iniciativa.
"A importância social da literatura de cordel é muito grande. Muitas pessoas aprenderam e aprendem a ler com o cordel", afirma o escritor. "Os cordéis são uma forma de expressão que falam das mais diversas situações do cotidiano, sejam elas pessoais ou coletivas. Eles podem contar desde coisas engraçadas a fatos históricos e questões sociais e políticas. São uma forma interessante de transmitir o conhecimento e desenvolver a criatividade, principalmente das crianças", defende Pedro Amaro.
Foi o reconhecimento do potencial desse modelo literário que estimulou o investimento da Biblioteca Clodomir Silva no seu reconhecimento. O início do projeto ‘A Hora do Cordel’, que teve sua primeira edição realizada dia 30 de agosto, marcou também a reinauguração da Cordelteca João Firmino Cabral, que agora conta com um espaço maior, no andar térreo da biblioteca. No espaço há mais de 1000 livretos de cordel disponíveis para leitura, além de um mural de desenhos típicos e uma galeria onde há 35 quadros que expõe a biografia de grandes nomes da literatura de cordel em Sergipe.
Segundo Tarcísio Bruno, diretor da biblioteca, ‘A Hora do Cordel’ e a Cordelteca são iniciativas que além de valorizar essa literatura e seus produtores, também servem para aproximá-la do público. "Faz parte do nosso trabalho desenvolver ações que diminuam as distâncias entre a cultura e comunidade e que também contribuam para que sejam mantidas vivas as manifestações culturais do nosso povo, a exemplo da literatura de cordel", ressalta.
"Nós não podemos deixar que a literatura de cordel morra. E como a maioria dos cordelistas, assim como eu, já tem mais de 70 anos é importantíssimo que a gente divulgue o cordel de todas as formas possíveis e principalmente estimule à juventude e se tornarem produtores", justifica o autor Pedro Amaro do Nascimento.
O projeto ‘A Hora do Cordel' promove atividades variadas que envolvem esse tipo de literatura. As ações acontecem na última quarta-feira de cada mês, na sede da biblioteca. O turno de realização das atividades, por sua vez, muda a cada nova edição como forma de aumentar a diversidade do público e possibilitar que todos os interessados eventualmente possam participar.

Fonte: pref-aracaju.jusbrasil.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ZÉ WALTER LANÇA CORDEL “A MILAGROSA”

Entre as muitas artes do catingueiro nordestino está à literatura de cordel, que é a expressão cultural em rimas e prosas de tudo aquilo que se vê no dia a dia. Criador de muitos textos dessa arte, o sociólogo, advogado e cordelista, José Walter Pires, durante suas andanças, se deparou com “A Milagrosa”, a farmácia homeopática a base de raízes, dita pelo seu proprietário como “a solução para depois dos sessenta para quem está na impotência”. Com tantas promessas de quase tudo curar, e com tantas prosas hilárias, pois o local se tornou ponto de encontro para uma boa resenha, o olhar rimador do professor o induziu recheado de inspiração a anotar em seu cordel o dia a dia da ‘Milagrosa’. “Foi uma coisa que surgiu, pela força das andanças, e aquele que ainda não passou pela milagrosa ainda irá passar. Tive o privilégio de encontrar aqui no meio da feira, esse Oasis da nossa caatinga e resolvi com a ajuda do Luciano catalogar através dos versos de cordel a força das raízes que promete de tudo curar. E estou feliz de estar aqui hoje lançado ao público o resultado final desse cordel”, declarou Zé Walter, ao Brumado Notícias. O lançamento do cordel ‘A Milagrosa’, aconteceu no último sábado (24) e a quitanda das raízes curandeiros servirá de ponto de apoio da cultura de cordel no mercado municipal. “É uma emoção sem tamanho poder contar com os cordéis do Zé na ‘Milagrosa’. Aqui agora é assim, o cabra chega doente e triste, e volta curado e sorrindo”, narrou Luciano de Almeida, o quitandeiro das raízes, que promete que há cura até para dor de chifre.

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Fonte: www.brumadonoticias.com.br

domingo, 25 de setembro de 2011

HOMENAGEM: GERALDO AMÂNCIO HOMENAGEIA O FALECIDO POETA JOSÉ ALVES SOBRINHO

O cantador paraibano José Alves Sobrinho foi um dos maiores repentistas de todos os tempos no mundo da cantoria e um respeitado pesquisador da cultura do repente e da Literatura de Cordel. Em parceria com o professor Átila de Almeida, também falecido, lançou uma obra fundamental para a pesquisa dessas duas vertentes: O Dicionário Bio-Bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, publicado em dois volumes pela Editora da UFPB

O poeta GERALDO AMÂNCIO, admirador confesso de José Alves Sobrinho, que faleceu aos 90 anos no último dia 17 de setembro, em Campina Grande-PB, prestou-lhe uma sentida homenagem nesse texto a seguir:

"A cantoria existe há quase dois séculos no Brasil,  nesse campo já passaram milhares e milhares de cantadores. Na minha avaliação, na minha ótica e pela a experiência que tenho ao longo dos anos, não houve até hoje ninguém que superasse o talento de José Alves Sobrinho. Isso eu tive a felicidade de dizer ao mesmo. José Alves Sobrinho, formou com Dimas Batista a mais perfeita dupla de cantadores que o mundo ouviu. É de nossa autoria a antologia"de repente cantoria" cujo prefácio foi feito de uma carta que o referido poeta me mandou. Para não ser muito prolixo, vou deixar postadas aquí duas estrofes desse imortal menestrel que nunca teve a fama que mereceu.

Cantando com o poeta Gerson Carlos,  num festival em Cajazeiras -PB, foi solicitado seguinte mote em homenagem ao prefeito Quirino: Só Quirino enlargueceu, a rua José Tomaz. Eu ouví pelo rádio e memorizei essa obra prima de improviso.

ERA FRACA A SIMETRIA
DA RUA QUE ERA MAL FEITA,
ALÉM DE TORTA ERA ESTREITA
AO TRÂNSITO INTERROMPIA.
TODO MUNDO PROMETIA
MAS QUEM PROMETE NÃO FAZ,
VEIO QUIRINO UM BOM RAPAZ
FEZ O QUE NÃO PROMETEU,
SÓ QUIRINO ENLARGUECEU
A RUA JOSÈ TOMAZ.

O grande poeta cantava numa casa, onde estavam comemorando o aniversário do pai e do filho, ele magistralmente constrói essa sextilha:

TEMOS DOIS ANIVERSÁRIOS
COM IDADES DIFERENTES,
O PAI ENTRE OS PECADORES,
O FILHO ENTRE OS INOCENTES,
O PAI MUDANDO OS CABELOS,
O FILHO MUDANDO OS DENTES

Posso afirmar sem medo de errar, que cantando de improviso mesmo, na safra atual não há ninguém com o talento de um José Alves Sobrinho. Que Deus o acolha no mais sublime dos reinos.

Geraldo Amancio.

O Dicionário é uma referência obrigatória na pesquisa do cordel e da cantoria

Fonte: Blog Acorda Cordel via Blog PPLP

CTN divulga resultado do concurso Festival de Cordel

O Centro de Cultura Nordestina de São Paulo-CTN divulgou os vencedores do Concurso Festival de Cordel. O primeiro lugar ficou com o cordelista baiano, radicado em São Paulo, Varneci Nascimento. Abaixo, a relação completa dos premiados:

RESULTADO DO CONCURSO "FESTIVAL DE CORDEL"

A Comissão Julgadora do1º. Concurso CTN de Literatura de Cordel promovido pelo CTN divulga a relação dos vencedores:

  • 1º Lugar para o cordel intitulado "A saga do nordestino em São Paulo" de autoria de Varneci Nascimento;
  • 2º Lugar para o cordel intitulado "Primeira Vez" de autoria de Francisco Pereira Gomes;
  • 3º Lugar para o cordel intitulado "Um Zé Nordestino na cidade de São Paulo" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros.Além destes vencedores, a Comissão Julgadora também selecionou outros dezessete cordéis, conforme Regulamento:
  • "Martírio dos Nordestinos na Capital Bandeirante" de autoria de Marciano Batista de Medeiros;
  • "A presença nordestina no Estado de São Paulo" de autoria de Júnior Vieira;
  • "A Marca Nordestina em São Paulo" de autoria de Luiz Moraes Santos;
  • "Nasce o homem iludido, nas barrancas do sertão" de autoria de Miguel Francisco Jacó de Souza;
  • "Na Base da Saia Curta" de autoria de Sidnei Pereira Benevides;
  • "Nordestino Aventureiro" de autoria de Ruth Hellmann Claudino;
  • "A capital nordestina!" de autoria de Odila Schwingel Lange;
  • "A odisseia nordestina na terra dos bandeirantes" de autoria de Hélio Alexandre Silveira e Souza;
  • "São Paulo: a capital nordestina" de autoria de Alice Fernandes de Morais;
  • "Da seca do nordeste à capital paulistana" de autoria de Edilson de Oliveira;
  • "Paulistano Nordestino" de autoria de Damião Batista de Moura Sena;
  • "O legado nordestino na terra Piratininga" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros;
  • "Torcicolo cultural" de autoria de Bárbara Esmenia;
  • "A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo" de autoria de Maurício Fonseca dos Santos;
  • "A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo II" de autoria de José Carlos Paulo da Silva;
  • "A presença nordestina na capital paulistana" de autoria de Isaura Melo;
  • "A presença nordestina na cidade de São Paulo I" de autoria de José Carlos Paulo da Silva.Os cordéis acima relacionados formarão um box contendo as 20 melhores obras selecionadas neste concurso e serão publicadas e distribuídas gratuitamente a entidades culturais, bibliotecas e também na rede pública de ensino do Estado de São Paulo.
    Fonte:  www.festivaldecordel.com.br via Blog Cordel Atemporal
  • Saiba fatores que tornaram Cordel Encantado um sucesso

    Saiba fatores que tornaram Cordel Encantado um sucesso 

    Cordel Encantado" chega ao fim nesta sexta-feira (22), mas vai deixar saudades.
    A novela da Globo subverteu a lógica de que o público das 18h é conservador e abusou do experimentalismo.
    Com produção impecável, não só manteve a audiência como conquistou telespectadores que não estavam habituados ao horário.
    A trama de Duca Rachid e Thelma Guedes bateu diversas vezes na casa dos 30 pontos, fato raro para a faixa nos últimos tempos.
    Ganharam as autoras, que terminam a novela com prestígio em alta, a emissora, que provou que --quando quer-- sabe fazer produtos de qualidade, e, principalmente, o público, que se deliciou com as histórias de Brogodó e Seráfia e de seus moradores fantásticos.
    Veja cinco fatores que tornaram a novela um sucesso:

    A ABERTURA
    A novela se destacou por vários motivos, começando pela abertura. A animação com imagens que remetem à literatura de cordel tem tudo a ver com a temática sertaneja. Acompanhada pela bela canção "Minha Princesa", composta por Gilberto Gil e cantada por ele e por Roberta Sá, acabou se tornando uma das mais inventivas --e belas-- dos últimos tempos.

    O ELENCO
    Fazia tempo que não se via na televisão um elenco tão inspirado. Todos os atores estavam bem em seus papéis. Houve críticas apenas no começo da trama ao sotaque "nordestino" do casal de protagonistas, mas nada que atrapalhasse o desempenho da novela. Destaque para Bruno Gagliasso, Débora Bloch (foto) e Domingos Montagner, que emocionaram o público.

    O FIGURINO
    Comandada pela figurinista Marie Salles, a equipe de artesãs e bordadeiras da própria Globo desenvolveu as peças usadas pelos personagens, incluindo os 720 vestidos usados pelas mulheres de Seráfia. Os acessórios também chamaram a atenção. As coroas estiveram entre os itens mais procurados na Central de Atendimento ao Telespectador da emissora.

    A FOTOGRAFIA
    Primeira novela gravada em 24 quadros, a trama ficou com cara de cinema também pelo uso de lentes especiais. Houve ainda a ajuda das belas locações, na França e em Sergipe. O diretor de núcleo Ricardo Waddington chegou a afirmar no começo das gravações que a fábula da princesa Aurora (Bianca Bin) pedia um tratamento de imagem diferenciado.

    O TEXTO
    A mistura de elementos de cangaço e de contos de fadas deu liga. Duca Rachid e Thelma Guedes (foto) souberam costurar com delicadeza a colcha de citações, que foram de João Cabral de Melo Neto a "O Homem da Máscara de Ferro". Também foi encantador embarcar na fantasia das autoras por um tempo, fugindo do naturalismo da maioria das tramas atuais.

    Fonte: Folha.com via www.pbagora.com.br

    Cordel ‘renasce’ e nordestinos ganham mais espaço em Ribeirão

    Cordelistas abusam do bom humor para ilustrar histórias do cotidiano e também fatos históricos

    Alagoano José Ferreira Andrade teve primeiro contato com o cordel aos 11 anos, numa feira de Olho D’Água

    Alagoano José Ferreira Andrade teve primeiro contato com o cordel aos 11 anos, numa feira de Olho D’Água

    Frases curtas e rimadas. Uma história enxuta, mas que vai fundo no recado. Com muita irreverência dos autores, na grande maioria nordestinos radicados em Ribeirão Preto, a literatura de cordel está ganhando espaço na cidade. Há quase um ano, projeto é realizado no Parque Maurílio Biagi, na zona Oeste.

    O local recebe produtores da rica literatura e curiosos, que nos últimos meses aumentaram bastante. "Por causa da novela [Cordel Encantado, da Rede Globo], muita gente se interessou por esta cultura. Cabe agora a nós, produtores, não deixar isso acabar", diz Carlos Tampa, um dos responsáveis pelo trabalho no parque.

    Tampa é bastante conhecido no meio musical, principalmente por conta dos repentes, mas o cordel foi seu primeiro trabalho, ainda no interior de Pernambuco, seu estado natal.

    "Quando comecei a trabalhar, ainda muito jovem, vendia macaxeira na feira, em Goiana-PE. Aprendi a fazer cordel para atrair os clientes", afirma Tampa, hoje com 47 anos.

    Cara nova

    Outro que teve acesso ao cordel nas feiras nordestinas foi José Aparecido Ferreira de Andrade, 32, que está em Ribeirão há apenas cinco meses. Ele veio de Olho D’Água da Flora (AL).

    "Tinha 11 anos quando vi o cordel pela primeira vez. Eu fui à feira e vi um homem com uma violinha fazendo cordel. Esqueci até o que minha mãe havia pedido para comprar", afirma.

    Ferreira de Andrade ainda não conhece o grupo de Ribeirão Preto, mas diz que irá participar do próximo encontro. "Não sabia que existia, agora vou procurar. Quero mostrar o que tenho de material", comenta.

    Mistério

    Os cordelistas apontam um dos segredos utilizados para conseguir comercializar os trabalhos produzidos: o mistério.

    "Lembro, quando era criança, dos cordelistas começarem a contar a história e depois falarem: ‘se você quer saber o final, compre o cordel’. Isso me dava muita raiva, mas hoje também faço", diz Ferreira de Andrade.

    Tampa diz que também ficava curioso no começo, mas que hoje é adepto da famosa frase utilizada pelos cordelistas.

    "A cultura oral é muito forte, por isso precisamos chamar a atenção", diz.

    O cordelista também comenta que o cordel é uma ótima ferramenta de inclusão. "No cordel, mesmo quem não sabe ler participa, já que ele pode escolher o cordel e passar para os ‘homens da corda’, como são conhecidos os cordelistas, lerem", afirma Tampa.

    As histórias agradam ao público que já esteve acompanhando o projeto no Maurílio Biagi.

    "É muito divertido e curioso. Fiquei impressiona com a facilidade e riqueza das histórias", diz a vendedora Sônia Regina Freitas Barbosa, 33.

    Fonte: www.jornalacidade.com.br

    sexta-feira, 23 de setembro de 2011

    Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature

    Symposium: September 26-27, 2011
    Thomas Jefferson Building, Room 119
    10 First Street, SE
    Washington, DC


    A Volta Do Cangaceiro Lampião — via Internet (The Bandit Lampião Returns — by Internet) by Marcelo Soares. Timbaúba, Pernambuco: Folhetaria Cordel, 2005. Woodcut by the author. Literatura de Cordel Brazilian Chapbook Collection (AFC 1970/002: M 07702) American Folklife Center, Library of Congress.

     

    The American Folklife Center at the Library of Congress is sponsoring a free, two-day symposium entitled Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature. Presentations will focus on the history of literatura de cordel, a form of popular literature from northeastern Brazil, as well as accompanying traditions. These include the composition of poems, lyrics, and stories; the creation of woodblock images; and performances inspired by literatura de cordel. Co-sponsors for the event are the Hispanic Division and the Rio de Janeiro Office of the Library of Congress, as well as the Embassy of Brazil in Washington, DC. Additional support and assistance is provided by the Library's Poetry and Literature Office.

    "Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature," will draw attention to the American Folklife Center's collections of literatura de cordel, which are among the most extensive in the world. The symposium will also explore the artistry, narrative, and iconography of cordel in order to examine the tradition during the recent past, and to encourage research on these compelling collections. Noted scholars of cordel will be featured, as will the artistry of cordel poets, singers, and woodcut artists. The symposium is timed to coincide with this year's Organization of American States' Inter-American Year of Culture.

    The free two-day public symposium will take place on Monday, September 26 and Tuesday, September 27, 2011 in Room 119 on the first floor of the Library's Thomas Jefferson Building, 10 1st Street S.E., Washington D.C. Attendance at the symposium is free of charge, but registration is required

    Fonte: www.loc.gov/folklife/Symposia/litcordel/

    Imagem: correiodatarde.com.br

    quinta-feira, 22 de setembro de 2011

    Vencedor do V Prêmio Cosern de Literatura de Cordel é aluno do Campus (IFRN) João Câmara - RN

    2º lugar na categoria ensino médio também ficou com aluno do Campus

    Vencedor do V Prêmio Cosern de Literatura de Cordel é aluno do Campus João Câmara

    Livanildo Oliveira

    Livanildo Oliveira, aluno do 5º período do curso de Informática na modalidade EJA, ficou em 1º lugar no concurso de literatura de cordel, promovido pela Cosern, que teve como tema “Vida é energia”.

    O resultado será divulgado oficialmente nesta quinta-feira (22), em Caicó, durante a Feira do Livro do Seridó. Livanildo já participara do concurso em 2009, quando ficou em quarto lugar. Este ano, porém, sagrou-se vencedor da categoria ensino médio, para a qual concorreu com alunos de todo o estado do Rio Grande do Norte.

    “Fiquei muito feliz com a premiação, que representa a valorização do meu trabalho. Com este, já são 7 cordéis que eu produzo -  um trabalho que começou em 2009, quando escrevi meu primeiro folheto, intitulado Um caboclo vencedor, através do qual conto minha história de vida.

    O segundo lugar na categoria ensino médio também ficou com um aluno do Campus João Câmara – José Felipe, do 2º ano B, do curso técnico integrado em Informática. Ele concorreu com o cordel  “Viver sem energia não dá”.

    O professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Milson Santos, que desenvolveu o projeto Cordel no Campus em 2009 com os alunos da EJA também manifestou sua satisfação com a premiação de Livanildo e Felipe. ”Sinto-me como se também tivesse ganhado o prêmio, pois incentivei os alunos a participarem do concurso, que tem como objetivo estimular a leitura e a produção textual, no caso a  produção de um gênero da esfera literária da comunicação, como forma de contribuir com a valorização desta importante expressão da cultura popular, que eu tanto prezo e procuro divulgar. A vitória dos meus alunos é a minha vitória também. Eles estão de parabéns”, destacou o professor.

    Os participantes do concurso podiam inscrever-se em uma das três categorias: ensino fundamental, ensino médio e categoria livre, sendo esta aberta a qualquer pessoa que quisesse concorrer. O prêmio para cada categoria é de R$ 1.000,00, além de troféus para os três primeiros colocados. Segundo o regulamento do concurso, os três melhores cordéis de cada categoria serão reunidos em coletânea e publicados pela Comunique Editora.

    Fonte: portal.ifrn.edu.br

    terça-feira, 20 de setembro de 2011

    Vencedor do 5º Prêmio Cosern de Literatura de Cordel será conhecido na Feira do Livro do Seridó

    Em Agosto foram  abertas as inscrições para o 5º Prêmio Cosern – Literatura de Cordel.  Esse ano o tema  é “Vida é Energia”. O prêmio envolve diversas modalidades, dentre elas, categoria livre, bem como, estudantes de ensino fundamental e médio.  A apresentação dos resultados será realizada no dia 24 de setembro, em Caicó, na Feira do Livro do Seridó. O vencedor levará para casa um prêmio no valor de  mil reais.  A participação nesse evento tem crescido muito ao longo das edições e tem se descoberto pequenos poetas escondidos nos grotões do RN, que com essa oportunidade podem mostrar seu potencial. É esperar o dia 24 em Caicó.

    Fonte: www.cardososilva.com.br

    segunda-feira, 19 de setembro de 2011

    Literatura de Cordel nas escolas aproxima alunos da cultura regional – João Pessoa PB

    A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), continua incentivando os professores da rede a utilizar a literatura em cordel na sala de aula, buscando aproximar o estudante de uma cultura regional. Atualmente o projeto se desenvolve em 36 unidades de ensino, com a participação de professores de português e artes, que estimulam a apreciação da leitura dos folhetos e a criação da arte da xilogravura.

    Semanalmente, os estudantes do Ensino Fundamental I e II têm aulas de cordel. As crianças aprendem a recontar fábulas e contos e mostram o cordel teatralizado em cenas e em forma de bonecos. Além disso, tem oficinas de xilogravura, técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado, um processo muito parecido com um carimbo.

    Orientada pela professora Wiviani Simonaci de Lima, a turma do 4º ano da Escola Fenelon Câmara, no Geisel, desenvolve esta técnica chegando a produzir a xilogravura nas camisas usadas pelos estudantes.

    “O resultado é impressionante e os alunos ficam satisfeitos com as aulas vivenciadas com suas próprias produções. Unimos o cordel em sala de aula e o Ano Cultural em um só projeto, intitulado ‘Varadouro em Cordel’, e estampamos as camisas com os símbolos da nossa história, as construções do centro histórico”, comemorou a docente.

    O Projeto, que nasceu em 2007, abrange também a Educação de Jovens e Adultos (EJA), espaço onde se destaca os cordéis com temática sobre lampião, pelejas, dramas e sofrimentos do povo nordestino. “Nós percebemos que o cordel desenvolvido na EJA traz muitos benefícios, a começar pela leitura, que adquire uma certa fluência por ser em forma de estrofes, além disso envolve assuntos relacionados a experiência de vida deles”, disse a coordenadora do projeto, Laura Maurício.

    A secretária de Educação e Cultura, Ariane Sá, explicou que o objetivo da ação é incentivar a leitura do cordel dentro das atividades interdisciplinares de cada escola, entendendo esse gênero literário como instrumento pedagógico.

    Fonte: www.joaopessoa.pb.gov.br

    LITERATURA DE CORDEL É IMPLANTADA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS – JOÃO PESSOA PB

    A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria de Educação e Cultura (SEDEC), continua incentivando os professores da rede a utilizar a literatura em cordel na sala de aula, buscando aproximar o estudante de uma cultura regional. Atualmente o projeto se desenvolve em 36 unidades de ensino, com a participação de professores de português e artes, que estimulam a apreciação da leitura dos folhetos e a criação da arte da xilogravura.

    A iniciativa partiu do vereador Zezinho Botafogo através da Lei nº 11.654/2009 que AUTORIZA O PODER EXECUTIVO O INCENTIVO DA LITERATURA DE CORDEL NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE JOÃO PESSOA. A presente propositura visa incentivar a difusão da literatura de cordel nas Escolas da Rede Municipal de Ensino, como forma de apropriação da cultura popular e de sistematização dos conhecimentos. A lei contempla as escolas onde por intermédio de professores, serão desenvolvidas oficinas temáticas com alunos, apresentações artísticas, realização de concursos com premiação das melhores produções. Incentivar a literatura de cordel é proporcionar as escolas municipais mais uma maneira de sistematização do conhecimento trabalhado em sala de aula.

    Fonte: www.zezinhobotafogo.com.br

    sábado, 17 de setembro de 2011

    MORRE EM CAMPINA GRANDE-PB AOS 90 ANOS O POETA JOSÉ ALVES SOBRINHO

    Morre aos 90 anos o poeta José Alves Sobrinho, vítima de complicações de um câncer o poeta morreu neste sábado dia 17 de setembro na cidade de Campina Grande-PB.
    José Alves Sobrinho: Poeta popular paraibano; pesquisador do cordel e da cultura popular. Fez uma parceria importante com o professor e pesquisador (falecido) Átila Almeida, pesquisando em todo Nordeste sobre o cordel. Ex- cantador de viola. Chegou a perder a voz depois recuperou. Funcionário aposentado da Universidade Federal da Paraíba. (Campina Grande-Pb). Lá organizou juntamente com o professor Átila um arquivo por volta de 5 mil folhetos de cordel. Deu inclusive cursos rápidos (de extensão) de literatura popular na Universidade, no antigo Nell. Autor de vários livros: Sabedoria de Caboclo (1975); Glossário da Poesia Popular (1982); Matulão de um Andarilho (1994); Dicionário Biobibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada: parceria com Átila Almeida (1977); Os Marcos e Vantagens: parceria com Átila Almeida (1981). Obras a sair: No Fundo do Matulão, Cantadores com quem cantei, Datação de Palavras, A Glosa, Memórias de um Cantador.
    Postagem: ROBÉRIO VASCONCELOS
    Fonte: JPB 2º EDIÇÃO 17/09/2011

    Via blog Clube do Repente

    sexta-feira, 16 de setembro de 2011

    Lira popular: Literatura de cordel a la web

    "Delirios populares: de imagen, sonidos y palabras" se titula la original apuesta visual del Archivo Central Andrés Bello para difundir la colección Lira Popular que custodia, y que está disponible en la web a partir de este jueves 15 de septiembre. "Con este gesto ponemos en valor y a disposición de los chilenos y chilenas uno de nuestros patrimonios más preciados", dijo la Directora del Archivo, la Historiadora Alejandra Araya.

    Desde Chile para el mundo,
    vino una voz singular. 
    De grabado y de palabra,
    es la Lira Popular.

    Eduardo Castillo

    La Lira popular, conocida como literatura de cordel, recibe su nombre de la forma en que comúnmente era publicitada: colgada de cordeles, extendida entre dos árboles, postes o muros. Objeto de variadas investigaciones, la Lira publicada en nuestro país entre los años 1886 y 1930 aproximadamente, fue recientemente reconocida como Memoria de Latinoamérica y el Caribe por parte de la UNESCO. Se trata de 1553 pliegos, de los cuales 872 son custodiados por el Archivo Central Andrés Bello de la Universidad de Chile, que dirige la Historiadora Alejandra Araya.

    "El Archivo ha llevado a cabo un importante proyecto de conservación y restauración de este material", explica la historiadora, quien añade que por un lado se ha trabajado "en el ingreso al Catálogo Bello de toda esta colección, incluyendo algunas imágenes digitalizadas; y por otro en un proyecto que entregue al público la posibilidad de conocerla digitalmente".

    En este marco, este 15 de septiembre el Archivo pone a disposición una muestra visual titulada "Delirios populares: de imagen, sonidos y palabras", la cual a través de la gráfica animada recrea la narrativa de la Lira Popular como un pliego autoexplicativo en imágenes y sonido. Este concepto fue trabajado por la Prof. Alejandra Araya y Eduardo Castillo, académico de la Escuela de Diseño de la Facultad de Arquitectura y Urbanismo.

    "Esta exposición virtual pretende dar a conocer un material didáctico y atractivo, que dé cuenta del peso de este patrimonio que resguardamos", cuenta la Directora del Archivo quien agrega que "con este gesto ponemos en valor y a disposición de los chilenos y chilenas uno de nuestros patrimonios más preciados".

    Sobre la propuesta

    "Delirios populares: de imagen, sonidos y palabras" introduce al espectador a las dimensiones simbólicas y estéticas de la Lira Popular en tanto que medio de comunicación masivo, donde los poetas populares desde fines del siglo XIX, plasmaron diversas creaciones, generalmente escritas en décimas.

    La muestra visual, disponible en el link www.archivobello.uchile.cl/lira, tiene una duración aproximada de cuatro minutos y puede ser descargada gratuitamente desde el sitio. La gráfica animada de la Lira Popular se presenta junto a las décimas de Eduardo Castillo, interpretadas por el poeta, payador, cuequero y cultor de las décimas Manuel Sánchez.

    Trabajo interdisciplinario

    Alejandra Araya comenta que el desarrollo de esta primera exposición virtual fue posible gracias al trabajo de un equipo interdisciplinario entre historiadores, diseñadores, artistas visuales, antropólogos y literatos. "Además de la puesta en valor de nuestro patrimonio, este proyecto permite concretar otro anhelo de la red patrimonial de la Universidad referido al trabajo conjunto entre distintas unidades, saberes y profesiones", explica.

    La Directora del Archivo cuenta que en este proyecto fue trascendental la colaboración del Departamento de Música de la Facultad de Artes de la Universidad de Chile, donde se grabó la música.

    Alejandra Araya adelanta que respecto a la Lira Popular, el Archivo comenzará otros proyectos relacionados por ejemplo con una revisión de la lira popular actual, como parte de un trabajo de taller de alumnos de la carrera de Diseño y nuevas propuestas de exposiciones virtuales.

    "Delirios populares: de imagen, sonidos y palabras"

    Desde Chile para el mundo, 
    vino una voz singular. 
    De grabado y de palabra,
    es la Lira Popular.

    Fue a fines del diecinueve
    y hasta comienzos del veinte,
    un nuevo país al frente
    de un mundo que se conmueve.
    Mas la fortuna no llueve
    en este lugar fecundo,
    vino del campo el oriundo
    hacia las nuevas ciudades.
    Surgieron así verdades,
    desde Chile para el mundo.

    Los poetas seres sabios,
    aunque sean populares. 
    Labraron nuevos cantares, 
    a partir de los resabios, 
    pusieron en nuestros labios 
    un verso peninsular. 
    Con décimas en su hablar 
    relataron nuestra vida. 
    En aquella historia oída, 
    vino una voz singular.

    En las plazas y mercados, 
    en estaciones de trenes, 
    donde se vendían pequenes, 
    su proeza han publicado. 
    Nuestra cabeza han golpeado 
    para que la calle se abra. 
    Al lado del cacho 'e cabra 
    han entregado su historia, 
    que hoy es nuestra memoria 
    de grabado y de palabra.

    Con el canto a lo poeta, 
    de cuatro a ocho los poemas. 
    Como si fuera un emblema, 
    inician con la cuarteta. 
    Como si fuera maleta 
    de un viaje particular. 
    En hojas nos vino a hablar 
    el obispo y lo leído. 
    Con lo cantado y lo oído, 
    es la Lira Popular.

    Prof. Eduardo Castillo

    Fonte: Universidad de Chile: www.uchile.cl

    A literatura de cordel nas escolas de língua estrangeira

    Nesta sexta-feira (16/09), a partir das 19h, na livraria Siciliano do Shopping Midway, acontecerá o evento "Yes, nós temos cordel".

    O evento será um verdadeiro encontro de culturas, onde serão realizadas diversas atividades com alunos, professores, poetas e escritores envolvendo a literatura de cordel e as línguas estrangeiras, o inglês e o espanhol.

    Pela primeira vez é feita uma parceria entre uma escola de idiomas e um grupo de cordel para tal troca de experiências. "Essa troca de culturas torna o segundo idioma mais familiar e as atividades deixam os alunos mais entrosados e desinibidos", disse Fábio Marques, diretor do Watford.

    Segundo Conceição Gama, uma das organizadoras do projeto, essa também é uma forma de difundir a literatura de cordel e despertar o interesse pela poesia e pela arte. "Com o cordel conseguimos juntar alguns valores básicos como o respeito e o amor pelo próximo e a nossa cultura regional que é tão preciosa", completou Conceição.

    O encontro terá participação de cantores, poetas, professores de idiomas, alunos do Watford, humoristas e profissionais da educação para apresentações musicais, teatrais, oficinas e palestras, além de promover a arrecadação de alimentos para o Hospital Infantil Varela Santiago.

    Fonte: Diario Potiguar via twitter.

    Imagem: janela.com.br

    Literatura de cordel do prestigiado Moreira de Acopiara é tema de novo livro da Editora Melhoramentos -

    Literatura de cordel

    Editora Melhoramentos lança a obra Colcha de Retalhos, do autor Moreira de Acopiara, conhecido por sua atuação frente a divulgação da cultura nordestina e da literatura de cordel. O livro apresenta através do cordel e das xilogravuras, as lembranças de um morador da roça, que retorna a sua cidade natal anos depois e percebe, de forma peculiar, que nada mudou.
    Em Colcha de Retalhos, livro da Editora Melhoramentos, Moreira de Acopiara – um dos maiores representantes da cultura nordestina, reconhecido internacionalmente por difundir a literatura de cordel, e membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), convida o leitor a conhecer o universo da xilogravura e do cordel por meio de um dos contos mais surpreendentes do sertão brasileiro.
    A obra narra a história de um jovem que, do alto de seus 20 anos, decide sair do “Cantinho” onde mora para viver fora, estudar e “mudar de vida”.
    Já bem-sucedido em sua empreitada, o jovem retorna à cidade por um motivo muito especial: visitar o amigo, José Alvorada, morador da roça. Nostalgia e lembranças doces (ou nem tanto) de um tempo que não mais volta invadem seu coração e ele reconhece tudo o que aprendeu ali mesmo, naquele lugar onde a cultura é quase intocada de tão primária. Durante sua visita, ele conhece Regina, única filha de José, uma bela e tímida moça, de 14 ou 15 anos. Conhece ainda Ana, a esposa de José, e a sogra do amigo, dona Joaquina - matriarca da família.
    Na ocasião, em um momento especial, Dona Joaquina mostra ao visitante a colcha de retalhos que fazia para a neta, aproveitando as sobras de todos os vestidos da menina e revela que este será seu presente de noivado e que o último retalho aplicado será o do vestido de casamento dela.
    Dois anos mais tarde, o rapaz volta ao local para rever José Alvorada. Entretanto, estremece ao perceber que, do sítio, já não resta mais nada. Todo aquele lugar “mágico” estava em ruínas. Mais do que isso, Ana, a esposa, falecera e a filha, Regina, fugiu para ser 'moça' na cidade, levada por um rapaz da vizinhança. Para completar, a velha avó, acabada pelos desgostos, abandonara a confecção da colcha. Lamentando a perda da neta como se esta tivesse falecido, dizia apenas aguardar a própria morte para levar a colcha inacabada feito mortalha.
    E é assim que, no decorrer das linhas, o autor conta, em forma de versos medidos, a história da família Alvorada. O que permite ao leitor identificar semelhanças destes personagens com sua própria trajetória. Hábitos e lendas que atravessam gerações enriquecem ainda mais o contexto cultural da obra. Tudo contado em cordel aliado à intimidade e experiência do cearense, Moreira de Acoipara.
    A literatura de cordel tem origens na Europa da Idade Média, dos trovadores e menestréis e provavelmente tenha chegado ao Brasil de maneira oral, junto com o colonizador, ali pelo século XIX. Típicos do Nordeste brasileiro, os folhetos com versos medidos e rimados, geralmente com estrofes de seis versos (sextilhas) ou de sete (setilhas), de sete sílabas poéticas, com xilogravura na capa, são conhecidos pelo nome de cordéis. São histórias de heróis e santos, dramas ou reportagens sobre ocorrências locais, que costumas expostas e vendidas em feiras e mercados pendurados em cordões.
    Enriquecem a obra as ilustrações de Erivaldo Ferreira da Silva, com suas variadas texturas e ícones, xilógrafo que aprendeu a técnica com Ciro Fernandes e com o autor e ilustrador J. Borges.
    E para aproximar o público dessa técnica tão peculiar, a Editora Melhoramentos expõe em seu estande, durante a XV Bienal do Livro Rio, as matrizes de madeira nas quais as xilogravuras da obra foram gravadas.

    Colcha de Retalhos,Moreira de Acopiara, Ilustrações de Erivaldo Ferreira SilvaEDIÇÃO CONFORME ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA40 páginas / 17 x 24 cm / brochura / R$ 34,00
    Editora Melhoramentos, 2011

    Sobre o autor:
    Moreira de Acopiara assina seus trabalhos com o nome de sua cidade natal. Nasceu em Acopiara, sertão central do Ceará, em 1961, e escreveu seus primeiros versos aos treze anos, influenciado pelos mestres da literatura de cordel e pelos cantadores repentistas. Publicou mais de cem cordéis e vários livros, além de gravar dois CDs. Desde 2004, ocupa a cadeira de número 4 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC).
    Em sua história de vida pessoal, foi alfabetizado pela mãe e entre um trabalho e outro realizado na fazenda onde viveu, até os 20 anos, intercalava os horários para a leitura de livros de autores como Graciliano Ramos, Machado de Assis, Patativa do Assaré, Fernando Pessoa, Castro Alves, Camões, a literatura de cordel e os versos dos cantadores repentistas da região. Poeta e escritor, estudioso e conhecedor da cultura popular brasileira, declamador, já publicou dezenas de cordéis.

    Sobre a Editora Melhoramentos
    Há 120 anos no mercado, a Melhoramentos ocupa posição de destaque nos diversos mercados em que atua. Na área editorial, uma das vedetes da Melhoramentos é a linha de dicionários Michaelis (português, inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e japonês), que detém 35% do mercado. Para não perder a tradição iniciada em 1915 – com a edição de O Patinho Feio – de ser a principal editora infantojuvenil do país, a Melhoramentos alinha entre seus autores nada menos que Ziraldo e seus 188 títulos – um sucesso absoluto entre o público jovem de todo o mundo e que já bateu um recorde histórico: passou dos 2,8 milhões de exemplares vendidos de O Menino Maluquinho.

    Reproduzido de Jornow: www.jornow.com.br

    quarta-feira, 14 de setembro de 2011

    Trajetória das mulheres na poesia popular é tema de debate nesta quarta – Recife PE

    O papel feminino dentro da produção cordelista nacional e as estratégias adotadas para driblar a invisibilidade social serão debatidos no Centro Cultural dos Correios

    Um debate sobre o feminino na literatura de cordel será realizado pelo Museu de Arte Popular (MAP) nesta quarta-feira (14) no Recife.  O bate-papo, que tem como tema “Mulheres em Cantos e Versos”, acontece no Centro Cultural dos Correios, às 19h, e, na ocasião, será debatida a trajetória das mulheres dentro do contexto da poesia popular.
    Foram convidadas a participar do evento a pesquisadora doutora em História Ângela Grillo (UFRPE) e as cordelistas Susana Morais e Mariane Bigio, integrantes do grupo Vozes Femininas. As debatedoras irão abordar a trajetória das mulheres dentro da produção cordelista nacional e as estratégias adotadas para driblar a invisibilidade social, diante da hegemonia masculina na construção de representações sobre o gênero feminino e a dificuldade de acesso das mulheres ao consumo e a produção literária.
    O Centro Cultural dos Correios fica na avenida Marquês de Olinda, 262, no Bairro do Recife. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3355-3110.

    SERVIÇO
    Debate sobre “Mulheres em Cantos e Versos”, com Ângela Grillo, Susana Morais e Mariane Bigio
    Dia 14 de setembro (quarta-feira), às 19h
    Centro Cultural dos Correios – Avenida Marquês de Olinda, 262, Bairro do Recife  
    Mais informações: 3355-3110

    Reproduzido de pe360graus.globo.com

    Literatura de Cordel é tema de projeto na Escola Presidente Vargas – Dourados - MS

    Odila02Dentre os diversos Projetos de Leitura que constam das atividades pedagógicas dos Alunos do Vargas, a Literatura de Cordel ganhou destaque em um deles. Idealizado e elaborado pela Bibliotecária do Período Vespertino, a Professora Sirlei Costa de Souza Lessa, e desenvolvido sob a orientação da Coordenadora Pedagógica Sonia Brumatti, o projeto “Cordel no Vargas” vem sendo aplicado em todas as turmas dos 6ºs aos 9ºs anos do Ensino Fundamental, dos períodos Matutino e Vespertino, em aulas de Língua Portuguesa, Artes e Geografia (Profª Odolina). Os professores dessas disciplinas realizam um primoroso trabalho em relação à leitura e, em especial para esse projeto, sugeriram a vinda da Poetisa Douradense Odila Schwingel Lange para fazer uma apresentação especial aos alunos e professores participantes do Projeto.
    A “Poetisa Guerreira” atendeu prontamente o convite do Vargas e deu um verdadeiro show de talento nos dois turnos em que esteve na Escola (matutino- 8h às 9h30; vespertino – 14 às 14h30). O Auditório foi o palco de encontro entre a Poetisa e os Alunos e Professores. Ela contagiou a “plateia” não só com suas histórias de vida e de seus cordéis, como também (e principalmente) com a declamação de seus poemas.
    Segundo o Diretor Nei Elias, “esse é um momento ímpar; ocasiões como essas são importantíssimas para o processo de ensinoaprendizagem dos alunos e cumprem papel lúdico essencial de despertar o gosto pela leitura e pela produção de textos poéticos.”
    “Receber uma poetisa da cátedra da Professora Odila é um estímulo à busca de conhecimento, que se pode perceber claramente pelo interesse e alegria com que os alunos participaram desse momento de formação”, afirma a Diretora Adjunta Marisa Simões.
    “A poetisa Odila nos contou um pouco sobre seu trabalho como cordelista. Foram momentos de descontração e aprendizagem...”, comenta Ravine Costa, aluna do 9º C, vespertino.
    “Os alunos amaram participar desse encontro com a poetisa; foi um momento em que, de uma forma bastante descontraída, eles tiveram um rico aprendizado sobre a Literatura em Cordel que se está trabalhando em sala de aula”, finaliza a professora de Língua Portuguesa Ilda Maria.
    A Direção e Coordenação Pedagógica do Vargas agradecem aos Professores e Alunos envolvidos no Projeto pela brilhante performance em mais esse evento e à notável Poetisa que, poetando, mencionou sua vinda à Escola:

    Fui à Escola Presidente Vargas
    Para falar sobre o Cordel
    Como Poetisa Guerreira
    Desempenhei bem meu papel
    Distribuí muita poesia
    E beijinhos doces de mel


    Odila03

    Odila_04

    Odila05

    Reproduzido de www.escolapresidentevargas.com.br

    domingo, 11 de setembro de 2011

    CONVITE FEIRA DE LIVROS

    Por José Acaci

    Nos dias 14, 15 e 16 de setembro acontecerá a Trigésima Feira de Livros do SESC. Eu fui convidado pelo SESC a escrever um cordel(veja o anexo) falando da história e da importância dessa grandiosa feira de livros que, neste ano especial, acontecerá no Complexo Cultural de Natal (Antiga Penitenciária João Chaves), que terá suas portas abertas para visitantes, escolas ou entidades interessadas pelo livro e pela cultura de um modo geral, a entrada é franca. Foram produzidos quatro mil exemplares do cordel, que serão distribuidos gratuitamente.Na programação eu estarei ministrando Oficina de Literatura de Cordel e, no dia 15/09 às 9 h e 15 min estarei no palco apresentando o Show  de cordel e poesia "Conselhos Pra Juventude".
    Espero encontrá-los lá.
    Lembrando: Complexo Cultural de Natal (Antiga Penitenciária João Chaves) - Zona Norte - Natal/RN.
                      dias: 14, 15 e 16, das 8 h da manhã às 5 h da tarde.
    Um abraço a todos.

    FEIRA DE LIVROS DO SESC TRINTA ANOS DE HISTÓRIA NAS ESTROFES DO CORDEL

    Autor: José Acaci

    capa do cordel

    Que a musa inspiradora
    do gênio do menestrel
    dê-me criatividade
    pra eu botar no papel:
    trinta anos de uma feira
    nas estrofes do cordel.

    No ano de oitenta e um (1981)
    esse projeto surgiu,
    nesse tempo se chamava
    Feira do Livro Infantil,
    e se espalhou por todos
    os SESC’s desse Brasil.

    No ano dois mil e cinco
    já tava consolidada,
    e a palavra “infantil”
    foi por decisão trocada
    por “infanto-juvenil”
    e a coisa foi acertada.

    Segundo os coordenadores
    a feira é um instrumento
    de incentivo à leitura,
    que busca a todo momento
    dar o acesso à cultura,
    lazer e conhecimento.

    Foi no SESC do Alecrim
    a primeira edição
    desse grandioso evento
    em prol da educação,
    por que ensina a criança
    a ser um bom cidadão.

    Promovendo acesso ao livro,
    incentivando a leitura,
    dando espaço aos escritores,
    da nossa literatura,
    e fazendo homenagens
    a quem faz nossa cultura.

    Quem já visitou a feira
    levou na sua memória
    as palestras, seminários,
    e contações de história,
    e levou dentro do peito
    a sensação de vitória.

    Vendas e trocas de livros
    com a presença dos autores.
    Oficinas de leitura
    mostrando nossos valores:
    os brincantes, os palhaços,
    artistas e escritores.

    É o SESC trabalhando
    e cumprindo seu papel
    de promover a leitura
    usando a fórmula fiel:
    amor, leitura, poesia,
    arte, cultura e cordel.

    Todo ano a feira traz
    um tema para leitura:
    meio ambiente, folclore,
    história, literatura,
    e a valorização dos nomes
    que fazem nossa cultura.

    É o SESC incentivando
    a formação de leitores,
    a divulgação de livros,
    a luta dos escritores,
    a cultura brasileira
    e a garra dos editores.

    Eu diria que essa feira
    é um grande relicário
    do incentivo à leitura,
    mantendo o lindo cenário
    do contato criativo
    do universo literário.

    Os lançamentos de livros,
    as palestras e oficinas,
    danças, comidas e festas,
    e as culturas nordestinas
    ficam guardados na mente
    dos meninos e meninas.

    A feira se expandiu
    para o SESC Seridó,
    levando conhecimento
    ao povo de Caicó,
    e pros SESC’s das cidades
    Macaíba e Mossoró.

    A feira aqui em Natal
    é um evento de porte,
    no SESC de Potilândia
    cada vez fica mais forte,
    e também no SESC LER,
    que fica na Zona Norte.

    No ano dois mil e onze
    o SESC fez parceria
    com o Governo do Estado
    e nos deu a alegria
    de ter a junção das feiras
    de cultura e poesia.

    E para comemorar
    vamos arrochar o nó.
    Os dois SESC’s de Natal
    unidos numa feira só,
    no espaço da UERN
    vai ser de levantar pó.

    Este ano o SESC faz (2011)
    um trabalho diferente,
    com a criatividade
    de todo seu contingente,
    unindo a feira de livros
    ao tema Meio Ambiente.

    O incentivo à leitura
    é o ponto de partida
    para ensinar às crianças,
    de maneira divertida,
    que esse tema está ligado
    à qualidade de vida.

    Cada profissional
    sabe dos seus afazeres
    pra ensinar as crianças
    a usar os seus saberes,
    e para ter consciência
    dos direitos e deveres.

    É uma soma de esforços
    pra montar uma estrutura
    pra fazer a juventude,
    com carinho e com ternura,
    ter os primeiros contatos
    com nossa literatura.

    Discutindo as consequências
    do aquecimento global,
    o SESC visa trazer
    pro contexto social
    uma visão de um mundo
    mais humano e mais plural.

    A poluição do ar,
    a destruição da serra,
    o lixo que produzimos,
    as consequências da guerra,
    e todo o mal que eles trazem
    pro nosso planeta terra.

    Tudo isso apresentado
    de formas interessantes,
    usando a ludicidade
    dos artistas e brincantes,
    pra deixar bem fixado
    na mente dos estudantes.

    É o SESC abrindo as portas
    para que a comunidade
    tenha acesso à leitura
    e dando oportunidade
    do povo desenvolver
    sua curiosidade.

    Parabéns aos estudantes.
    Parabéns aos professores.
    Parabéns aos funcionários,
    artistas e escritores,
    e parabéns às crianças
    nossos maiores valores.

    Parabéns aos diretores
    por levantar a bandeira,
    e eu peço ao povo presente
    de uma forma prazenteira
    mil aplausos para o SESC
    por essa bonita feira.

    Termino aqui meu cordel
    dizendo em minha poesia:
    que Deus abençoe a todos,
    lhes dê paz e harmonia
    pra vocês e para os seus,
    fiquem com as bênçãos de Deus,
    adeus, até outro dia.
    FIM

    Reproduzido do Blog de Beth Baltar: www.blogbethbaltar.blogspot.com

    A jumenta de Pomerode foi para o papel e virou literatura de cordel -

    No estilo literário Cordel, Erivaldo Leite de Lima transformou em verso e prosa um episódio vivido em Pomerode.

    Capa

    Como pode uma história ocorrida no Zoo de Pomerode rodar quase 3.650 Km e parar na capital do Rio Grande do Norte, Natal? Essa pergunta o Jornal de Pomerode também fez quando recebeu um envelope do remetente Jorge Brito, que de Brasília enviou um exemplar da obra “A jumenta que virou Zebra”.
    No estilo literário Cordel, Abaeté do Cordel, como é conhecido Erivaldo Leite de Lima, transformou em verso e prosa o episódio de 2006, quando uma zebra macho do Zoológico de Pomerode estava deprimida e se sentindo só. Para amenizar o problema foi pensado em pintar uma jumenta para servir de alento a pobre zebra.
    Mas essa história já é conhecida do povo daqui. O curioso é ter virado literatura, fato que gerou muitos risos quando aconteceu.
    Abaeté ouviu a história e decidiu versá-la. E é justamente na quarta estrofe que o cordelista explica como soube de tal fato. Segundo ele, um amigo lhe contou e ele achou curioso toda a farsa, que visava o bem-estar da zebra.
    Porém, o escritor fez uma analogia do fato com a capacidade do ser humano de enganar ao próximo e versou assim: “Pela mente do ser humano, que mente para se dar bem. A mentira vai passando, mas quando a verdade vem, sai destruindo com força, o castelo de alguém”, alertou Abaeté.
    Entretanto, mesmo não conhecendo a cidade e com o intuito de não escorregar na rima, que é uma característica do Cordel, o escritor cordelista soube enaltecer a Cidade Mais Alemã do Brasil e prometeu fazer uma visita.
    Quando isso acontecer, veremos outras de nossas histórias se transformarem em páginas da literatura de cordel, assim como aconteceu com o episódio da jumenta.

    Erivaldo Leite de Lima, o poeta Abaeté do Cordel

    Erivaldo Leite de Lima, o poeta Abaeté do Cordel

    Quem é?
    Erivaldo Leite de Lima, o poeta Abaeté do Cordel, é natural da cidade de Sertânea, no estado de Pernambuco e mora há mais de 20 anos em Natal. Ele se considera um PERNAMPO (Pernambucano-Potiguar) e é o idealizador e organizador da Casa do Cordel. Abaeté é autor de mais de 500 títulos de literatura de cordel, entre eles "O casal que engatou no parque industrial”, "Astrologia do peido”, "O câncer infantil", e outros. Seus trabalhos já passaram por diversos países do mundo como: França, Portugal, Espanha e Estados Unidos.

    Literatura de cordel
    A literatura de cordel, vulgarmente conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.

    Reproduzido do Jornal de Pomerode: www.adjorisc.com.b

    11 DE SETEMBRO: O ATAQUE ÀS TORRES GÊMEAS

    Por Manoel Messias Belizario Neto (via twitter)

    É, o #11desetembro
    Da memória ñ se apaga,
    Porém temos que lembrar
    Que o mal é uma praga.
    É assim: quem faz o mal,
    O mal recebe por paga.

    É, o #11desetembro
    Uma canção triste canta.
    Traz uma reflexão
    Que pra poucos adianta:
    "Nesta Terra cada um
    Colhe aquilo que planta”.

    Aquele que planta ódio
    Nunca colherá amor.
    Àquele que dá espinho
    Ninguém nunca dará flor.
    Quem semeia violência
    Recebe os frutos da dor .

    Neste #11desetembro
    Repudio o ataque
    Às Torres Gêmeas e também
    A invasão do Iraque.
    Morreu tanto inocente
    Nesta guerra de araque.

    Neste #11desetembro
    Distribuo condolência
    Àqueles q faleceram
    Numa total inocência
    Não só na América, mas onde
    A guerra teve abrangência.

    Chora neste mesmo dia
    A nação americana
    Também o povo afegão
    Pobre sem nenhuma grana
    E a gente desvalida,
    Destruída, iraquiana .

    Imagem: opiniaodeumalady.blogspot.com

    quinta-feira, 8 de setembro de 2011

    Academia Brasileira de Literatura de Cordel realiza plenária e 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel em Caruaru

    Nos próximos dias 14 e 15 de outubro, a ABLC, Academia Brasileira de Literatura de Cordel, entidade cultural permanente, sediada no Rio de Janeiro, fundada em 1988, que abriga no seu quadro de Acadêmicos e Beneméritos, os mais ilustres e representativos escritores e admiradores desta genuína expressão literária da Língua Portuguesa, a convite da ACLC – Academia Caruaruense de Literatura de Cordel, realizarão na cidade Caruaru – PE os seguintes eventos:

    http://jornaldecaruaru.files.wordpress.com/2011/09/dsc02062.jpg?w=563&h=422

    - Dia 14 a partir das 20:00h: A ACLC realizará o 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel
    - Dia 15 a partir das 16:00h: A ABLC realizará sua Plenária de outubro.

    O 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel. Será realizado e terá premiação de acordo com o seu regulamento.

    A Plenária da ABLC é um encontro mensal de avaliações e congraçamentos do seu quadro de Acadêmicos e Beneméritos. Na ocasião, serão empossados os dois novos Acadêmicos recém eleitos, os poetas Marcelo Soares e José Honório e homenageados personalidades pernambucanas a seguir relacionadas.

    BIOGRAFIA CONCISA DOS NOVOS ACADÊMICOS:

    Marcelo Soares: Pernambucano de Olinda é artista gráfico, poeta cordelista, editor e arte educador. Nasceu em 1953, filho do Poeta Repórter José Soares, expoente e renomado cordelista pernambucano. Iniciou na gravura, em 1974 fazendo capas para folhetos de cordel, incentivado pelo pai. Marcelo Soares é autor de quase uma centena de folhetos de cordel publicados, expandiu suas atividades, incursionando por desenho e pintura, criando capas e ilustrações para livros, discos, cartazes para cinema, shows, teatro e outros eventos. Ilustrou obras para várias editoras, entre elas: Brasiliense, Itatiaia, Bagaço, CEPE, Prelo, Paulinas, Contexto, Global, Bagagem, e para os jornais: O Globo, Jornal do Brasil, O País, O Pasquim, Jornal do Commércio, Diário de Pernambuco. Trabalhou com Ariano Suassuna, (1994-1998), e ministrou oficinas de gravura em todo o Brasil. Como xilógrafo ministrou tambem, centenas de oficinas de iniciação a xilogravura em Portugal, França, EUA. e México.

    José Honório: Pernambucano matuto do Recife, como se auto define, nascido em 1963. Seus pais nasceram e cresceram no meio rural. Cresceu ouvindo histórias de trancoso, lendo folheto de cordel, escutando repentistas pelo rádio e vendo emboladores na Praça da Independência e no Mercado de São José, aqui no Recife. .Em 1984 publicou o seu primeiro cordel: Recife – Carnaval, Frevo e Passo. De lá pra cá foram com mais de cinqüenta folhetos jogados na praça, palestras, oficinas e recitais, neste crescente e prazeroso compromisso de divulgar a poesia nordestina. José Honório foi um dos primeiros cordelistas a utilizar o computador a serviço do cordel. Primeiro para a impressão dos folhetos, depois para divulgá-lo através da Internet. Em 2005 foi a Suíça fazer palestras para brasileiros e admiradores da cultura brasileira. Também foi a Genebra, Lousane, Zurich, Basel e Locarno. É fundador e atual Presidente da União dos Cordelistas de Pernambuco – Unicordel. É bancário e formado em Turismo.

    HOMENAGEADOS:

    O principal homenageado deste evento será o Ilustre Brasileiro Acadêmico Ariano Suassuna, com a medalha LEANDRO GOMES DE BARROS, maior comenda da Instituição, pela sua obra e sua importância no universo da cultura popular brasileira, especialmente e destacadamente a Literatura de Cordel.
    Serão homenageados também, com a Medalha Rogaciano Leite, estes gigantes personagens da Cultura Popular Nordestina, os ilustres pernambucanos:

    Alexandre Santos – Presidente da União Brasileira de Escritores.
    Ana Cely Ferraz – Editora Coqueiro.
    Xico Bizerra – Compositor e Poeta popular.
    Fernando Duarte – Secretário Estadual de Cultura.
    Mestre Dila – Xilogravurista.
    Ivanildo Vilanova – Poeta, Violeiro e cantador.
    Roberto Benjamin – Professor e Pesquisador.
    Maciel Melo – Compositor e Poeta popular.
    Rogério Menezes – Radialista, Violeiro e Cantador.
    José Borges – Xilogravurista e Poeta.

    ACADÊMICOS CONVIDADOS:

    Esta Plenária contará com as presenças do Presidente e do Diretor Cultural da Instituição, Poetas Gonçalo Ferreira da Silva e Chico Salles respectivamente, alem dos demais membros da ABLC, notadamente os Acadêmicos residentes no Nordeste: Crispiniano Neto, Klévisson Viana, Josenir Lacerda, Sávio Pinheiro, Gilmar Santana Ferreira, Arievaldo Viana, Manoel Monteiro, Severino Sertanejo, João Firmino Cabral, Bule Bule, José Maria de Fortaleza, Beto Brito, Antonio Francisco de Melo, João Dantas, José Walter Pires, e Pedro Costa. Estarão presentes, também à comitiva com Acadêmicos do Rio de janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Destacando-se aí os Poetas: Mestre Azulão, Moreira de Acopiara, Cícero Pedro de Assis, Antonio Araújo Campinense, Maria de Lourdes Aragão Catunda, João Batista de Melo, Maria Rosário Pinto, Fernando Silva Assumpção, Sepalo Campelo, William J.G. Pinto, Marcus Lucenna, Fábio Sombra, Ivamberto Albuquerque Oliveira, Sergival Silva, Victor Alvin Garcia, e Olegário Alfredo.

    A expectativa da Direção da ABLC, para esta terceira Plenária anual a se realizar fora da sua sede no Rio de Janeiro, é de total sucesso, devido à experiência das Plenárias de 2009 e 2010, realizadas em Fortaleza – CE e João Pessoa – PB respectivamente. Pretende-se também, tornar parte das suas Plenárias anuais, itinerante realizando-as de maneira rotativa em outros estados, notadamente nos estados que tenham parte do seu quadro Acadêmico residente, e nos estados que ofereçam apoio e infra-estrutura indispensáveis para a realização do evento.
    O evento será realizado No auditório da FAFICA – Faculdade de Filosofia de Caruaru, Rua Azevedo Coutinho, Petrópolis – Caruaru PE, para o Corpo Acadêmico presente e seus convidados. Será também aberto ao público, que receberá senha 30 min antes do início da Plenária.

    Reproduzido de jornaldecaruaru.wordpress.com

    CAMPUS PICOS LANÇA CONCURSO DE LITERATURA DE CORDEL - IFPI

    Nesta primeira edição do evento, o tema é "Cultura Nordestina: povo, costumes e lugares"

    O Campus Picos, por meio da Coordenação de Biblioteca e Coordenação Pedagógica, lançou, nesta semana,  o I Concurso de Literatura de Cordel.  Na segunda-feira, 5, houve a divulgação do projeto com distribuição de folder e, na terça, 6, os alunos confeccionaram painéis ilustrativos e fizeram a instalação do "Recanto do Cordel".

    O concurso faz parte do projeto "Literatura de cordel na escola: um resgate à cultura popular brasileira em versos" e nasceu da necessidade de promover o reconhecimento e a valorização deste tipo de genêro literário, além de estimular a produção textual no âmbito escolar.

    Esta primeira edição do evento é destinada aos alunos da modalidade médio integrado e tem como tema "Cultura Nordestina: povo, costumes e lugares". Haverá premiação para os três melhores trabalhos.

    Confira o calendário das próximas atividades relacionadas ao evento.
    Dia 15/09: Workshop "Desbravando o cordel", com exibição de vídeo e participação de cordelistas e repentistas da região de Picos.

    Dia 17/10: Resultado final do concurso com apresentação dos três melhores trabalhos interpretados por repentistas convidados.

    Autor: Assessoria de Comunicação / IFPI

    Reproduzido de www.ifpi.edu.br

    Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel

    Por Elmano Rodrigues Pinheiro


    Como na letra da música Sertão grã-fino, Luiz Gonzaga e Marcos Valentim, o baião migrou para os salões e ganhou status de valsa. Graças à força de Chiquinha Gonzaga (Ô abre alas) e do próprio Luiz Gonzaga (Asa Branca). Finalmente a mídia reconhece que “a voz do povo é a voz de Deus”. E aborda temáticas populares em minisséries e novelas. Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida inspirou-se em três cordéis: O cavalo que defecava dinheiro e O julgamento do cachorro, de Leandro Gomes de Barros, e O castigo da soberba, de Silvino Pirauá, e deu no que deu: retumbante sucesso.
    O cordel, sem distinguir classes sociais, sempre andou de boca em boca por todos os rincões do País. A exemplo do rádio, que não perdeu terreno para a TV, e da música popular que invadiu os salões para aliar-se à valsa, a literatura popular conquistou seu lugar ao sol, ao assimilar o formato de livro para adultos, e do colorido infantojuvenil.
    O cordel conquistou as escolas, virou tema de dissertações e teses em universidades do mundo inteiro e tomou posse em academias, para colher os frutos cultivados por poetas e xilogravuristas.
    Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel, de Gonçalo Ferreira da Silva, não tem pretensão de esgotar o tema, pois o trata com flexibilidade, ao abrir espaço para outras abordagens.

    Reproduzido do blogdocrato.blogspot.com

    domingo, 4 de setembro de 2011

    Tirando de letra

    De Alexandre Dumas a Guimarães Rosa, a novela 'Cordel Encantado' faz bom uso das melhores e mais distintas fontes literárias

    Por Patrícia Villalba

    Nathalia Dill está no elenco da atual novela das seis - DivulgaçãoRIO - Nome de novela não é coisa que se leve tão a sério, porque nem sempre explica o que é desenvolvido nos capítulos do dia a dia. Mas, a 20 dias do fim de Cordel Encantado, as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes não deixam dúvida de que a literatura de cordel fez mais do que emprestar o título para a novela das 6, que termina no dia 24 com sucesso de público, crítica e a admiração até de quem despreza o gênero.

     

    Os folhetos impressos que começaram a circular no País no século 19, à moda da adaptação em versos das histórias orais medievais feitas na Europa durante o Renascimento, deram o tom da novela. E como autênticas cordelistas, as autoras trataram de abarcar todo tipo de referência literária, inclusive seguindo a tradição dos mestres de misturar lendas europeias com a mais pura cultura nordestina. "De fato, o cordel foi uma espécie de ‘norte’ para a gente - não só no enredo, mas na construção da narrativa", explica Duca ao Estado. "O ponto de partida foi a história da princesa europeia perdida no sertão do Brasil. São dois universos muito diferentes que, no entanto, convivem há muito tempo nos cordéis nordestinos."

    Tropicalismo. O resultado, bela colcha de retalhos emoldurada pela fotografia de cinema da diretora Amora Mautner, pode também ser definido como um álbum de figurinhas de uma "biblioteca básica". A quem interessar possa, Cordel Encantado cita Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto e Ariano Suassuna. Nossos autores se encontram com os contos de fadas e os "tesouros da juventude", como Os Três Mosqueteiros e O Homem da Máscara de Ferro. "Nós somos, de certa forma, ‘filhas’ dos tropicalistas. Aprendemos com eles a fazer essa mistura", anota Duca.

    Filha de migrantes pernambucanos que se estabeleceram no Rio, Thelma repete na novela o que fazia na infância. "Meu pai me levava à Feira de São Cristóvão para comprar produtos nordestinos, como rapadura, farinha e... os tais livretos de cordel, que eu amava. Eu lia esses livretos da mesma maneira que lia Monteiro Lobato, os contos de fadas do Mundo da Criança, os resumos das peças de Shakespeare que havia no Tesouro da Juventude", conta a autora. "Não tinha consciência da diferença entre essas leituras. Misturava tudo no mesmo saco! E que saco maravilhoso, não é?"

    É, sim. Agora, a mistura começa nas páginas de ficção e pula para os volumes de História. Nos romances, há correspondentes para a linda e perigosa Úrsula (Débora Bloch), que tem parentesco com a Marquesa de Merteuil, de Ligações Perigosas. Herdeiro do rei do cangaço, Jesuíno (Cauã Reymond), veja só, é um perfeito Robin Hood. E Setembrino (Glicério Rosário) vai conquistar um amor por causa dos versos que assina com pseudônimo, como faria Cyrano de Bergerac.

    A mera semelhança com a vida real não é coincidência no caso do Rei Augusto (Carmo Della Vecchia) que, apresentado como um monarca de espírito aventureiro, ficou a cara de d. Pedro I desde que desembarcou em Brogodó. Da mesma forma, Herculano (Domingos Montagner) e Miguézim (Matheus Nachtergaele) - não vê quem não quer - são os próprios Lampião e Antonio Conselheiro.

    Nicolau (Luiz Fernando Guimarães) é feito no molde do clássico mordomo palaciano, com um tempero contemporâneo: como o secretário pessoal de Lady Di, ele lançou uma biografia não-autorizada da princesa Aurora (Bianca Bin). A destemida jornalista Penélope (Paula Burlamaqui) e seu empenho por uma reportagem sobre Herculano é uma homenagem das autoras ao fotógrafo Benjamim Abrahão Botto, que registrou imagens de Lampião nos anos 20. Quem viu a novela não perdeu a piada: o filme de Penélope acaba por revelar ao estrelato a figura de Belarmino (João Miguel), cangaceiro mestre em disfarces e metrossexual da caatinga.

    Felipe (Jayme Matarazzo) tem o mesmo nome do príncipe encantado de A Bela Adormecida mas, tão melancólico e romântico, está mais para um Charles Baudelaire. E como a Aurora dos contos de fadas, a Aurora da novela ficou anos e anos afastada de sua família real - a diferença é que a primeira dormiu, enquanto a segunda preferiu se esbaldar no forró de Brogodó. O ímpeto da mocinha arretada, cujo sotaque acentua o temperamento explosivo, e o carisma do "Robin Hood" do sertão Jesuíno fazem toda a diferença: não se trata de um casal de mocinhos comum, daqueles cujas cenas românticas provocam enjoos na audiência, mas de dois heróis para se gostar.

    Páreo para Aurora, só mesmo uma Doralice (Nathália Dill) da vida. A antagonista, que luta pelo amor de Jesuíno, tem a composição mais interessante da trama e, por isso, está longe de ser rejeitada pelos que torcem pela mocinha. Filha do prefeito e letrada, em certo ponto da história ela chegou a se disfarçar de homem para ingressar no bando de justiceiros chefiados por Jesuíno - por amor e idealismo. Lembrou Bruna Lombardi, claro, em Grande Sertão: Veredas. "Ali, usamos o mito da donzela guerreira que, na verdade, serviu como inspiração ao Guimarães Rosa para compor sua Diadorim, e as histórias de Joana D’arc", explica Duca, citando ainda Anita Garibaldi, a quem Doralice evoca na etapa atual da trama, quando luta de cara limpa contra a tirania de Timóteo (Bruno Gagliasso).

    Personagens fortes em ambiente de encantamento parecem perfeitos para a alta dose de romantismo fluir, como uma verdadeira história de capa e espada. Mas esse crédito as autoras fazem questão de chamar para si. "Tenho que confessar que Duca e eu somos muito românticas. Não importa se a novela seja contemporânea e com uma pegada mais realista. Ainda assim, nossos casais serão sempre muito românticos. Porque nós somos assim!"

    Fonte: Jornal Estadão: www.estadao.com.br

    A produção feminina na literatura de cordel

    Por Rosario Pinto

     

    O I Encontro de poetas populares e rodas de cantoria, em sua primeira edição abriu espaço para o tema A produção feminina na literatura de cordel, em outubro de 2009. Nesta data participaram do Encontro Maria Rosário Pinto, Dalinha Catunda e madrinha Mena. Dalinha chegou com o folheto Saias no cordel, Papo de Mulher e As três Marias;

    Eu tracei um panorama teórico da literatura de cordel; e, Madrinha Mena com sua viola, suas histórias e canções, que costuma cantar nas Plenárias da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. A partir dessa data Dalinha teve a ideia de criarmos um blog dedicado a produção feminina, daí nasceu o Cordel de Saia. Contatamos algumas poetas, procurando seguir seus sites e/ou blogs e publicando suas produções nas janelas Prata da Casa (quando membro da ABLC e em Cordel de Saia convida (para poetas não membros da ABLC).

    Aqui, pretendo resgatar algumas pesquisas realizadas sobre a produção feminina. Não está fechado, é um norte, um rumo para outras abordagens, na verdade, posso dizer – uma provocação, que suscite o interesse pela busca de mais informações.

    O poeta e presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel/ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva dedicou os versos abaixo para homenagear as mulheres que atuam na literatura popular:

    Mulheres na Academia
    Já são comuns no presente
    No futebol, na política,
    Já tem mulher presidente
    No cordel, diz a razão,
    Não pode ser diferente.

    Três mulheres se uniram,
    Nossa querida madrinha
    Mena e Maria Rosário
    Lideradas por Dalinha
    Nos provam que não entendem
    Só de tanque e de cozinha.

    Mulheres, dentro do tempo
    E de civilizações
    Ficavam sempre por baixo
    Em certas situações
    Mas descobriram com o tempo
    Diferentes posições.

    Meu coração de poeta
    É realmente fiel.
    Às santas musas da música,
    Do bordado e do pincel.
    E um escravo servil
    Das artistas do cordel.

    A nossa Madrinha Mena,
    Dedilhando um violão
    Anima as tardes festivas
    Da nossa instituição
    Nestes mais de vinte anos
    De muita dedicação.

    Mulheres não mais aceitem
    Que os homens botem banca
    Venham todas, incluindo
    A irrequieta Fanca,
    O cordel é unissex
    Portanto a entrada é Franca.
    *
    Com homem eu não pelejo
    Faço mesmo é parceria.
    Sendo filho de mulheres
    Sem dúvidas nossas crias.
    Lá em casa são três machos,
    Mas deles não sou capacho.
    Sou respeitada Maria.
    (Dalinha Catunda, Papo de Mulher)
    *

    De tanto ler cordel,
    De tanto catalogar,
    Tomei gosto pelo verso,
    E cultura popular.
    Agora que tomei gosto,
    Vai ser difícil parar.
    (Rosário Pinto, Peleja Dalinha X Rosário)
    Patativa do Assaré no seu poema Mãe Preta esclarece o valor dos versos da mulher:

    Dorme, dorme, meu menino,
    Já chegou a escuridão,
    A treva da noite escura
    Está cheia de papão.

    No teu sono terás beijos
    Da rosa e do bugari
    E os espíritos benfazejos
    Te defendem do saci.

    Dorme, dorme, meu menino,
    Já chegou a escuridão
    A treva da noite escura
    Está cheia de papão.

    Dorme teu sono inocente
    Com Jesus e com Maria,
    Até chegar novamente
    O clarão do novo dia.

    Iscutando com respeito
    Estes verso pequenino,
    Eu sintia no meu peito
    Tudo quanto era divino;
    Nem tuada sertaneja,
    Nem os bendito da igreja,
    Nem os toque de retreta,
    In mim ficaro gravado,
    Como estes versos cantado
    Por minha boa Mãe Preta.

    Após levantamento, observamos que a Cordelteca – Memória da literatura de cordel, da Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP/Iphan/Minc, www.cnfcp.gov.br, tem hoje mais de 50 poetas mulheres e cerca de 100 títulos. As gestoras do blog têm sido constantemente procuradas por escolas, alunos universitários e professores em geral para subsidiar oficinas, tese de mestrado e doutorado, nos vários estados da federação. Estão disponíveis para eventos como palestras, recitais e oficinas. A pretensão não é ensinar a fazer poesia, mas divulgar a literatura de cordel como literatura que transcende os tempos e utilizá-la como ferramenta interdisciplinar nas escolas.

    A tese de mestrado de Doralice Alves de Queiroz, Mulheres cordelistas – percepção do universo feminino na literatura de cordel, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários, da UFMG, em 2006, analisa os perfis de mulheres no percurso da história da literatura oral e mais recentemente de cordel. Suas produções num reduto essencialmente masculino. Mas, não devemos esquecer que sempre coube a mulher a educação familiar, a transmissão dos conhecimentos e das tradições orais: cantigas, lendas, e costumes.

    A primeira mulher que publicou, em 1938, o fez sob pseudônimo masculino, somente a partir de 1970 é que se pode verificar a autoria feminina em publicação de folhetos de cordel. A figura da mulher sempre apareceu com características de – virtude, honestidade, beleza e, sob a ótica masculina e, com cunho moralizante. A mulher, na sociedade patriarcal, era reclusa, aos cuidados do lar e a educação dos filhos, sua educação não ia além da possibilidade de ler e escrever livros de receitas, quando muito. Valia o jargão: “se uma mulher aprende a ler, será capaz de receber cartas de amor”. Veja a quadrinha popular do início do século XX, abaixo:

    “Menina que sabe muito
    É menina atrapalhada,
    Para ser mãe de família,
    Saiba pouco ou saiba nada.”

    Uma das primeiras descobertas de mulher escrevendo cordel foi o folheto publicado sob o pseudônimo de Altino Alagoana, este nome referia-se a Maria das Neves Batista Pimentel, filha do poeta e editor Francisco das Chagas Batista.

     a mulher medieval na Europa, sua participação na vida comunitária e contribuição artística – “a musa da oralidade; cantora, declamadora, memorizadora, está a aprender a ler e a escrever”;

    Na Idade Média, a mulher era segregada de toda e qualquer atividade produtiva. Cabia ao homem o desempenho poético – trovadores, jograis e menestréis, que percorriam as cidades difundindo suas composições. Os poetas nordestinos também percorriam cidades, indo de feira em feira, seguindo o ciclo das grandes festas populares e de romarias, levando suas poesias, cantadas por folheteiros, homens do povo, que afastados do mercado de trabalho, emprestavam sua voz na venda de romances dos grandes autores de romances de cordel, recebendo alguma remuneração pelos seus serviços poético-musicais. Surge daí a figura do cantador, que permitiu a permanência da literatura de cordel por meio da memória oral.

    A literatura de folhetos chega ao Brasil no período dos colonizadores, a maioria sobre feitos heróicos, histórias de princesas. Assim, a nossa literatura popular, quando assume identidade própria, está fincada no romanceiro da Idade Média, cujas produções ocorreram na Península Ibérica, Países Saxônico, Germânicos e também da Holanda, tanto do ponto de vista dos conteúdos – novelas de cavalaria, grandes batalhas, romances, que aqui foram transportados para as lutas do cangaço, a religiosidade popular, dificuldades com as grandes secas e enchentes, e as histórias de animais (sempre com um cunho moralizante); como das formas – obedecendo as mesmas dimensões gráficas de tamanho e paginação. Os romances, as grandes narrativas devem ser elaboradas em sextilhas, com 32 páginas; os contos de animais e abêces, em quadras, sextilhas ou setilhas de 8 páginas; também nas grandes pelejas e cantorias o critério permanece, mas a forma mais utilizada é a décima.

    Doralice Queiroz cita nota de Rodolfo Coelho Cavalcante, publicada pelo Correio popular, de Campinas, 1982, que vale a pena transcrever, em que diz:
    “Não adianta escrever poemas, trovas ou estrofes que não sejam em sextilhas, setilhas, décimas, setissilábicas ou em decassílabos, e vir dizer que é Literatura de Cordel. Muitos eruditos andam escrevendo opúsculos até em prosa dizendo ser Literatura de Cordel.
    Quando os versos são compostos em forma de narrativa, tem de ser em sextilhas […]. E assim o poeta vai continuando a sua narração arte completar 8, 16 ou mesmo 32 páginas – as mais usadas. Em cada página cabem cinco estrofes [sendo em sextilhas]. Na primeira, apenas quatro – para que o título da história, do folheto ou do romance fique mais destacado, bem como o nome do autor […].
    O tamanho do folheto não deve ultrapassar 11-16 cm. Quando maior ou menor, perde sua característica de cordel."
    Não adianta o poeta mostrar eruditismo sem colocar as palavras difíceis em seus respectivos lugares. O cordel sempre foi um veículo de aceitação nos meios rurais e nas camadas chamadas populares, porém precisa arte e técnica de que escreve. Um folheto mal rimado e desmetrificado é um dinheiro perdido de que empresa a sua edição. Existem folhetos que se tornam clássicos, quer pelo seu conteúdo, quer pela sua versificação. Precisa também muito cuidado na colocação do título, que deve ser rápido, sucinto e, ter seu “ponto focal” de atração para os leitores”

    Aponta ainda artigo de Joseph Luyten, em que registra uma das primeiras mulheres catadoras – Maria do Riachão, que desafiava homens a vencê-la e assim, ganhar seu coração. Não é comprovada a existência dessa cantadora, mas já, nessa época, revela-se um movimento de mulheres na poesia popular. Além dela, tem-se o registro da cantadora e poetisa Rita Medêro, que causou verdadeira convulsão no mundo masculino da poesia popular.

    Cordel de Saia busca congregar e difundir a produção feminina na literatura de cordel. Dessa forma, convoca as mulheres a enviarem seus poemas para publicação na janela
    Cordel de Saia convida.

    MULHERES! Visitem-nos. Vamos fazer uma grande Ciranda de Mulheres Poetas!

    Texto: Rosário Pinto
    Foto: grupo da ABLC após sessão pelnária
    Fonte de pesquisa:
    QUEIROZ, Doralice Alves de. Mulheres cordelistas - percepção do universos feminino na Literatura de Cordel. Belo Horizonte, Faculdades de Letras da UFMG, 2006.

    Fonte: Blog Cordel de Saia: www.cordeldesaia.blogspot.com

    Mais um triunfo do poeta Pedro Monteiro

    Por Marco Haurelio

    Pedro Monteiro é um danado. Depois de visitar o universo dos heróis picarescos com Chicó, o Menino das Cem Mentiras e João Grilo, um Presepeiro no Palácio, Pedro se volta, agora, para cenários e personagens que fazem lembrar as Mil e Uma Noites. Mas não nos enganemos: O Triunfo do Poeta no Reino do Cafundó – lançado recentemente pela Luzeiro – integra o mesmo rol dos anteriores, embora, aqui, o burlesco não se revele de imediato e, mesmo no final, só seja percebido por olhares mais perspicazes. As estrofes do introito demonstram que a literatura é a soma do talento individual à capacidade de garimpar no inconsciente coletivo:

    Certa vez imaginando
    A nossa ancestralidade,
    Joguei luz no pensamento,
    E busquei na oralidade
    Histórias que se perderam
    No vão da modernidade.

    Peguei caneta e papel,
    Remexi nos meus lembrados,
    Invoquei sabedoria
    Dos nossos antepassados,
    Lembrei-me da minha avó
    Fazendo seus proseados.

    Ela falava que um reino
    Chamado de Cafundó
    Tinha um monarca viúvo
    De nome Halabadjó,
    Que dizia descender
    Do patriarca Jacó.

    Este Rei tinha uma filha
    Pronta para se casar.
    Por ela ser unigênita,
    Era preciso arranjar
    Um pretendente que fosse
    Apto para governar.

    Maristela era o seu nome
    Uma formosa donzela,
    O Rei invocou a Vênus
    Para ser tutora dela.
    Nos encantos, esta deusa
    Foi generosa com ela.

    Sua feição parecia
    O brilho celestial,
    Um primor de formosura,
    Uma arte escultural,
    Como o fulgor da aurora
    No rebento matinal.

    Foi assim que certo dia
    Halabadjó publicou
    Um edital informando
    Que sua corte aprovou
    E aquela sucessão
    Ele assim normatizou.

    A regra daquele edito
    Foi por um sábio proposta:
    Seria feito a disputa
    Entre pergunta e resposta,
    Somente o sábio dos sábios
    Venceria aquela aposta.

    (...)

    Aparecerá, depois, outro rei cruel, de nome Nagib, que mudará as regras do jogo e instituirá a pena de morte para quem não responder às suas ardilosas perguntas:

    Este Rei era Nagib,
    Homem de muita ruindade.
    Para com o Halabadjó
    Agia sem lealdade
    Pra transformar Cafundó
    Num império de maldade.

    Um poeta, de nome Valdemar, tentará interromper a cadeia de maldades impostas pelo tirano. Sua chegada ao reino e o encontro com a princesa Maristela é um interlúdio romântico, necessário à identificação do protagonista:

    Ela, quando viu o moço,
    Ficou impressionada,
    Sua beleza era tanta
    Podendo ser comparada
    Ao brilho do deus Apolo
    Sobre uma flor encantada.

    Não é novo na literatura de cordel o motivo das perguntas e  respostas. Figura no grande clássico História da Donzela Teodora, de Leandro Gomes de Barros, e nas Proezas de João Grilo, de João Ferreira de Lima. Câmara Cascudo recolheu o conto As Perguntas de D. Lobo, reproduzido no Contos Tradicionais do Brasil, em que o personagem-título é derrotado por um moço que lhe faz a seguinte pergunta: “Quem é que nasceu de uma Virgem, batizou-se num rio e morreu numa cruz?”. D. Lobo, que era o Diabo sob disfarce, sem poder pronunciar o sagrado nome de Jesus, acaba derrotado. O rei Nagib da fabulação de Pedro, encarnando o mal absoluto, é uma caricatura do Diabo dos contos de adivinhação.

    Saudamos, assim, mais um triunfo do poeta Pedro Monteiro que a cada novo título enriquece mais o cordel, gênero que ele adotou como profissão de fé e ao qual tem prestado valorosos serviços.

    Pedro Monteiro, Chicó, João Grilo  e Marco Haurélio

    Esta e outras obras podem ser pedidas à
    Editora Luzeiro
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    Reproduzido do blog Cordel Atemporal: www.marcohaurelio.blogspot.com