CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sexta-feira, 31 de maio de 2019

Poeta Raniery Abrantes lança cordel em João Pessoa


Foto: Manoel Belizario

"Sempre levo comoção no meu peito
Compondo relatos sobre beleza
Louvando sublime mãe natureza
Quedo-me feliz assim do meu jeito
E pleno, suave, durmo no leito
Na tela da rima sendo fiel
Pinto poema num tom de pastel
Me esbaldo nesta gentil alegria
E monto no dorso da poesia
Poeta aprendiz compondo cordel"
(Raniery Abrantes, estrofe da obra "Um aprendiz no cordel")
O poeta cordelista  Raniery Abrantes lançou ontem em João Pessoa  o folheto "Um aprendiz no cordel". O lançamento ocorreu no Centro Cultural Ariano Suassuna localizado no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. 

            
Imagens: Manoel Belizario


A obra é  composta por 32 décimas e é assim apresentada pela professora, poetisa e  mestranda em Letras, Annecy Venâncio:

"Ao passar o olhar por cada verso deste folheto enveredamos pela sofisticação lírica e pela simplicidade dos sentimos do poeta Raniery Abrantes. Ele nos leva a galopar por poesias que nos abarrotam de emoções, desde o "falar" sobre o sertão, e o sertanejo apaixonado, até ao perpassar pelo amor e melancolia  que fazem parte de sua alma poética. E mesmo que se autoproclame "aprendiz" na arte do cordel, depois de lermos tais poemas (glosas), ficamos boquiabertos, e encantados, com o seu modo peculiar de "burilar" as palavras. "Falar de amor não é pra qualquer um... é se importar com o 'sentir' do outro; é fazer do que se escreve belas versões das muitas que se apresentam, é decifrar o que sai do coração."

Raniery Abrantes com os cordelistas Bento Junior e Manoel Belizario, da esquerda  para a direita
Imagem Manoel Belizario

Além de lançar o folheto, o poeta também tomou posse na Academia de Cordel do Vale do Paraíba.

  
Cerimônia de posse ao lado da poetisa Annecy Venâncio e do poeta Marconi Araújo, presidente da ACVP
Imagens Manoel Belizario

O lançamento e a posse na referida academia fizeram parte da programação do "Sarau Contos e Cantos da Cidade", evento mensal que acontece numa parceria entre o Centro Cultural Ariano Suassuna e a Academia de Cordel do Vale do Paraíba. 

Imagem: divulgação Centro Cultural Ariano Suassuna/Academiia de Cordel do Vale do Paraba

Ainda sobre o poeta Raniery Abrantes, confira mais alguns versos do folheto publicado e, na sequência,  um resumo de seu perfil bibliográfico

[...]
Os poetas de noites invernosas
Declamam sempre os versos benfazejos
Adoçam corações dos sertanejos
Criando trovas lindas grandiosas
São bardos de umas rimas milagrosas
Burilam as palavras sutilmente
Possuem dom repleto inteligente
Estrelas bafejadas pelo mar
Altivos e tão belos de se amar
Vivem vidas metaforicamente.

O meu poema fala de saudade
Colhido no jardim do coração
Assim agarrou-me de supetão
Em versos de minha meia idadede
É puro e frutifica na verdade
Regado pedacinho a pedacinho
E me furando como fino espinho
Estava em um dos bolsos esquecido
E antes que proclamasse envelhecido
Tirei-o do aconchego do seu ninho!

[...]

Você, bela paixão da minha vida
É musa do poema que eu escrevo
A culpada de todo o meu enlevo
Labirinto a deixar-me sem saída
É flor, a minha prenda prometida
Você garota linda de viver
No céu maravilhoso alvorecer
Poeta não te troco por ninguém
Você, brando acalanto, é o meu bem
Que faz o coração estremecer!

O médico falou que abatimento
Que transpareço assim no meu semblante
É saudade do meu amor distante
Da moça que não sai do pensamento
No peito acelerado batimento
Um tumtumtum tamanho, uma agonia
Um bem querer e forte teimosia
Famosa doença no coração
O seu nome também sei que é paixão
Que só se cura com a poesia!

No céu vasto azul, lua tão sonhada
Por poetas que adoram a poesia
Ah que bom se surgisse todo dia
E cheia refletisse a minha amada
Em um corcel e em bela cavalgada
Acalmasse o meu coração em dor
Mostrasse-lhe que sou sincero amor
E por toda esta vida eternamente
Não sonho do futuro, mas presente
Ela flor, romance, deste escritor!
[...]



Foto: Manoel Belizario


Por Manoel Belizario: @cordelparaiba/Manoel Belizario-Escritos Literários

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Umirim debate residualidade na literatura (Umirirm - CE)


II JORNADA DA LITERATURA

Jornada acontece no dia 31 de maio; ainda há vagas disponíveis.


O campus de Umirim do IFCE promove nesta sexta-feira, 31, das 7:30 às 17:00, a II Jornada de Literatura, com o tema Residualidade e Transdisciplinaridade. O evento tem como público-alvo os profissionais da educação e estudantes da graduação e da pós-graduação das áreas de linguagens, artes e ciências humanas, bem como os interessados em geral. Ainda há vagas disponíveis na hora do credenciamento.
A Teoria da Residualidade, sistematizada em 1999 pelo professor de Letras da UFC, Roberto Pontes, trata do constante entrecruzamento entre os tempos, espaços e culturas, ou seja, nada há de novo na cultura e na literatura, pois todo período literário (ou corrente cultural) contém em si elementos de tempos anteriores e diferentes lugares. Tema da mesa-redonda de abertura, a Idade Média residual está presente ainda hoje na literatura de cordel e na cantoria nordestina atuais, bem como pode ser encontrado no livro Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, e na poesia erótica de Gilka Machado.
Além da mesa-redonda, a Jornada também abordará nas comunicações orais trabalhos sobre: o amor cortês do século XII (Trovadorismo) na obra A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo; os resíduos barrocos no romance Inocência, de Visconde de Taunay; os resíduos do Naturalismo em O Quinze, de Rachel de Queiroz; a mentalidade do homem pós-moderno em Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago; os resíduos da escola autoritária presentes nas instituições de ensino atuais, bem como a tradição e ruptura em Memorial de Maria Moura.
O evento se encerrará com a  conferência “Cavalhadas, manifestações residuais na cultura brasileira”, ministrada pelo professor Roberto Pontes (UFC). Poeta, crítico, ensaísta, tradutor, Roberto Pontes é membro da Cátedra Unesco, da United Nations University - UNU e tem publicados 11 livros de poemas e dois de ensaios.
Confira a programação completa aqui.
Fonte: IFCE

Escola municipal do Bairro Industrial inaugura Cordelteca (Aracaju)

A cordelteca homenageia o escritor Araripe Coutinho, que viveu no bairro Industrial, onde a escola está localizada. (Foto: Isley Santos/Semed)

Quem entrar na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alcebíades Melo Vilas Boas, no Bairro Industrial, vai encontrar, logo na entrada, um cantinho especial dedicado a um importante gênero literário brasileiro: o cordel. A escola inaugurou nesta sexta-feira, 24, a Cordelteca Araripe Coutinho, para, além de incentivar a leitura entre os seus alunos, poder valorizar a cultura nordestina na comunidade. O cordelista sergipano Chiquinho do Além Mar foi o convidado especial  do dia.

Segundo a diretora da Emef, Vanessa Nascimento Lima, incentivar nos alunos o hábito da leitura é uma das prioridades da gestão. “Essa é uma leitura interessante e que valoriza a cultura nordestina, então, nada mais justo que resgatar essa cultura e deixar esse espaço aqui, na entrada da escola, para que não só os alunos possam ter acesso, mas também os pais. Escolhemos Araripe Coutinho como patrono porque, além de ter sido um grande poeta sergipano, viveu aqui, no nosso bairro, próximo à nossa escola”, afirma a diretora.

O idealizador da cordelteca foi o coordenador pedagógico da Emef, professor Tarcísio Bruno Santos, que contou com o apoio do corpo docente e da direção da unidade. “Há algum tempo, estávamos discutindo a possibilidade de abrir um espaço de leitura aqui na escola e os professores abraçaram a ideia. Quando iniciamos nossa gestão, articulamos com os colegas e tivemos a ideia da cordelteca porque este é um gênero literário de rima, agradável e, certamente, vai possibilitar essa aproximação dos nossos alunos e da nossa comunidade com a leitura”, acredita.

A iniciativa beneficiará todos os 520 alunos matriculados na Emef, tanto do Ensino Fundamental quanto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), distribuídos entre os três turnos. O cordelista Chiquinho do Além Mar, além de explicar para os alunos a história e importância da literatura de cordel para a cultura brasileira, declamou um trecho da sua obra ‘A História de Sergipe Contada em Versos’, que encantou os estudantes.

“O cordel é um gênero literário que por muitos anos esteve sob um paradigma negativo, mas sobreviveu e hoje vive um grande momento. Atualmente, venho fazendo um trabalho no Brasil inteiro levando o cordel para todos os estados e divulgando o nosso estado, que é o ponto forte do meu trabalho. Como aracajuano, eu fico muito feliz em ver um espaço como esse sendo inaugurado em uma escola municipal da cidade, fortalecendo a nossa cultura e a mantendo viva. Parabenizo os idealizadores desta iniciativa”, destacou.

Com mais de 20 anos de carreira, o artista já publicou mais de 70 obras e viaja por todo o país divulgando o gênero. Por sua passagem na Emef, ele doou alguns exemplares para serem distribuídos entre os alunos. Um dos alunos escolhidos para ser presenteado com a literatura foi Gabriel Minato Ferreira Santana, de 9 anos que, até então, não conhecia o cordel. “Eu gostei do texto que ele declamou aqui e essa é a primeira vez que eu escuto um cordel. Me interessei e vou passar a ler na cordelteca da escola”, contou.

Cordel
Os pesquisadores ainda não conseguiram entrar em consenso sobre quando o cordel chegou ao Brasil, mas a origem é certa: veio de Portugal. Os primeiros exemplares de cordel catalogados no Brasil são do período da chegada da Imprensa Régia ao país, em 1808, mas o formato não era o mesmo que se consagraria anos depois, mais especificamente, no final do século XIX. De lá para cá, a literatura de cordel se tornou um dos maiores ícones da cultura nordestina, influenciando os mais variados segmentos da arte erudita.

Fonte: Infonet

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Projeto pernambucano leva cordel a escolas de São Paulo (Capital)


Poeta e fotógrafo difundem cultura e arte nordestina em comunidades socialmente vulneráveis

Versalizando Imagens/Reprodução
Poeta Esperantivo e fotógrafo Renato Moura, idealizadores do projeto 
Versalizando Imagens/Reprodução


Com o objetivo de promover inclusão através da disseminação da cultura nordestina, o projeto pernambucano 'Versalizando Imagens' chega a São Paulo com oficinas e palestras gratuitas em escolas públicas do Estado, realizadas de 28 de maio a 4 de junho.
A literatura de cordel e a fotografia são o foco do evento que, desde 2016, foi apresentado a mais de 2 mil alunos. Criado por Esperantivo e Renato Moura, o 'Versalizando' também já passou por Cabo de Santo Agostinho, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Surubim, Escada e outras cidades do interior de Pernambuco.
Em São Paulo, os idealizadores querem abordar com os alunos temas como ansiedade, bullying e depressão, por meio da arte nordestina. Viajando com recursos próprios, os artistas fizeram uma vaquinha online para arcar com parte dos custos do projeto.
As oficinas de cordel serão realizadas nos dias 29 e 30 de maio no Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Pingo D ́Alegria, pela manhã, e também à tarde na Rua Dom Mateus de Abreu Pereira, 579 – Pq. São Rafael, São Paulo, capital. Já as palestras serão ministradas no dia 4 de junho na ETEC Parque Belém, também na capital paulista, no endereço Rua Ulisses Cruz, 85 - Tatuapé, São Paulo.
Fonte: Leia Já

Oficinas de Produção de Vídeo e Cordel são realizadas em Comunidades Tradicionais do Cerrado Piauiense (Gilbués, PI)


De um lado o resgate da cultura popular com a literatura de cordel, do outro, técnicas de uso das novas tecnologias.

(Texto e foto: CPT Piauí)
A CPT Piauí promoveu, nos dias 17 e 18 de maio, na comunidade Melancias, município de Gilbués, oficinas de produção de vídeo e cordel. De um lado o resgate da cultura popular com a literatura de cordel, do outro técnicas de uso das novas tecnologias, ambas expressões sendo usadas como ferramentas de resistência da juventude em comunidades tradicionais no cerrado do Piauí.
A Literatura de Cordel é uma forma de uma expressão popular onde trata de temas diversos inclusive sociais, de forma rimada podendo conter ilustrações em xilogravura. O nome tem origem no modo de expor os folhetos produzidos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes. A oficina foi mediada pelo Coordenador da CPT-PI, filósofo e poeta Gregório Borges. As poesias produzidas pela comunidade se tornaram conteúdos para os vídeos da oficina de audiovisual que ocorria paralelamente.
O audiovisual pode parecer uma ferramenta de difícil acesso para algumas pessoas, mas os jovens da comunidade Melancias entenderam que é possível usar esse recurso usando apenas o celular. A CPT Piauí promoveu as oficinas em parceria com a Rede Justiça e Direitos Humanos e o  Instituto Comradio do Brasil. Este foi responsável por mediar a oficina de produção audiovisual com smartphones, com o objetivo de compartilhar técnicas de cinema adaptando ao uso do celular - ferramenta comum entre a juventude -, assim os participantes puderam retratar o cotidiano por meio de pequenos vídeos contendo as vivências e  resistências dos povos tradicionais do cerrado.
Durante a oficina os jovens produziram e editaram vídeos no próprio celular e no mesmo dia exibiram na comunidade durante a abertura do Festejo de Santa Rita de Cássia.
A oficina trouxe à comunidade mais duas ferramentas de luta que podem contribuir no resgate e na visibilidade da comunidade, dos seus modos de vida, da sua espiritualidade, de suas memórias e suas culturas, como forma de proteger e preservar a história dessas pessoas e dos lugares, para futuras gerações, além de construir uma outra narrativa de comunicação onde o que importa é a vida.
Gostou dessa informação?
Quer contribuir para que o trabalho da CPT e a luta dos povos do campo, das águas e das florestas continue? 

terça-feira, 28 de maio de 2019

Alunos da Rede Municipal recebem projeto Minha Escola tem Cordel (Cabedelo, PB)

Iniciativa tem por objetivo divulgar e incentivar a leitura e produção de cordel

A Secretaria de Educação de Cabedelo (Seduc) lançou, nesta sexta-feira (24), na Escola Adolfo Maia, o Projeto Minha Escola Tem Cordel, que visa incentivar a produção de literatura de cordel nas escolas da rede municipal.

Ao todo, serão cinco encontros para formação de professores e supervisores, responsáveis pelo desenvolvimento do projeto em suas respectivas unidades. A formação técnica é coordenada pelo cantor e cordelista Beto Brito.
O projeto será desenvolvido ao longo do período e tem por objetivo, ao final, a produção de livros por parte dos alunos, e a realização de um evento para divulgá-los.

“Dentro da parte pedagógica será primordial para nosso alunado a exploração da literatura, incentivo ao hábito da leitura e apuro da parte gramatical. A partir desse projeto pretendemos intensificar a escrita culta, que anda sofrendo a concorrência de outros meios e linguagens, e reforçar a parte pedagógica dos nossos estudantes”, comentou a secretária de educação, Márcia Oliveira.

A literatura de cordel, de acordo com Márcia, já é desenvolvida de forma embrionária na Escola Marizelda Lira e, este ano, a partir da aquisição de 400 kits de cordel, pode ser expandida para outras escolas. O projeto contemplará alunos das turmas de ensino fundamental das escolas Agripino, José de Moraes, Pedro Américo, Marizelda Lira, Maria Pessoa e Adjuto de Morais, e turmas da Educação de Jovens e Adultos das escolas Paulino Siqueira, Miranda Burity, Elizabeth Ferreira, Plácido de Almeida e Rosa Figueiredo.

 “A iniciativa é um projeto de formação infanto-juvenil com o propósito de fazer com que esses adolescentes descubram ou redescubram a arte da literatura de cordel. Pretendemos levar para eles a essência do cordel. Que eles saibam onde o cordel nasceu, compreendam seus fundamentos, a forma como se escreve, seguindo as regras que são bem definidas. Quem sabe, um dia, eles venham a ser grandes cordelistas”, explicou Beto Brito.

Para o presidente da Academia de Cordel do Vale da Paraíba, Marcone Araújo, a importância do projeto, além do resgate histórico, é o incentivo à produção de cordéis por parte dos educandos.

“Um projeto envolvendo a literatura de cordel, desde o aprendizado de sua técnica até a produção, merece aplausos. Essa manifestação que é hoje, merecidamente, patrimônio imaterial, mas que além de reconhecimento necessita de politicas públicas que venham a fortalecê-la. Trata-se de uma cultura de raiz que, ao lado de outras como forró, precisa ser preservada. Parabéns à Prefeitura de Cabedelo por promover o envolvimento dos alunos nessa prática, pois é necessário que o cordel cresça nas escolas e os alunos possam ser protagonistas na elaboração de novos trabalhos”.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Pernambuco pode passar a ter semana para divulgar literatura de cordel

Publicado em Notícias por  em 22 de maio de 2019
Alepe. Foto: Henrique Genecy/ Folha de Pernambuco
Pernambuco pode passar a contar com uma Semana de Divulgação da Literatura de Cordel nas Escolas. Foi o que defendeu a Comissão de Educação, nesta quarta (22), ao conceder parecer favorável ao Projeto de Lei nº 173/2019, que estabelece a data no Calendário Oficial de Eventos do Estado. O texto prevê que sejam realizadas atividades no mês de setembro.
No ano passado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. “Muito importante a proposta, justamente num momento em que a cultura popular precisa ser valorizada”, declarou a relatora do PL no colegiado, deputada Teresa Leitão (PT). Ela destacou ainda que, “além de divulgar as obras que já existem, a semana servirá para incentivar a criação de novos textos pelos estudantes”. O deputado Rogério Leão (PR) é o autor da iniciativa.
A Comissão aprovou mais quatro propostas. A emenda ao PL nº 83/2019, que obriga instituições de ensino a fornecerem diploma em Braille para estudantes com deficiência visual, foi outro destaque. A modificação apenas aperfeiçoa o projeto, estabelecendo que o diploma regular deve ser entregue conjuntamente. “A educação deve ser inclusiva e de qualidade em todos os níveis de ensino”, defendeu Teresa, que também relatou essa matéria.
Agenda – Na reunião desta quarta,  foi anunciado  que, na próxima segunda (27), o colegiado realizará a entrega do Prêmio Prefeitura Amiga da Biblioteca. Na oportunidade serão agraciados os municípios de Recife, Ferreiros (Zona da Mata), Tacaimbó (Agreste) e Tacaratu (Sertão). A próxima audiência pública também foi anunciada: dia 5 de junho, será discutida a educação escolar indígena. O tema já constava na agenda da Comissão para o segundo semestre, mas foi antecipado diante de demandas tratadas em debate realizado no início do mês pelo colegiado de Cidadania.
O adiamento da audiência pública que trataria, nesta quarta, de políticas culturais no Estado também foi comentado. A deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), solicitou nova data para o debate, diante da impossibilidade de comparecimento de representação da Fundarpe. A demanda foi acatada pelo deputado Professor Paulo Dutra (PSB), que presidia a reunião.
O grupo trouxe, ainda, a necessidade de negociação entre professores e a Secretaria Estadual de Educação. “Fomos procuradas por educadores que estão sendo coagidos por gestores a não participarem dos atos pela educação”, declarou Kátia Cunha, que também integra o Juntas. A questão já havia sido pontuada na audiência realizada na segunda (20), quando o anúncio de mudança no orçamento das instituições federais de ensino foi debatido.

domingo, 26 de maio de 2019

Literatura de Cordel será tema de exposição e conferência na UFTM (Uberaba, MG)

O Programa Interfaces entre Artes, Ciências & Matemática da UFTM, em parceria com o Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (Cedap) da Unesp de Assis, realiza a exposição "A literatura de Cordel por seus temas", de 27 a 30 de maio, no Museu Memória Viva da UFTM, e de 31 de maio a 2 de junho no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis. Apresentar à comunidade local, a estudantes da educação básica e para todos aqueles que, de alguma forma, interessam-se por artefatos produzidos no âmbito da cultura popular é o objetivo da mostra. 
Segundo o professor Francisco Cláudio Alves Marques, idealizador da Cordelteca “Gonçalo Ferreira da Silva” do Cedap da Unesp, "muitos dos folhetos que ora expomos foram produzidos por poetas populares nordestinos no começo do século XX e continuam sendo reeditados até hoje. No sertão eram lidos durante os saraus realizados nas casas de famílias de camponeses e fazendeiros, sempre à luz de lamparinas ou lampiões". A exposição faz parte do acervo da Cordelteca e compreende um conjunto de narrativas em verso produzidas por poetas populares de todo o Brasil. 
No dia 27, às 19h, na sala de Multiuso do Museu Memória Viva, o professor Francisco Cláudio Alves Marques profere conferência “Caminhos da literatura de Cordel: da Europa pré-industrial aos dias de hoje”, abordando o movimento da literatura de cordel no Brasil e levando os participantes a compreenderem o ofício dos cordelistas e seus meios de divulgação. Durante a conferência acontece o lançamento de dois livros: "Escritos e Ditos: poéticas e arquétipos da literatura de folhetos Itália/Brasil" e "Formação de professores do ensino fundamental I: Comunicação nos cursos a distância".
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba
Fonte: Portal Amirt

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Apaixonado por literatura de Cordel, adolescente inaugura em Bauru a Cordelteca (Bauru - SP)



Fonte: Canal do Youtube Record Tv Paulista

Professora da UFCG é primeira mulher paraibana na Academia Brasileira de Literatura de Cordel (Campina Grande)


Rosilene Alves é professora no campus da UFCG em Cajazeiras, no Sertão. Pesquisadora há 30 anos, ela vai ocupar cadeira pertencente ao folclorista Câmara Cascudo, destinada àqueles que contribuem para a pesquisa e difusão do cordel no Brasil.

Por G1 PB




Paraibana Rosilene Alves, de Campina Grande, é pesquisadora de Literatura de Cordel no Brasil já 30 anos — Foto: Reprodução/TV Paraíba


Uma professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) é a primeira mulher paraibana a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Campinense e professora de história no campus da UFCG em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, Rosilene Alves de Melo é pesquisadora da literatura de cordel há 30 anos.
A posse da pesquisadora, que aconteceria nesta quarta-feira (15), na sede da ABLC, no Rio de Janeiro, foi adiada devido à paralisação nacional nas instituições públicas de ensino no país. Segundo Rosilene, a nova data de posse está para ser marcada. Na Academia, a professora ocupará a cadeira pertencente ao folclorista Câmara Cascudo, destinada àqueles que contribuem para a pesquisa e difusão do cordel no Brasil.
“A academia congrega não só poetas, mas os pesquisadores também, que tem um trabalho importante desde o século XIX de promover essa literatura, então eu acho necessário essa aproximação e esse reconhecimento também de vários pesquisadores”, explica Rosilene.
No ano passado, Rosilene Alves redigiu o dossiê de registro da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural do Brasil, tendo coordenado a equipe de pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que realizou o inventário do cordel brasileiro.

Envolvimento com a ABLC
O envolvimento da paraibana com a Academia Brasileira de Literatura de Cordel teve início em 2010, quando a professora começou a participar dos trabalhos de registro da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural do Brasil.
“Eu conheci o poeta Gonçalo Ferreira da Silva, que é o presidente da Academia e vários acadêmicos, então foram oito anos de convivência, muito próxima com eles, e agora eu recebi dos poetas essa honra, e eu recebo com muita humildade e muita gratidão, afinal de contas eu não sou poeta, eu sou uma pesquisadora, mas é um reconhecimento pelo nosso trabalho, pela nossa dedicação”, frisa a professora.

Paixão pela Literatura de Cordel
A pesquisadora conta que a paixão pelo cordel começou em um sítio em Queimadas, no Agreste da Paraíba, onde o avô dela morava. “Lá eu escutava muita cantoria, depois, na adolescência, eu participei de alguns festivais de violeiros, assisti os festivais que aconteciam na AABB, no bairro São José, em Campina Grande, e quando eu fui pra UFCG, como aluna do curso de história, eu comecei a pesquisar literatura de cordel, e agora já são 30 anos de pesquisa”.
Autora de diversos estudos e projetos de fomento ao cordel, a professora é autora do livro Arcanos do Verso: trajetórias da literatura de cordel. “Esse é um trabalho que eu fiz sobre uma editora de cordel lá da cidade de Juazeiro do Norte, da Tipografia São Francisco, que foi uma das editoras mais importantes dedicadas exclusivamente à produção do folheto de cordel no Brasil”.

Professora e pesquisadora é autora de livro sobre trajetórias da literatura de cordel — Foto: Reprodução/TV Paraíba
Além disso, Rosilene Alves criou também a primeira “Cordelteca”, montada no Núcleo Deusdedit Leitão, no campus da UFCG em Cajazeiras. O espaço é dedicado à literatura de cordel e à pesquisa histórica do Sertão paraibano.
“Aqui na Paraíba nós temos diversos pesquisadores, José Alves Sobrinho, Átila Almeida e vários acervos de cordel, como a Biblioteca Átila Almeida, que é um centro importante, então eu acho legal essa iniciativa de valorizar o trabalho dos pesquisadores também”, destaca Rosilene Alves.

Fonte: G1Paraíba

Embu das Artes realiza evento sobre cordel entre 31/5 a 9/6 (Taboão da Serra, SP)


I Embu Cordel das Artes acontece no Centro Cultural Mestre Assis do Embu
Por Elizeu Teixeira Filho, do Jornal SP Repórter


Embu das Artes realiza evento sobre cordel entre 31/5 a 9/6


O cordel vai invadir Embu das Artes de 31 de maio a 9 de junho. Essa narrativa rimada e metrificada, muitas vezes ilustradas com xilogravura, é patrimônio cultural e imaterial brasileiro. Os folhetos contendo poemas populares geralmente são expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis (corda fina e frágil), originando o nome. Os autores, ou cordelistas, costumam recitar os versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados por viola, como também fazem leituras ou declamações animadas.

A influência do cordel está presente em muitas manifestações artísticas, dialogando com o cinema, a música, o teatro e as artes plásticas. Com raízes no nordeste, teve como seu precursor o paraibano Leandro Gomes de Barros que, junto com outros autores cordelistas, difundiu e promoveu a distribuição e venda desse gênero literário para todo o Brasil.

Com realização da Secretaria de Cultura de Embu das Arte, a coordenação da exposição é de Tin Tin Alves, do Coletivo de Poetas Cordelistas de São Paulo. São artistas convidados: Auricelio, Aurita Tabajara, Benedita do Cordel, Cacá Lopes, Chico Feitosa, Chico Urcine, Cicero Cordel, Cleuza Santos, Costa Senna, Dani Almeida, Edimaria, Ednaldo Cordelista, Isabel Santos, João de Sá, João Resplantes, Josias Patriolino , Josué do Cordel, Moreira de Acopiara, Nando do Cordel, Nivalci Labareda, Pedro Monteiro, Ronaldo Andrade, Tin Tin Alves, Varneci Nascimento, Vital, Luciano Braga e Nilza Dias.

 Veja a programação e participe com sua família:

31/5, 19h30 - Abertura Solene com sarau literomusical
1 a 9/6 , 10h às 17h — Tenda/Feira de Literatura de Cordel
2 e 8/6 , 13h - Apresentação musical

Centro Cultural Mestre Assis do Embu
Largo 21 de Abril, 29, Centro


Fonte: Jornal SP Reporter

terça-feira, 21 de maio de 2019

Palestra discute literatura de cordel em sala de aula (Sergipe)



Por Kelly Monique Oliveira – Rede Alese


Na expectativa que o projeto de lei nº 18/2019 de autoria da parlamentar Maria Mendonça (PSDB) seja aprovado pelos deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a professora e presidente da Academia Sergipana de Cordel Izabel Nascimento proferiu palestra na manhã desta quinta-feira, 09, no plenário da casa legislativa, sobre a importância das escolas públicas e privadas colocarem na grade curricular o programa de fomento à Literatura de Cordel, objetivando preservar a cultura do cordel.
De acordo com a cordelista, a escola tem um papel fundamental no que diz respeito à promoção da 
cultura. “A proposta é falar sobre a importância de ter a literatura de cordel na prática pedagógica e na formação de pessoas no ambiente escolar. Com isso, os professores passam para os alunos a valorização da nossa poesia, dos nossos poetas e da literatura de cordel como patrimônio da literatura brasileira”, destacou.

Dia Municipal da Literatura de Cordel
O dia Municipal da Literatura de Cordel é comemorado no dia 19 de julho. A data é uma homenagem a um dos grandes ícones do Cordel em Sergipe e no Brasil, João Firmino Cabral, que nesta data, o sergipano tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
O itabaianense João Firmino, que morreu em fevereiro de 2013, era bastante conhecido dos sergipanos e dos turistas que visitavam o Mercado Antônio Franco, onde mantinha uma banca de venda de inúmeros
Entre as suas obras mais famosas estão “Uma profecia do Padre Cícero” (sua primeira produção), “Antônio Conselheiro, o guerreiro de Canudos”, “Luiz Gonzaga, o Rei do Baião”, “Nascimento, vida e morte do cangaceiro Zé Baiano” e, a principal delas, “Lampião: herói ou bandido”, de 2010, o seu folheto de Cordel mais vendido.

Fotos: Jadilson Simões


sábado, 18 de maio de 2019

A literatura de cordel está de regresso a Estarreja (Estarreja - Portugual)

Imagem relacionada

O Festival Internacional do Verso Popular está de volta aos concelhos de Estarreja, Oliveira de Azeméis e Murtosa.
Até domingo, 19 de maio, a arte da palavra é homenageada na voz de poetas de cordel e repentistas de Portugal, Brasil e Galiza recordando os últimos grandes poetas populares portugueses da nossa região, Margarida Rei, Marques Sardinha e José Joaquim Monteiro.
A apresentação do FESTCORDEL, que pretende enaltecer o verso popular, uma arte do povo, cultura genuína da nossa gente e de todos quantos partilham a língua portuguesa pelo mundo, aconteceu na sexta-feira, dia 10 de maio, no Auditório Padre Joaquim Vieira Cavadas, em Cesar, Oliveira de Azeméis.
Isabel Simões Pinto, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, explica que pretende-se “dar continuidade a este projeto de forma a sensibilizar as escolas, as universidades e o público em geral, para esta tradição perdida, da qual tivemos exímios executantes de norte a sul do país, alguns dos quais, como o “nosso” Marques Sardinha, viveram entre nós e encantaram o nosso povo que ainda recorda os seus nomes.”
O FestCordel passa por Estarreja hoje e no domingo, dia 19. Hoje com várias sessões durante a manhã na Escola Secundária de Estarreja, e à tarde, no Cine-Teatro de Estarreja, dirigidas ao público sénior.
No dia 19 de maio, às 16h00, decorrerá o espetáculo final, de encerramento do Festival, no Cine-Teatro de Estarreja, com a presença dos poetas e repentistas populares do Brasil como Pinto Branco, Geraldo Amâncio, Marreco e Guilherme Nobre e os portugueses Augusto Canário e Cândido Miranda.
Em 2018, este evento intermunicipal contou com várias sessões dinamizadas por poetas repentistas, portugueses e brasileiros, dirigidas a públicos escolares (escolas), a público sénior (IPSS) e ao público em geral, e revelou-se de forte impacto e interesse cultural para o Município de Estarreja, em particular, bem como para os demais municípios.
O FESTCORDEL – Festival Internacional do Verso Popular é um projeto proposto e coordenado pelo Professor António Abreu Freire, profundo conhecedor da literatura popular, com produção do Cine-Clube de Avanca, e tem por objetivo restaurar em Portugal uma das tradições culturais mais antigas e genuínas da língua portuguesa, juntando, numa exibição de arte da palavra, alguns dos maiores poetas e repentistas populares da atualidade, de Portugal, Espanha, Brasil e Marrocos. Hoje, a Literatura de Cordel é património cultural da nação brasileira e está em processo de ser reconhecida como património imaterial da humanidade.


Fonte: terranova

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Flip anuncia cordelista e escritora Jarid Arraes em sua programação (Paraty - RJ)

A escritora e cordelista Jarid Arraes, que participará da Flip 2019 / Foto: Divulgação - Reprodução - Folha de S. Paulo




























Levando à frente a tradição de apresentar autores iniciantes para o grande público, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) anunciou, nesta quarta-feira (8), a escritora e cordelista cearense Jarid Arraes, 28, entre os autores que vão participar da programação do evento.
Ela já publicou obras como “As Lendas de Dandara” (Editora de Cultura) e “Heroínas Negras Brasileiras” (Pólen). O primeiro deve ganhar uma adaptação para a TV Globo.
Arraes também é curadora do selo literário Ferina, da Pólen Livros, dedicado à publicação de mulheres escritoras. Em junho, às vésperas da festa, ela lançará seu primeiro livro de contos, “Redemoinho em Dia Quente”, pela Alfaguara.
A autora nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, e vive em São Paulo desde 2014. Seu pai e seu avô são cordelistas e xilogravadores —ela abraçou a literatura de cordel para continuar a tradição da família. Arraes já tem mais de 60 cordéis publicados.
Ao começar a escrever, a autora conta que tentou trazer para o cordel temas que não eram típicos desse gênero.
“Não queria escrever sobre Lampião, sobre homens machos que fazem coisas supostamente masculinas, com um humor que debocha de quem [sempre] se debocha. Resolvi criar protagonistas mulheres, trazer novos assuntos. Juntei um público que gostava de cordel, mas nunca tinha lido sobre esses assuntos, e um público que gostava desses assuntos, mas nunca tinha lido cordel.”
Um dos folhetos publicados, voltado para o público infantil, por exemplo, conta a história de uma menina gorda que quer ser bailarina, mas enfrenta a rejeição de escolas de balé. Outro narra a história de uma princesa com um cabelo crespo que tem poderes mágicos —até que chega um lobo e alisa seu cabelo, fazendo-a perder os poderes.
Seu segundo livro, “Heroínas Negras Brasileiras”, é uma seleção de 15 cordéis que contam as biografias de mulheres esquecidas da história —como Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”, primeiro romance de uma autora negra do Brasil, de 1859, e Luiza Mahin, ex-escravizada e líder da Revolta dos Malês, em 1835.
“Minha premissa era o fato de que não aprendemos na escola sobre essas mulheres, principalmente as negras”, afirma Arraes.
A escritora é representante de uma tendência surgida às margens das editoras tradicionais —e depois absorvida por elas— que a Flip tem abraçado nos últimos anos. É um movimento marcado por uma literatura que reafirma seu caráter político, ligado a questões raciais e de gênero.
“Tudo isso é muito político. Estou fazendo uma reparação histórica, porque temos poucos personagens negros. Mas toda literatura é política, porque parte de um autor que escreve a partir do que conhece, afirma. “A pessoa que não faz isso [literatura política] assumidamente também está fazendo. Quando vou à ópera, vejo que a maioria das pessoas no palco é branca. E isso é político, embora ninguém lá esteja falando sobre o assunto.”