Só peço aos meus amigo
Que depois que eu morrer
Escrevam sobre o meu túmulo
Para todo mundo ler
João Vicente da Silva
Cantou para vencer, vencer!”
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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.
(Manoel Belisario)
Fonte: Campus Fac Unb |
Pescado de Biblioteconomia e mais um pouco
Olá!
O post de hoje é sobre o I Fertival de Literatura de Cordel dos alunos de Biblioteconomia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizado pelo Centro Acadêmico Zila Zamede (CAZMA) em parceria com a Biblioteca Central Zila Zamede (BZCM) e com Departamento de Ciências da Informação (DECIN), evento que acontece dia 12 de Março, dia do bibliotecário.
A escolha da data foi bem sugestiva para que os alunos do curso possam fazer uma espécie de repositório, ou seja, é um evento que tem como objetivo o registro da produção intelectual, no caso cordéis com temática livre feitos em grupo ou individualmente e na quantidade que os alunos desejarem.
Foto: Educar com cordel
Ao que se sabe o evento terá duas etapas, sendo que a primeira consiste no envio das produções para serem selecionadas e então escolhidas somente três; e a segunda etapa já apresentará um tema, porém este ainda não foi definido.
As incrições podem ser feitas através do email e.cazma@gmail.com, contendo o nome e período de curso, além de poder anexar os trabalhos.
Se desejar mais informações o CAZMA também tem um blog, que vocês podem acessar clicando aqui .
Ainda não estamos no mês do bibliotecário mas as atividades já estão sendo organizadas e divulgadas. E ainda que você não possa participar e nem acompanhar de perto é interessante saber o que acontece para, quem sabe, organizar uma atividade interessante na sua cidade que valorize e relembre a cultura local.
Espero que tenham gostado
Carlos Herculano Lopes - EM Cultura Publicação:18/02/2013 08:04;
Fonte “Divirta-se”
Acompanhados de xilografias, versos em em estrofes de 10, 8 e 6 versos remontam ao século 16 ainda muito popular no Nordeste, onde chegou com os colonizadores portugueses e encontrou campo fértil para se expandir devido à variedade de assuntos, a literatura de cordel começou a ganhar força em Belo Horizonte de uns tempos para cá. Um dos responsáveis por isso é o escritor Olegário Alfredo, o
Autor de dezenas de livretos, que versam sobre temas diversos, ele coordenou recentemente, para a Editora Crisálida, com apoio do Ministério da Cultura, o lançamento de seis clássicos do gênero: 'A chegada de Lampião no inferno', de José Pacheco; 'A vida de Pedro Cem', 'A peleja de Manoel Riachão com o diabo' e 'O cavalo que defecava dinheiro', de Leandro Gomes de Barros; 'Romance do Pavão Misterioso', de José Camelo de Melo Resende; e 'As proezas de João Grilo', de João Ferreira de Lima.
Curiosidade
Mineiro de Teófilo Otoni, onde começou a se interessar pelo cordel ainda na adolescência, depois de conhecer poetas nordestinos que viviam por lá, Olegário conta que o processo de seleção desses seis primeiros volumes se deu devido à grande procura dos leitores. “Em todos os lugares onde ia fazer palestras e lançar meus trabalhos, as pessoas perguntavam por esses cordéis famosos, e falavam da dificuldade de encontrá-los. Daí surgiu a ideia de lança-los aqui em Minas”, diz o escritor, que é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
Além de ter coordenado o lançamento desses clássicos, em parceria com o poeta Ricardo Bahia Rachid, Olegário Alfredo publicou a série Cordel para crianças. “São 10 textos educativos, nos quais falamos de temas diversos como ecologia, medicina, fauna e flora, capoeira, geografia, e outros”, explica o autor. “Eles estão sendo muito bem recebidos nas escolas, inclusive na Zona Sul.”
Olegário Alfredo coordenou a publicação de seis clássicos do gênero para a Editora Crisálida. Entre os últimos trabalhos de Olegário estão cordéis escritos em homenagem aos 100 anos de nascimento de Jorge Amado e Luiz Gonzaga e sobre a cantora Clara Nunes, além da coordenação do cordel 'A porca de privada', escrito em 1950 pelos mineiros João Júlio de Oliveira e Sebastião Gonçalo de Oliveira. Olegário está terminando também um livreto no qual fala dos antigos cinemas de Belo Horizonte, com previsão de lançamento para breve.
Em relação aos clássicos, o escritor diz que a intenção é lançar vários outros, assim que conseguir mais patrocínios. Em Belo Horizonte, os cordéis podem ser encontrados em bancas do Mercado Central (Av. Augusto de Lima, 744), nas livrarias Crisálida (Rua da Bahia, 1.148/sobreloja 63) e Amadeu (Rua dos Tamoios, 748) e na Borrachalioteca (Praça Paulo de Souza Lima, 22, em Sabará)
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TRADIÇÃO
Também conhecido como folheto, o cordel é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado de relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século 16, mas o nome tem origem na forma como tradicionalmente eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de 10, oito ou seis versos.
Confira reprodução de um dos cordéis de José Pacheco, editado por Mestre Gaio:
A chegada de Lampião no inferno
Um cabra de Lampião
Por nome Pilão Deitado
Que morreu numa trincheira
Em certo tempo passado
Agora pelo sertão
Anda correndo visão
Fazendo mal-assombrado
E foi quem trouxe a notícia
Que viu Lampião chegar
O inferno nesse dia
Faltou pouco pra virar
Incendiou-se o mercado
Morreu tanto cão queimado
Que faz pena até contar
Morreu a mãe de Canguinha
O pai de Forrobodó
Três netos de Parafuso
Um cão chamado Cotó
Escapuliu boca Ensossa
E uma moleca moça
Quase queimava o “totó”
Morreram 100 negros velhos
Que não trabalhavam mais
Um cão chamado Trás-cá
Vira-volta e Capataz
Tromba Suja e Goteira
Cunhado de Satanás
Morreu o cão Parafuso
Cão Farrapo e Cão Perigo
A nêga chupa tutano
Que é irmã do inimigo
Morreu o cão Vira-Mundo
Que vem a ser primo segundo
Da mãe de Calor de Figo
Vamos tratar da chegada
Quando Lampião bateu
Um moleque ainda moço
Na porta apareceu
_Quem é você, cavalheiro?
_Moleque eu sou cangaceiro...!
Via Facebook “Encontro de Cantadores”
Oficinas, bate papo, exposição de artes, lançamento de livros e apresentações culturais com artistas, a exemplo de Xangai, João Sereno, Chico Pedrosa e Maciel Melo. Já está tudo pronto para o 1° Encontro de Educação e Cordel de Petrolina, que acontece de 4 a 14 de março nas escolas estaduais do município e no Sesc Petrolina.
Realizado pela Entre Versos e Canções e o Sesc Petrolina, com apoio da GRE e a chancela do Ministério da Cultura na programação dos Micro Projetos do São Francisco, o Encontro começa nas escolas com as oficinas de cordel e construção poética para alunos e professores no período de 4 a 8 de março. Nos dias de 11 a 13 pela manhã, será a vez dos alunos da EJA do Sesc receberem as oficinas nas dependências do próprio Sesc.
Segundo o coordenador do I Encontro de Educação e Cordel de Petrolina, o poeta e cantador Maviael Melo as inscrições serão abertas a partir do dia 20 e podem ser feitas na GRE, no Sesc e também através do email: poetamavi@yahoo.com.br. As oficinas vão trabalhar com a linguagem do cordel abordando temas, a exemplo do meio ambiente, sexualidade, violência e política. “Toda a produção das oficinas (das escolas e do SESC) serão editadas para uma posterior publicação de um livro, previsto na proposta do Ministério da Cultura, a ser lançado em data ainda a definir”.
A programação do Encontro prossegue no dia 13 às 19h, no Sesc com a abertura da exposição de xilogravura – O Sertão de Euclides da Cunha, de Gabriel Arcanjo. Será montado também um espaço para mostra de alguns cordéis produzidos nas oficinas e para o lançamento de alguns livros de poetas da região. E às 21h, o público poderá conferir uma verdadeira cantoria com Marcone Melo, Celo Costa, Xangai e a participação especial do poeta Chico Pedrosa.
No dia 14 – Dia Nacional da Poesia e aniversário de Chico Pedrosa, o movimento começa logo às 14h, com um bate papo sobre Educação, Cultura, Cordel e Cidadania, tendo como debatedores os professores Genivaldo Nascimento e Josemar Pinzoh. “Os debatedores vão falar do cordel não somente como literatura popular, mas como elemento pedagógico de reflexão, trabalho e como incentivo à leitura e na construção do individuo (aluno), como ator de sua própria história”, adiantou o coordenador do Encontro. Na seqüência, os poetas e cantadores Maviael Melo e João Sereno encerram o Encontro fazendo uma apresentação cultural com a participação especial do “Caboclo Sonhador” Maciel Melo.
Registro fotográfico do evento ocorrido entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2013– Por Manoel Belizario
ABERTURA SOLENE às 19h com representantes do cordel e do repente e órgãos governamentais;
Apresentações culturais: Dilson Tavares (humorista e declamador), Geraldo Amâncio e Josival Viana (repentistas) e Socorro Lira - Quarteto (música regional).
(Abertura) (Declamador Dilson Tavares)
Cantadores Geraldo Amâncio e Josival Viana (Show de Socorro Lira)
14/02/13
Temas (manhã): "Acompanhamento das pautas de reivindicações do I encontro" e " O Espaço da Poesia Popular Nordestina na Mídia e Repente como Patrimônio Imaterial". Palestrantes: Geraldo Amâncio (poeta repentista ) de Fortaleza /CE) Crispiniano Neto (poeta cordelista) de Mossoró /RN, Moreira De Acopiara Moreira (poeta cordelista) de São Paulo, João Santana (repentista de Brasília DF), João Miguel - professor antrópologo e pesquisador da Univ. Fed. do Piauí. Apresentação cultural: João Santana e Valdenor de Almeida (repentistas);
Temas (tarde): "Direitos Previdenciários": como ter acesso aos benefícios da Previdência Social pós regulamentação da categoria. Profissionalização na prática - Legalização do artista popular: Direitos, obrigações, tributos, etc.
Palestrantes: Crispiniano Neto - Poeta cordelista Mossoró RN, Antonio Lisboa - Poeta repentista de Recife/PE, Luis Gonzaga (advogado), Maria dos Santos Alves (Ministério da previdência). Mediadora: Lucinda Marques do IMEPH;
Apresentações culturais: Antonio Francisco (cordelista); Lília Diniz (declamadora); Ismael Pereira e Ivanildo Vila Nova (repentistas); Jota, Jotinha e Jotão (Trio de emboladores de coco).
(Mesa manhã) (Emboladores à direita)
(Poetas repentistas João Santana (Poeta cordelista Antonio Francisco)
e Valdenor de Almeida)
(Declamadora Lília Diniz) (Poetas repentistas Ivanildo Vilanova e Ismael
Pereira)
Temas (manhã): CRIAÇÃO DE SINDICATO PARA O REPENTE E O CORDEL
Palestrantes: Chico Repentista (Brasília /DF); Crispiniano Neto (cordelista de Mossoró/RN); Pedro Costa (repentista de Teresina PI); Mediador: Donzílio Luiz (Poeta repentista e escritor de Brasília/DF)
A POESIA E A XILOGRAVURA COMO NEGÓCIO: Agregação de valor: livro, CD, DVD, camiseta, cartaz, bolsa, sandália, etc. "Mercadorias" - Derivados da Poesia e da Xilogravura (Quem produz? Quem compra? Quem lucra?) Produçaõ de eventos e contratos.
Palestrantes: Gonçalo Ferreira - Poeta, cordelista e presidente da ABLC Academia Brasileira de Literatura de Cordel do Rio de Janeiro e Manoel Belizario Cordelista - Poeta cordelista e professor de João Pessoa PB; Mediador: Antonio Francisco - Poeta Cordelista de Mossoró/RN;
PRODUÇÃO EDITORIAL DE CORDEL
Palestrante: Marco Haurélio - Poeta cordelista, editor, professor e pesquisador da literatura de cordel.
Apresentação cultural de Geraldo Amâncio e Ismael Pereira (repentistas):
Tema (tarde): REPENTE E CORDEL NAS ESCOLAS
Experiências de projetos já realizados e perspectivas para o futuro
Palestrantes: Chico de Assis - Poeta repentista e cordelista de Brasília/DF; Arievaldo Viana - Poeta, cordelista de Fortaleza, CE e Aldaci França - Poeta cordelista e professor de Mossoró/RN; Marcos Medeiros - poeta cordelista de Natal/RN
OFICINA DE LITERATURA DE CORDEL
Oficineiros: Arievaldo Viana e Crispiniano Neto;
Apresentações culturais: Edmilson Ferreira e Antonio Lisboa (repentistas) e Chico César (cantor).
(1ª Mesa manhã) (2ª mesa manhã)
(Mesa tarde) (Cantadores Edmilson Ferreira e Antonio Lisboa)
Por Manoel Belizario
Entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2013 ocorreu em Brasília o 2º Encontro Nordestino de Cordel. O encontro discutiu o cenário pós-lei 12198/2010 que cria a profissão de repentista, pauta atendida pelo ex-presidente Lula a partir de reivindicações da categoria ocorridas no primeiro encontro de cordel realizado em 2009. Vejamos um trecho da lei:
Dispõe sobre o exercício da profissão de Repentista
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica reconhecida a atividade de Repentista como profissão artística.
Art. 2o Repentista é o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística cantada, falada ou escrita, compondo de imediato ou recolhendo composições de origem anônima ou da tradição popular.
Art. 3o Consideram-se repentistas, além de outros que as entidades de classe possam reconhecer, os seguintes profissionais:
I - cantadores e violeiros improvisadores;
II - os emboladores e cantadores de Coco;
III - poetas repentistas e os contadores e declamadores de causos da cultura popular;
IV - escritores da literatura de cordel. (ver texto integral aqui)
A lei motivou os repentistas a discutirem a situação da profissão no país. Para tanto, o encontro seguiu as seguintes pautas de discussão:
Acompanhamento das reivindicações do I encontro;
O espaço da poesia popular nordestina na mídia e repente e cordel como patrimônio imaterial;
Direitos previdenciários;
Criação de sindicato para o repente e o cordel;
A poesia e a xilogravura como negócio;
Repente e cordel nas escolas;
Oficina de literatura de cordel.
O ponto de pauta relativo à criação do sindicato tinha duas propostas: a criação de sindicatos estaduais ou de um sindicato nacional. Foi eleita a segunda proposta com a perspectiva de que o sindicato nacional possa auxiliar na criação dos sindicatos estaduais. Foi designada uma comissão de doze repentistas entre cantadores e violeiros, emboladores, cantadores de coco, declamadores e cordelistas para organizarem a criação do sindicato nacional.
O evento foi patrocinado pela Caixa Cultural e teve como produtora executiva Marta Cristina; a coordenação do poeta Chico de Assis e o poeta Crispiniano Neto como curador.
No correr desta semana,postaremos fotos de vários momentos do encontro.
Já foram discutidas possibilidades de contribuição previdenciária para a categoria.
Brasília – A maioria dos repentistas ainda não conhece a lei que regulamentou a profissão dessa categoria de cantadores no país. No segundo dia do Encontro Nordestino de Cordel, em Brasília, o repentista Antônio Lisboa Filho disse que são poucos os colegas que têm conhecimento da Lei 12.198/2010.
“A lei não chegou a 5% da profissão, dos cantadores, dos cordelistas”. Para ele, é preciso uma divulgação maciça entre esses artistas. “Entendo que grande maioria dos repentistas e cordelistas está desinformada do que ocorreu e do que está por vir. O que precisa ser feito é uma grande divulgação. Que se utilize a mídia da cantoria para isso. São muitos programas de rádio, jornal e TV, além de associações e federações”, disse.
O evento de ontem (14) também foi marcado pelo debate previdenciário. A mesa teve a participação do advogado Luis Gonzaga de Araújo e de Maria Santos Alves, técnica do Ministério da Previdência Social. Ambos tiraram dúvidas sobre o assunto. A plateia, composta de cordelistas, emboladores de coco, repentistas e declamadores, fizeram perguntas sobre como poderia ser feita a aposentadoria para os repentistas.
Foram discutidas possibilidades de contribuição previdenciária para a categoria. Maria Santos Alves destacou o Artigo 37 da Lei Geral da Copa, criada em 2012, que concede aposentadoria para jogadores de futebol campeões de copas do Mundo. “Esse é um tipo de aposentadoria na qual não há contrapartida. O dinheiro sairá do Orçamento da União. Talvez vocês possam trilhar um caminho semelhante, por conta do valor cultural de suas obras”, declarou.
O cordelista Lisboa Filho considerou o debate positivo, pois esclareceu algumas dúvidas da classe sobre os seus direitos. “Eu acho que foi dada uma luz. Com as informações da mesa podemos também criar algumas comissões de encaminhamento. Estamos criando também um sindicato para nos fortalecer nesse sentido. Vamos discutir para ver o melhor caminho. Mas acredito que foram dadas informações interessantes”.
Ele entende que já existe um caminho a ser seguido pelos profissionais repentistas, mesmo antes de uma solução final. “Talvez uma saída viável seja ver uma forma, dentro das condições da categoria, de começar a pagar, para ir garantindo tempo de Previdência. E, paralelamente, se lute por essas conquistas, quem sabe até a isenção. Mas enquanto isso, o artista já vai garantindo o direito.
O cordelista Antônio Francisco disse que está em Brasília para tirar dúvidas e apresentar sua arte no encontro. Com 63 anos de idade, sendo 17 como cordelista, Francisco revelou que a arte do cordel lhe foi passada pelos os mais antigos. “Eu tive o privilégio de toda noite, em minha casa, as pessoas lerem cordéis. Clássicos, como Pavão Misterioso e A Louca do Jardim. Cresci aprendendo os cordéis; e também morei perto de cantadores de viola. Comecei escrevendo por hobby, mas deu certo. E é assim que a gente aprende. Alguém passou pra mim e eu vou passar para outro”, ressaltou.
Antônio Francisco, que ocupa a Cadeira 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, avalia que a sua arte está crescendo e se adaptando aos novos tempos. “O cordel passou um tempo escondido. Talvez numa academia, melhorando seu português e sua filosofia. Para correr ombro a ombro com a tecnologia”.
Fonte: Portal d24am
15 de Fevereiro de 2013 - 19h24
Para o cordelista e criador do projeto cordel em sala de aula, Arievaldo Viana Lima, a ideia é dar andamento a vários projetos discutidos no primeiro encontro, como a criação do sindicato. “O que nós queremos é reconhecimento do cordel como uma vertente literária e não como uma peça folclórica”.
Lima destacou ainda a contribuição cultural do cordel na Região Nordeste. “Oitenta por cento da população nordestina é considerada analfabeta, entretanto, se produziam 100 mil exemplares de folhetos [de cordel] e eles se esgotavam em seis meses. Como uma população tida como analfabeta consumia 100 mil exemplares de uma obra? A população buscava uma forma de se informar, de se autoalfabetizar”.
Antônio Francisco Teixeira de Melo, de 64 anos, escreve e recita versos há 19 anos. Aprendeu a ler com o cordel que o pai sempre comprava. Escreveu seu primeiro cordel por brincadeira e desde então não parou, já publicou seis contos. “Eu escrevo para fazer um mundo menos ruim”. Para ele, o cordel “é escrever e meditar". "O cordel é ver as coisas que a gente não consegue vê com os olhos, ele é como uma luneta. É também a identidade do nordestino”.
O xilógrafo e presidente da Associação dos Gravadores do Cariri no Ceará, José Lourenço Gonzaga, trabalha com a xilogravura de cordel há 30 anos. Ele conta que a técnica chegou ao estado por meio de um dos maiores incentivadores do cordel no Ceará, José Bernardo. “O processo dessa técnica requer a arte de esboço do desenho, de retalhamento e de impressão da gravura".
Gonzaga conta que não existem cursos específicos que ensinam a técnica em oficinas. “Tivemos uma oficina na Bienal do Livro aqui em Brasília no ano passado e já fomos convidados para ministrar oficinas de xilogravura na próxima Bienal do Livro, que ocorrerá aqui em 2014".
Formado em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), Valdério Costa trabalha há 20 anos com a xilogravura, técnica que aprendeu na infância. Em sala de aula, Costa ensina a técnica com foco no resgate da cultura popular brasileira. “Talvez a cultura popular não seja tão veiculada na mídia, mas é uma coisa que representa a tradição do nosso Nordeste. E quando se tem uma formação acadêmica, é imprescindível mantê-la".
Fonte: Portal Vermelho
Observação de Arievaldo Viana Via Facebook:
A repórter que redigiu essa matéria distorceu completamente o sentido das minhas palavras. Eu me referia a dados divulgados pelo IBGE em 1940, quando cerca de oitenta por cento da população nordestina era considerada analfabeta e no entanto o cordel estava no auge... Clássicos como o PAVÃO MISTERIOSO vendiam até 100 mil exemplares em menos de um ano, conforme declarava o editor João Martins de Athayde.