CORDEL PARAÍBA

**

Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

TRIBUTO A 2010. BEM-VINDO 2011

2010 já está
Se aproximando a hora
De vc passar a faixa
De ano novo. Não chora!
Viemos a este mundo
Com prazo de ir embora!

2010 foi depressa
Q você passou por nós.
Como um rio caudaloso
Em busca de sua foz.
2011, porém
Vem pra não ficarmos sós.

2011 viaja
Na cauda de um cometa.
No aeroporto do tempo
Sonhos iguais borboletas
Voam renovando a vida
Q habita o nosso planeta.

2010 se despede
Vestido de emoção.
Segue à marcha funeral
Rumo à incineração.
Suas cinzas serão jogadas
Nos jardins do coração...

2010 morre firme
Despedindo-se do humano.
Dá a vida para q
Nasça em nós um novo ano
Que vem alegre varrendo
As traças do desengano.

Vinde a nós 2011
Afaste a hipocrisia
Q rege a estirpe humana
Promovendo tirania.
Fazei de nós mais humanos
No raiar do NOVO dia.

Vinde a nós 2011
Trazendo paz e união.
Acabe com a violência
Que invade o nosso chão.
Seria bom se aprendêssemos
A viver como irmãos.

Vinde a nós 2011.
Traga-nos felicidade.
Que hajamos no ano novo
Como humanos de verdade
Fazendo assim com q surja
a NOVA realidade.

Deus abençoe a nós todos
Nesta nova empreitada
De um ano novo que chega
Bradando na madrugada
Os sonhos são renovados
E a vida revigorada...

Manoel Messias Belizario Neto

                                      Imagens da Internet

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O VERDADEIRO NATAL

                                        AUTOR: AZULÃO

Publicado por Luiz Berto em REPENTES, MOTES E GLOSAS - Pedro Fernando Malta

Peço a Deus Pai Poderoso
Inspiração divinal
Com a mensagem sagrada
Da mansão celestial
Eu vou escrever rimado
O verdadeiro Natal

Natal de Jesus Menino
Templo de amor e bondade
Data santa que registra
O símbolo da cristandade
Que se resume em três coisas
Salvação, paz e verdade

Jesus o Menino Deus
Filho do Pai Criador
Que veio ao mundo tirar
As culpas do pecador
Depositando nos homens
Bondade, paz e amor

Portanto o seu nascimento
É para ser festejado
Com paz e amor ao próximo
Cumprindo o dever sagrado
De remendar o pobre
Faminto e desamparado

O verdadeiro Natal
De Jesus Nosso Senhor
É dar a criança pobre
Amparo consolador
E ter a seu semelhante
Como a si, o mesmo amor

Porém o homem de hoje
De Deus estar muito ausente
Confundindo o seu amor
Com vaidade imponente
E dando a humanidade
Outro Natal diferente

Porque o Natal de hoje
Estar sendo transformado
Em festa, luxo e banquete
Que descristianizado
Toma um sentido contrário
Do que já foi no passado

É este o Natal sem Cristo
Que o homem faz hoje em dia
Movendo festa mundana
Com baile e bebedoria
Transformando a santa festa
Em farra e desarmonia

É este o Natal que tira
A fé no cristianismo
Encarretando família
Para um cenário de abismo
Trocando a festa de Cristo
Por coisas do paganismo

Jesus não ama a riqueza
Grandeza nem burguesia
Não escolheu palacete
Princesa nem fidalguia
Nasceu de uma virgem pobre
Numa manjedoura fria

Portanto o Natal sem Cristo
É rico sem caridade
É moldura sem o quadro
Da originalidade
Que apresenta o enfeite
Porém esconde a verdade

Festa de baile e banquete
Porém sem reunião
De família, em santa paz
Sem missa, sem comunhão
Sem vida espiritual
Sem Cristo no coração

A origem do Natal
É a vinda de Jesus
É a salvação do homem
É o caminho é a luz
A redenção do pecado
Com sua morte na cruz

O Natal é a chegada
Do Salvador inocente
São os pastores louvando
O filho do Onipotente
São os três Magos seguindo
A estrela do Oriente

É a multidão de anjos
Entre as santas criaturas
Entoando os hinos sacros
Com louvores e ternuras
Salve a vinda do Messias
Hosana Deus nas Alturas

É o anjo anunciando
Cristo nasceu em Belém
É a profetiza Ana
Junto a Simeão também
Profetizando o Menino
No templo em Jerusalém

Que adianta uma festa
Em nome da cristandade
Sem missa, sem Deus Menino
Sem amor, sem caridade
Só para ostentar na vida
Opulência e vaidade

Não é brinde nem presente
Nem dança nem festival
Nem ambição por fregueses
No meio comercial
Como vem fazendo em nome
Do Sacratíssimo Natal

Este Natal transformado
Deus contra ele reclama
Porque só estar presente
Grandeza, poder e fama
O rico pisando em ouro
O pobre nadando em lama

Para a criança do rico
Tem berços e cobertores
Alcova refrigerada
Lindos tapetes em cores
E para a criança pobre
Trapos, doenças e dores

Para a salvação do homem
Jesus nasceu em Belém
E ensinou o caminho
Do bom viver, para o bem
Com o direito sagrado
De viver que todos têm

Nossa alma se engrandece
Pela fé e caridade
Cristo em nosso coração
É luz, é boa vontade
De ajudar um ao outro
Ao bem da humanidade

Jesus Cristo veio ao mundo
Para nossa redenção
O homem é o santuário
Que faz sua habitação
Pela fé e caridade
E amor no coração

Aquele que sente a dor
Que seu semelhante sente
É um galho da videira
Que dá bom fruto e semente
Possui Cristo em sua alma
Com um Natal permanente

É este o viver com Cristo
Que o próprio Jesus ensina
O homem nasce pra ser
Um membro da lei divina
E trilhar pelo caminho
Da sua santa doutrina

Então para o homem ter
Este santo seguimento
É ter comunhão com Cristo
Seguindo seu mandamento
Em preparação da alma
Por meio do Advento

Esta palavra Advento
Quer dizer, chegada ou vinda
Que a obra de Jesus
É imortal e infinda
E o que viver pra ele
Espera Jesus ainda

Para o Juízo Final
Vem julgar os pecadores
Porém não para passar
Nem humilhações, nem dores
Vai vir como Rei dos Reis
Como Senhor dos Senhores

Julgará a cada um
Pelo seu merecimento
Do bem ou mal praticado
Exterminando o tormento
E santificando aquele
Que cumpriu seu mandamento

Então devemos fazer
A nossa preparação
Com um Natal permanente
Caridade e comunhão
Pra que todo dia Cristo
Viva em nosso coração

Jesus disse aos seus discípulos
Remindo os necessitados
Dos padecimentos seus
Aquele que dá aos pobres
Está emprestando a Deus

Se te sobra alguma coisa
Não faças por jogar fora
Dai a quem necessitar
Qualquer tempo, dia ou hora
Porque este é o Natal
Que sempre se comemora

De quem pede angustiado
Devemos ouvir a voz
Procurando amenizar
Sua precisão atroz
É este o dever humano
Que tem cada um de nós

Se podemos dar um brinde
A um amigo ou parente
Comemorando o Natal
É júbilo que a alma sente
Na boa intenção de Cristo
Damos aquele presente

Se damos ceia ou festim
A parente ou visitante
Façamos com alegria
Porém o interessante
É saber que é Jesus
O aniversariante

Não devemos enganar
A criancinha inocente
Dizer que Papai Noel
Foi quem lhe trouxe o presente
Porque o que ganhar menos
Fica triste e descontente

Ensinar aos nossos filhos
É nosso dever sagrado
Quem é Jesus, pra que veio
O que é bem, ou pecado
Para evitar a criança
Trilhar o caminho errado

Ensinar o filho amar
Ao pai, à mãe, à irmã
Dando-lhe educação
De uma vida cristã
Para a criança de hoje
Ser o homem de amanhã

Devemos pedir a Deus
Os santos ensinamentos
Para que os nossos filhos
Tenham bons procedimentos
Seguindo a santa doutrina
Dos sagrados mandamentos

Aquele que vive sempre
Zelando o amor divino
Unindo a seu semelhante
Lealmente em seu destino
Ajuda sempre a fazer
O Natal de Deus Menino.

Texto, Imagem

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

MINC DIVULGA RESULTADO FINAL DO PRÊMIO MAIS CULTURA DE LITERATURA DE CORDEL “PATATIVA DE ASSARÉ”

       

         O MINC (Ministério da Cultura) divulgou ontem, dia 14, a lista final dos projetos classificados no Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel. Foi com muita satisfação que este que vos fala recebeu a notícia que ficara em 2º lugar na categoria produção e criação de folhetos de cordel. Veja abaixo a classificação dos projetos paraibanos:

Categoria Criação e Produção – Folheto de Cordel (120 projetos classificados)

2-Manoel Messias Belisario Neto, João Pessoa
4-João Batista da Silva, João Pessoa
6-Janduhi Dantas Nóbrega, Patos
18-José Medeiros de Lacerda, Santa Luzia
20-Fabio Mozar Marinho da Costa, João Pessoa
49-Vicente Ferreira de Amorim Filho, João Pessoa
56-José Valni Cordeiro Lima Júnior, Campina Grande
71-Jacquelino Souza do Nascimento, João Pessoa
77-Fundação José Francisco de Sousa, Itaporanga

Categoria Criação e Produção – Produtos (Livro, CD, DVD) (88 projetos classificados)

4-Rui Carlos Gomes Vieira, Campina Grande
29-Maria Ignez Novais Ayala, João Pessoa
35-Luiz Nunes Alves, João Pessoa
61-Grupo Teatral Arretado Produções Artísticas, João Pessoa

Categoria – Pesquisa (12 projetos classificados)

Joseilda de Sousa Diniz, Campina Grande PB

Categoria Formação - Iniciativas Existentes (59 projetos classificados)

18-Arnilson Cavalcante Montenegro Júnior, Taperoá
19-Manassés de Oliveira, Picuí
31-Mariano Ferreira da Costa, Dona Inês

Categoria Formação - Novas Iniciativas (22 projetos classificados)

1-Fundação Pedro Américo, Campina Grande
10-Eliane Tejera Lisboa, Campina Grande

Categoria Difusão - Iniciativas Existentes (85 projetos classificados)

9-Fernando Antônio F. Patriota, João Pessoa
43-Silvio Aurélio de Sá, João Pessoa
62-José Paulo Ribeiro, Guarabira
66-Deleon Souto Freitas da Silva, Patos
75-José Francisco de Sousa Neto, Itaporanga

Classificados Difusão – Novas Iniciativas (17 projetos classificados )

1-Fundação Pedro Américo, Campina Grande
10-Eliane Tejera Lisboa, Campina Grande

Veja a lista geral  aqui

Imagem da internet

Manoel Messias Belizario Neto

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

LEI MARIA DA PENHA EM CORDEL

 

Autor: TIÃO SIMPATIA.

I
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pr’a prender homem
Mas pr’a punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”.

II
A Violência Doméstica
Tem sido um grande vilã
E por ser contra a violência
Desta Lei me tornei fã
Pr’a que a mulher de hoje
Não seja vítima amanhã.

III
Toda mulher tem direito
A viver sem violência
É verdade, está na Lei.
Que tem muita eficiência
Pr’a punir o agressor
E à vítima, dar assistência.

IV
Tá no artigo primeiro
Que a Lei visa coibir;
A Violência Doméstica
Como também, prevenir;
Com medidas protetivas
E ao agressor, punir.

V
Já o artigo segundo
Desta Lei Especial
Independente de classe
Nível educacional
De raça, de etnia;
E opção sexual...

VI
De cultura e de idade
De renda e religião
Todas gozam dos direitos
Sim, todas! Sem exceção.
Que estão assegurados
Pela Constituição.

VII
E que direitos são esses?
Eis aqui a relação:
À vida, à segurança.
Também à alimentação
À cultura e à justiça
À Saúde e a educação.

VIII
Além da cidadania
Também à dignidade
Ainda tem moradia
E o direito à liberdade.
Só tem direitos nos “As”,
E nos “Os”, não tem novidade?

IX
Tem, direito ao esporte
Ao trabalho e ao lazer
Ao acesso à política
Pr’o Brasil desenvolver
E tantos outros direitos
Que não dá tempo dizer.

X
A Lei Maria da Penha
Cobre todos esses planos?
Ah, já estão assegurados
Pelos Direitos Humanos
A Lei é mais um recurso
Pr’a corrigir outros danos.
XI

Por exemplo: a mulher
Antes da Lei existir,
Apanhava, e a justiça
Não tinha como punir
Ele voltava pra casa
E tornava a agredir*.(Agredí-la).

XII
Com a Lei é diferente
É crime inaceitável.
Se bater, vai pr’a cadeia!
Agressão é intolerável.
O Estado protege a vítima
E também pune o responsável.

XIII
Segundo o artigo sétimo
Os tipos de Violência
Doméstica e Familiar
Tem na sua abrangência
As cinco categorias
Que descrevo na seqüência:

XIV
A primeira, é a Física
Entendendo como tal:
Qualquer conduta ofensiva
De modo irracional
Que fira a integridade
E a saúde corporal...

XV
Tapas, socos, empurrões;
Beliscões e pontapés
Arranhões, puxões de orelha;
Seja um, ou sejam dez
Tudo é Violência Física
E causam dores cruéis.

XVI
Vamos ao segundo tipo
Que é a Psicológica
Esta, merece atenção
Mais didática e pedagógica
Com a auto-estima baixa
Toda a vida perde a lógica...

XVII
Chantagem, humilhação;
Insultos; constrangimento;
São danos que interferem
No seu desenvolvimento
Baixando a auto-estima
E aumentando o sofrimento.

XVIII
Violência Sexual
Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação...

XIX
Qualquer ação que impeça
Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.

XX
A 4ª categoria
É a Patrimonial:
Retenção, subtração,
Destruição parcial
Ou total de seus pertences
Culmina em ação penal...

XXI
Instrumentos de trabalho
Documentos pessoais
Ou recursos econômicos
Além de outras coisas mais
Tudo isso configura
Em danos materiais.

XXII
A 5ª categoria
É Violência Moral
São os crimes contra a honra
Está no Código Penal
Injúria, difamação;
Calúnia, etc e tal.

XIII
Segundo o artigo quinto
Esses tipos de violência
Dão-se em diversos âmbitos
Porém é na residência
Que a Violência Doméstica
Tem sua maior incidência.

XXIV
Quem pode ser enquadrado
Como agente/agressor?
Marido ou companheiro
Namorado ou ex-amor
No caso de uma doméstica
Pode ser o empregador.

XXV
Se por acaso o irmão
Agredir a sua irmã
O filho, agredir a mãe;
Seja nova ou anciã
É Violência Doméstica
São membros do mesmo clã.

XXVI
E se acaso for o homem
Que da mulher apanhar?
É Violência Doméstica?
Você pode me explicar?
Tudo pode acontecer
No âmbito familiar.

XXVII
Nesse caso é diferente
A Lei é bastante clara:
Por ser uma questão de gênero
Somente a mulher ampara
Se a mulher for valente
O homem que livre a cara.

XXVIII
E procure seus direitos
Da forma que lhe convenha
Se o sujeito aprontou
E a mulher desceu-lhe a lenha
Recorra ao Código Penal
Não à Lei Maria da Penha.

XXIX
Agora, num caso lésbico;
Se no qual a companheira
Oferecer qualquer risco
À vida de sua parceira
A agressora é punida;
Pois a Lei não dá bobeira.

XXX
Para que os eus direitos
estejam assegurados
A Lei Maria da Penha
Também cria os Juizados
De Violência Doméstica
Para todos os Estados.

XXXI
Aí, cabe aos governantes.
De cada Federação
Destinarem os recursos
Para implementação
Da Lei Maria da Penha
Em prol da população.

XXXII
Espero ter sido útil
Neste cordel que criei
Para informar o povo
Sobre a importância da Lei
Pois quem agride uma Rainha
Não merece ser um Rei.

XXXIII
Dizia o velho ditado
Que “ninguém mete a colher”
Em briga de namorado
Ou de “marido e mulher”
Não metia... Agora, mete!
Pois isso agora reflete
No mundo que a gente quer.

Fim!

Obs: Direitos reservados.
TIÃO SIMPATIA, cantor, compositor, repentista e arte-educador.
Autor dos temas:
- “A Lei Maria da Penha” para Campanha de Divulgação da Lei Federal nº 11.340/2006 Lei Maria da Penha.

Fonte

Imagem da internet

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Maior Cordel do Brasil é escrito na Paraíba

Edilberto Cipriano de Brito entra para o RankBrasil por escrever “Bazófias de um cantador pai dégua”Maior cordel do Brasil

 

          O músico e escritor Edilberto Cipriano de Brito, conhecido por Beto Brito, da cidade de João Pessoa – PB, demorou 900 dias para escrever o maior cordel do Brasil, intitulado “Bazófias de um cantador pai dégua”. São aproximadamente 271.620 caracteres, 1.400 estrofes sem septilha, 384 páginas e 8.400 rimas.
           Beto Brito, que nasceu em Santo Antonio de Lisboa, cidade do interior do Piauí, tem 14 anos de carreira, desde o seu primeiro disco “Visões 1996”. Ele já escreveu cerca de quarenta cordéis no tamanho e formas tradicionais, alguns editados em livro, como “Sabedoria popular” e “Lendas do folclore popular”.
Quando o recordista começou a escrever “Bazófias”, a intenção era criar um cordel tradicional. “Porém, passaram seis meses e eu não havia concluído. Então descobri que este cordel poderia ser infinito, ou enquanto minha cabeça conseguisse construir estas situações. Quando percebi, já tinha escrito cerca de oitocentas estrofes”, lembra.
            Foi então que Beto Brito começou a pesquisar se existia outro cordel naquela dimensão. “Descobri uma obra de Severino Aboiador, que tinha aproximadamente oitocentos versos”, diz. O recordista decidiu então continuar escrevendo, até que chegou a um número de estrofes, onde não encontrou nenhum título do mesmo tamanho: “Daí me dei conta de que tinha escrito o maior cordel do Brasil”.
Para o recordista, o RankBrasil provoca desafios. “Eu gosto de desafios. Ver minha obra publicada nesta conceituada empresa, enobrece-me calcifica meus ossos, ilumina meu cérebro e me dá forças para caminhar no rumo de encarar outros desafios, que por ventura, sejam feitos a este bardo poeta da lira cordeliana”.

Finalidade
             A principal finalidade do maior cordel do Brasil, segundo Beto Brito, é chamar a atenção de todas as instituições, principalmente as de ensino: “O cordel tem uma importância gigantesca na formação cultural desta região. O folheto, como era originalmente chamado, teve um papel fundamental na educação de milhares de pessoas, entre elas, incontáveis poetas, compositores e habitantes excluídos das escolas do nordeste”.
            De acordo com o recordista, “o cordel é uma cultura genuína, que atravessa gerações e chega aos dias de hoje ao lado de todas as formas de mídia contemporânea, com fôlego bastante para sobreviver a todas as intempéries da tecnologia universal”.
            A Editora Construir, através do selo “Prazer de Ler”, já topou bancar o projeto junto com o recordista e editou “Bazófias”.

Agradecimentos
Pela conquista do recorde, Beto Brito agradece “ao amigo Pedro Tavares, que demonstrou coragem na publicação da obra; à família, pela paciência de me ver em centenas de tardes e noites debruçado no projeto; aos deuses de minhas orações; ao povo da Paraíba, que me acolheu; e aos conterrâneos piauienses, pelo símbolo da resistência física na luta pela vida, que tem todos os povos nordestinos.


Dificuldades e próximo passo
Beto Brito confessa que teve dificuldades em criar uma literatura tão longa e que fizesse sentido. “As estrofes não são, necessariamente, uma seqüência, em que uma dependa da outra, mas sim, um complemento entre si. O leitor pode abrir em qualquer página e iniciar a leitura”, conta.
O próximo passo, segundo o recordista, é escrever o capítulo dois das “Bazófias”. “O capítulo um tem mil e quatrocentas estrofes, mas ainda não estou satisfeito, como digo em uma de minhas bazófias: Cria dos quatro elementos, terra fogo, água e ar, porém não tô satisfeito, quero me complementar com todo hélio do sol, hidrogênio e metanol, só pra ver no que vai dar...”.

Redação: Fátima Pires

Fonte

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

RESULTADO DO BNB DE CULTURA 2011 SAI AMANHÃ


Todos os agentes culturais brasileiros inscritos no BNB de Cultura 2011 estão ansiosos e atentos ao resultado que está previsto para sair amanhã (30/11). Haja coração. Vários projetos paraibanos passaram para a segunda etapa. Inclusive um de minha autoria. Desejo boa sorte a todos.
Amanhã por esta hora
Já estarão nos jornais,
A lista tão esperada
Dos agentes culturais.
Ficando de fora lembre:
Virão outros editais
Manoel Messias Belizario Neto

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MinC divulga habilitados do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel

    

      O Ministério da Cultura  publicou neste dia 12 de novembro no Diário Oficial da União (Seção 1, páginas 4 a 8) a portaria com os projetos habilitados no Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa de Assaré. Ao todo, o MinC recebeu 688 inscrições e habilitou 617. Os projetos não habilitados têm prazo de cinco dias úteis para interpor recurso.
      Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins (xilogravura, repente, coco e embolada, entre outras) com premiação total de R$ 3 milhões. Trata-se do primeiro apoio oficial do MinC ao setor, desde a regulamentação da profissão de cordelista em janeiro deste ano.
      Os estados do Ceará (158 inscritos), Pernambuco (125) e São Paulo (82) foram os que enviaram a maior quantidade de projetos. O diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Fabiano dos Santos Piúba, explica que o prêmio é resultado das demandas apresentadas no Seminário de Políticas Públicas para Cordel, realizado em maio de 2009. “Esse prêmio vem atender a necessidade de ressaltar a Literatura de Cordel e linguagens afins como patrimônio imaterial do Brasil, entendendo sua unicidade e papel central na construção da identidade e da diversidade cultural brasileira”, diz.
      A categoria voltada para a Criação e Produção (apoio à edição e reedição de folhetos de cordel, livros, CDs e DVDs) foi a que recebeu a maior quantidade de inscrições: 323 propostas, sendo 284 habilitadas. Os estados do Ceará (85 inscritos), São Paulo (42) e Rio Grande do Norte (29) foram os que enviaram a maior quantidade de projetos nesta categoria.
      Na categoria destinada à Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros) foram inscritos 27 projetos, sendo quatro inabilitados. O Ceará foi o estado com a maior quantidade de pesquisas inscritas: sete.
      O MinC recebeu 116 propostas para a categoria de Formação (projetos que contribuam para a formação de profissionais que atuam em áreas que dialogam com a Literatura de Cordel e suas linguagens afins, como cursos, seminários, etc), habilitando 109. Nesta categoria, o estado de Pernambuco foi o que enviou a maior quantidade de projetos (24), seguido do Ceará (22) e Rio Grande do Norte (11).
       A categoria de Difusão (eventos e produtos culturais que contribuam para a valorização e propagação da cultura popular, como feiras, mostras, festivais e outras iniciativas) foi a segunda com maior quantidade de inscrições: 217. Deste total, 201 foram habilitados. Pernambuco (49 inscritos), Ceará (44) e São Paulo (26) foram os estados com maior quantidade de projetos enviados nesta categoria.
       O prêmio é uma das ações do Programa Mais Cultura, que inclui a cultura na agenda social do País e é pautado na integração e inclusão de todos os segmentos sociais, na valorização da diversidade e do diálogo com os múltiplos contextos da sociedade. O resultado completo do edital encontra-se nos site www.cultura.gov.br e http://mais.cultura.gov.br

Fonte

Imagem da internet

terça-feira, 16 de novembro de 2010

VELÓRIO NO SERTÃO (VERSO II)

  

O choro transpassa a noite
E o peito das sentinelas
Que viajam nas memórias
Aquecidas pelas velas
Só Deus é explicação
Para tamanha mazela.

Comadres antes distantes
Unidas na ocasião
Organizam a cozinha.
Tomam conta do fogão.
Fazem chá, café e levam
Aos que resguardam o caixão.

Lá fora os jovens namoram
Tagarelam, dão risada.
Parece que a morte não
Passou por aquela  estrada.
São duas realidades
Muito diferenciadas.

Horas antes do enterro
As comadres se levantam.
Rodeiam o caixão em rezas.
Fecham os olhos e cantam.
Rogam por aquela alma.
Todos os males espantam.

Chega o terrível momento
De enterrar a criatura
O choro dobra o de antes
Se eleva a toda altura.
Quem ainda não chorou
Agora desestrutura.

Uma das filhas desmaia.
Outras grita enlouquecida
Por Deus, Porém não tem jeito.
Lá se foi àquela vida.
Os homens pegam  o caixão
E se dirigem a saída.

E assim a marcha segue
Desapressada e tristonha.
Se some no horizonte
Só a enxerga quem sonha
Até que a última lembrança
Um dia se decomponha.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens da internet

sábado, 13 de novembro de 2010

VELÓRIO NO SERTÃO (VERSO I)

 

Na sala jaz os parentes
Rodeando o caixão.
Comentam o que foi a vida
Daquele ser com emoção.
O sítio inteiro aparece
Com olhos de compaixão.

Os filhos homens tristonhos
Recebem os conhecidos.
Explicam para os compadres
Como foi o ocorrido.
Outros arrumam papéis
Do enterro a ser seguido.

As mulheres estas choram
Lamentando a ocorrência.
Um choro que vara a alma
O qual recebe a clemência
Das comadres que as abraçam
Com um ar de paciência.

A filha grita “ô meu Deus
Porque isto aconteceu?
Ô minha Nossa Senhora
Porque minha mãe morreu
Acabou-se nesta Terra
O ser melhor que viveu.”

Entre soluços lamenta:
”Ô mãe,por favor levanta.
Minha mãezinha querida
Só você a vida encanta.
Como é que eu vou viver
Sem o calor de tua manta?”

Aquele lamento envolve
As sentinelas presentes.
As mulheres todas choram
Os homens sérios somente,
Mas por dentro estão em pranto
Silenciam amargamente.

(continua...)

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem da internet

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SERTÃO SERTANEJO, SERTANEJO SERTÃO

SERTANEJO
Cada dia disto mais
De ti planeta Sertão.
Quando a seca apertou
Abandonei o teu chão.
Toda vez que de ti lembro
Me aperta o coração.

 

SERTÃO
Sertanejo filho amado
Como sinto  a tua ausência.
O casebre é outro ente
Se acabando em carência.
Volta filho pro teu lar.
Filho meu tende clemência.

 

 SERTANEJO
Sertão pedaço de mim
Te ouvindo agora até choro.
Este São Paulo, este morro
Onde morro ou mesmo moro
É um lugar tão cruel
Suga os vãos de meus poros.

SERTÃO
Filho eu também não era
Um paraíso, isso sei.
Porém apesar de tudo
Em meu reinado, eras rei.
Tinhas poucas regalias
Mas meu amor sempre dei.

SERTANEJO
Sertão pedaço de mim
Serei sempre agradecido
Pelos momentos melhores
De ti eu ter recebido.
Obrigado Sertão belo
Por em ti eu ter vivido.

SERTÃO
Filho meu o  teu casebre
Mais ninguém quis abrigar.
Os torrões caem do corpo
É tão triste o seu penar.
Chora na noite obscura
Querendo te ver voltar.

 

SERTANEJO
Sertão, pedaço de mim
Que saudade da tapera
Socada no cuvioco
Minha adorável quimera
Fiel a seu companheiro
Nesta infindada espera.

Sertão pedaço de mim
Sinto falta do teu cheiro
Sinto falta de teus matos
De teus riachos brejeiros.
De tuas serras imensas.
De teus frondosos lajeiros.

SERTÃO
Sertanejo filho meu
Lembro de ti todo dia.
Quando levanto cedinho
Cadê tua companhia?
Sigo ao roçado sozinho
Sem encontrar alegria.

Sertanejo filho meu
A vereda do roçado.
Onde ficava o curral
No qual chiqueirava o gado...
Nunca sertanejo meu
Deixarás de ser lembrado.

SERTANEJO
Sertão pedaço de mim
Nunca hei de te esquecer
SERTÃO
Sertanejo filho meu
Assim que quiser me ver
Estou de braços abertos
Pronto pra te receber.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens da internet

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CONVERSA SAUDOSA COM A ARTE CORDEL

Ó bela arte cordel
Onde andam teus Leandros?
Onde estão os teus Franciscos
Batistas e teus Nicandros?
Onde dormes? Onde escondes?
Percorreis em quais meandros?

Ó bela arte cordel
Quem te dará tanto brilho
Como fez em outras eras
Manoel D’almeida Filho.
Cujos versos são um trem
Que nunca saiu do trilho.

Ó bela arte cordel
Me diz quando surgirá
Poetas como o poeta
Silvino Pirauá
Cujas histórias em versos
Tão belos talvez  não há.

Ó bela arte cordel
Onde anda a declamação
De teus versos grandiosos
Pelas feiras do Sertão?
Quem ofuscou o teu brilho?
Quem fez esta má ação?

Ó bela arte cordel
Tens tantos representantes
Hoje, porém te percebo
Cada dia mais distante
Do auge da produção
A que alcançastes antes.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem

sábado, 16 de outubro de 2010

CANTORIA “NORDESTE INDEPENDENTE”

Intérprete: Elba Ramalho

Composição: Bráulio Tavares/Ivanildo Vilanova

 

Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
“Asa Branca” era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar

O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade,
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque nosso povo não é besta

Fonte música

Video

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POESIA SERTÃ

A poesia que nasce
Nos sonhos, na emoção
Atingem as águas profundas
Do meu planeta Sertão.
 

 

 

 

 

A poesia mais bela
Vem das plagas sertanejas
De uma casa de taipa
De um café sem bandeja.

 

 

 

A poesia mais pura
Vem da mata ressequida
Da caatinga sertã
Que aleita os poros da vida.

 

 

A poesia in natura
Vem de um córrego temporário.
Vem de um lastro de feijão.
Vem de um universo agrário.

 

 

 

 

A poesia tristonha
Vem de um leito rachado
Feito por Pintor cubista
Em traço quadriculado.

 

A poesia sertã
Faz de mim um Manoel,
Cujo açude Frutuoso
No inverno reflete o céu.
 

 

 

 

 

 

 

 

A poesia sertã
Faz de mim um relicário
Das veredas dos lajeiros.
Um roceiro. Um Belizario.

 

 

 

 

 

 

 

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens da internet

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PARABÉNS CAMPINA GRANDE

Falo bem desta cidade,
Em qualquer lugar que eu ande,
Que hoje aniversaria
Chamada Campina Grande

Parabéns bela Campina
A Rainha do São João
Q em todo mês de junho
Orgulha a nossa nação.

Esta cidade bonita
Cada dia mais se expande
E hoje aniversaria.
Parabéns Campina Grande

É a cidade High Tech
E do maior São João do Mundo.
Parabéns Campina Grande.
Em teus caminhos me inundo.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem da internet

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A CHUVA E O VENTO FEITO GATO E RATO

A chuva quebra o silêncio
C/ seu cantar majestoso.
O vento ditando as notas.
Um maestro perigoso
Q/ quando eleva a batuta
Soa um trovão tenebroso.

O vento e a chuva juntos
Numa madrugada fria
Unem os corpos dos casais
C/ a sua sinfonia.
P/seduzir a chuva
O vento logo assovia.

Porém se a chuva apresenta
Desculpas esfarrapadas
Negando o amor ao vento
Este sopra uma rajada
De ar sobre o seu caminho.
Vira uma fera indomada.

A chuva por sua vez
Para acalmar o vento
Solta orvalhinhos cheirosos
Sobre as folhas do relento.
O vento vai se acalmando.
Diminui o movimento.

Porém se o vento ficar
Tempos sem fazer amor.
Se transforma em furacão.
Em tornado arrasador.
Nenhuma chuva ou neblina
Aplacam o seu calor

A chuva também não pode
Demorar desassistida
Senão chove sem parar
E feito fera ferida
Se transforma em dilúvio
Ameaçador da vida.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bandeira nordestina

Jessier Quirino
Composição: Jessier Quirino


A bandeira nordestina
É uma planta iluminada
É qualquer raiz plantada
Mostrando o caule maduro
E quando o sol varre o escuro
Com luz e sombra no chão
É quando germina o grão
É quando esbarra o machado

É quando o tronco hasteado
É sombra pro polegar
É sombra pro fura-bolo
É sobra pro seu vizinho
É sombra para o mindinho
É sombra prum passarinho
É sombra prum meninote
É sombra prum rapazote

É sombra prum cidadão
É sombra para um terreiro
É sombra pro povo inteiro
Do litoral ao sertão
Essa bandeira que eu falo
Tem cores de poesia
Tem verde-folha-avoada
Amarelo-jaca-aberta

Em tudo que é vegetal
Tem bandeira desfraldada
No duro da baraúna
No forte da aroeira
No bandejar buliçoso
Das folhas das bananeiras
Das bandeirolas dos coentros
E na marca sertaneja:
O rijo e forte umbuzeiro

Letra, Imagem

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ODE À MADRUGADA

INÍCIO I

(Estava eu twitando
Na madrugada sem sono
Quando veio a poesia
À procura de um dono
Ditou a mim estes versos
Depois deu-me o abandono.

Após me deixar sozinho
Na madrugada chorosa
Meu sono quase não chega
De sua mansão pomposa
No reino da Grande Insônia
Que ruge branda e manhosa.)

INÍCIO II

Esta madrugada incerta
Esconde tantos segredos!
P/ alguns é salvação.
Causa noutros grande medo.
A mim traz inspiração
P/compor este enredo

Madrugada 'cabulosa'!
Q silêncio zuadento!
Deste uma taça de sonhos
A quem tava sonolento,
Mas por querer um amante
Deixou-me acordado, atento.

Minha madrugada bela
Quão fogosa é vc!
Eu tô doido pra dormir
Mas ñ consigo pq
Tua filha Insônia é outra
Q me disse: 'manda ver'!

Então vou fechar os olhos.
Esquece-me madrugada.
Tenho de acordar cedo
Em nova longa jornada.
Procure sono também.
Não seja exagerada!

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens 1, 2

sábado, 25 de setembro de 2010

CANÇÃO: CARTA DE UM MARGINAL

Mastruz Com Leite

(Me balançando na rede
Numa taipa do Sertão.
Enquanto o Sol se escondia
Eu ouvia esta canção...
E num passeio ao passado
Me veio à recordação
.
Manoel Belizario)

Recebi pelo correio
Carta de um hospital
Dizendo ser de um cliente
Que passava muito mal
O qual eu já tinha lido o
Seu nome em um jornal

Dizia: caro poeta só
Você que tem memória
Pode transformar em versos
Minha fracassada história

Meu destino veio traçado
Com a minha formação
O ventre que me gerou
Foi desmando e traição
Fui maldito desde o dia
Da minha concepção

Passei por cima da pílula
Fui gerado em desconforto
Minha mãe tomou remédio
Pra ver se eu nascia morto

Vim ao mundo por acaso
E não conheci meus pais
Fui jogado em um cerrado
Em pedaços de jornais
A polícia achou-me quando
Procurava marginais.

Alguém de mim tomou conta
Me fazendo uma esmola.
Me criaram como filho
E me botaram na escola
Me criaram como filho
E me botaram na escola.

Não quis saber de trabalho,
Estudar não dei valor
Sempre desobedecendo
Ao meu superior
Batia nos meus colegas.
Xingava meu professor

Peguei o vício das drogas
Junto com a corriola
Minha vida foi maldita
Mesmo dentro da escola

Fui expulso de um colégio
Por traficância ilegais
Desonrei uma menor
E fugi da casa dos pais
E parti para a pesada
Num grupo de marginais

Não conto tudo a miúdo
Porque meu tempo não dá
Não quis nada com o trabalho
Meu negócio era roubar

Traficante e assaltante
Todos temiam a mim
Fui terror da noite escura
E fiz tudo que foi ruim
Um germe assim como eu
Só presta levando o fim

Sempre fugindo do cerco
E matando de emboscada
Seduzi muitas donzelas
Fiz assalto à mão armada

Naquele mesmo lugar
Onde eu fui encontrado
Pela ronda da polícia
Há muito tempo passado
Me escondendo de um assalto
Por ela eu fui baleado

A bala entrou no meu peito
E feriu meu coração
Já fizeram muito esforço
Mas não tenho salvação

Não te escrevo mais porque
Minha vista está tão pouca
Falar também eu não posso
Minha garganta está rouca
Termino a carta botando
Muito sangue pela boca

Fonte

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

NOVO TRIBUTO AO SÍTIO LAJES, MEU TORRÃO NATAL

 

O campo é um paraíso
Descoberto de repente
Nos pedestais da saudade
Q vem embalando a gente
Neste mundo de cidade
Competitivo e doente.

O Sertão vai residindo
Dentro de nós, permanente.
Aos poucos distanciado.
Sumindo constantemente.
Brilha um sol sertanejo
No olhar de um filho ausente.

Ó luar de meu Sertão.
Ó noites escurecidas.
Minha Laje, sítio Lajes
Início de minha vida.
O açude Frutuoso
Chorou em minha partida.

Ó Lajes, meu sítio Lajes...
Minhas fogueiras São João...
Meu forró de pé-de-serra...
Minhas roças de feijão...
Meus riachos de piaba...
Meu mungunzá..., meu baião...

Ó Lajes, Meus sítio Lajes...
Chegou a televisão
Roubando a cena da lua.
Roubando a nossa atenção.
Já não se lê mais cordel
Nas debulhas de feijão.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens

    1, a 2ª foi extraída do Google Map

terça-feira, 21 de setembro de 2010

RELANÇAMENTO DA WEB RÁDIO

Caros amigos, a nossa Web Rádio ficou desativada por um tempo por falta de recursos. Como ainda não podemos colocá-la no ar nos moldes almejados, relançamos a mesma num modelo simples. Todos os dias postaremos novas canções. Serão priorizadas cantorias e músicas cujas nuances perpassem as características da literatura de cordel e a poesia popular em geral. Para ouvir siga o link http://www.lognplay.com/index.asp?pg=r&c=6058

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CANÇÃO: ALMA DE MENINO


Os Nonatos
Composição: Nonato Costa e Raimundo Nonato


(Ah minha infância passada/Tempo que não volta mais/Esta canção é um tributo/Pois a saudade é demais – Manoel Belizario)

Eu gostaria de inverter o tempo
E interditar a rota do destino
Pra reviver aquelas fantasias
Que eu arquivei n’alma de menino
Aquela estrada cortando o terreiro
E uma cancela um pouco mais na frente
E as flores brancas
Coroando os jarros da casa da gente

Os nossos filhos são do que nos fomos
Real semelhança
Que todo adulto trás dentro de sí
Um sonho de criança

Fiz muitas vezes no oitão de casa
Curral de pedra e boiada de osso
Fechava os olhos pra ganhar um beijo
Na brincadeira de cair no poço
Carro de flandres, cavalo de pau.
Eram os brinquedos que eu fazia escolha
E o meu dinheiro
Feito de carteira de cigarro e folha

Criei canário e concertei gaiola
Brinquei de bila, pião e ponteira.
Bola de meia, carrapeta e pipa
Bornau de saco, pedra e baladeira.
Infelizmente mudou o cenário
Daquelas cenas que a infancia fez
Passou o filme
E o tempo não deixa que eu veja outra vez


FONTE

sábado, 18 de setembro de 2010

SÓ O AMOR É A SOLUÇÃO

 

Sr. Deus dos desgraçados
O que será desta terra?
Enquanto uns mentem outros morrem
No litoral e na serra
A violência e a fome
São os senhores da guerra.

Enquanto a bobagem impera
No planeta Besteirol
Há miseráveis na África
Ou na frente do meu hall.
Vou me entretendo banal
Discutindo futebol.

Não espere o sofrimento
Para ter compreensão
Que este mundo só melhora
Se todos dermos as mãos
E agirmos uns coms os outros
Como se faz com irmão.

Não adianta querer
Ser melhor do que outrem,
Pois qdo a doença chega
Destruindo nosso 'alguém'
Percebemos: "somos nada"
Ou simplesmente:ninguém.

Sei que as minhas palavras
Parecem mais pregação,
Porém pode corrigir
Se eu não tiver razão.
Este mundo está ferido
Só o amor é a solução.

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

FORRÓ MASTRUZ COM LEITE: MEU VAQUEIRO MEU PEÃO

Composição: Rita de Cássia

á vem montado em seu alazão
Chapéu de couro, laço na mão
Seu belo charme me faz cantar
No rosto um grande lutador
Que trabalha com calor
Com toda dedicação...
Oh! meu Vaqueiro, meu Peão
Conquistou meu coração
Na pista da paixão
E valeu o boi...(2x)
Eu estou sempre ode ele está
Forró, vaquejada qualquer lugar
Eu vou seguindo o meu Peão
Seus braços fortes, sua cor
Vaqueiro eu quero o teu calor
Em seus braços quero estar...
Oh! meu Vaqueiro meu Peão
Conquistou meu coração
Na pista da paixão
E valeu o boi...(2x)
Teu amor valeu o boi!
Teu calor valeu o boi!
Ter você valeu o boi!
Meu Vaqueiro...(2x)
Já vem montado em seu alazão
Chapéu de couro, laço na mão
Seu belo charme me faz cantar
No rosto um grande lutador
Que trabalha com calor
Com toda dedicação...
Oh! meu Vaqueiro, meu Peão
Conquistou meu coração
Na pista da paixão
E valeu o boi...(2x)
Teu amor valeu o boi!
Teu calor valeu o boi!
Ter você valeu o boi!
Meu Vaqueiro...(2x)


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CONSELHOS AOS SERVOS DO REI SERTÃO

Há um cenário que muda
Em tempo de eleição.
Aparece tanta gente
Afagando o coração
Abraçando com fervor
Os servos do rei Sertão...

Ó Servos do Rei Sertão
Cuidado com os invasores.
São lobos, feras mortais
Disfarçadas de pastores.
São poucos que de verdade
Vão acalmar suas dores.

 

Ó Servos do Rei Sertão
Até quando vais cair
Na lábia do invasor
Ñ era melhor fugir
Das suas garras mortais
Até quando ele partir?

 

 

 

 

 

 

Ó servos do Rei Sertão
Sabes mais do que ninguém:
Quando passa a piracema,
O que a eles convém,
Eles abandonam a ti
E o teu reino também.

Temos, servos sertanejos,
Breve juízo final
Quantas bestas vos perseguem
No tumulto eleitoral?
Ainda há espaço pra mais
Um pecado capital?

 

Manoel Messias Belizario Neto

Imagens: 1, 2,3,4,5,6

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Blog do Batista Alves: TRÂNSITO PERFEITO



Com um grande movimento
Indo e vindo em sintonia
Sem ter um sinal de transito
Sem ruas nem ciclo via
Não acontece batida
Nem engarrafa avenida
Tudo em perfeita harmonia

Guarda de trânsito não tem
O transito flui desse jeito
Ninguém reclama um do outro
Todos guiando direito
Literalmente mulher
Guiam pra frente e de rer
Num movimento perfeito

Um entra e sai da garagem
Em grande velocidade
Sem ter um sinal de transito
Em toda grande cidade
Guiando com perfeição
Em contraria Direção
Isso que é habilidade

E assim que funciona
transito certo e ordeiro
Todos são habilitados
A guiar sem paradeiro
Um transito assim existe
Não foi ninguém que me disse
só olhei um formigueiro


Autor:Batista Alves
Fonte: Texto

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

TRANCA RUA - Amazan

(Ouça um poema espetacular do poeta e cantor paraibano Amazan)


Eu ainda era menino
A premera vez que vi
O cabocão lazarino
E nunca mais esqueci
Seu nome era tranca rua
Pois quando a vontade sua
Era fechar a cidade
Dava ordem pra trancar
Mercado, bodega, bar
E até a casa do padre

Quatro, cinco, seis soldado
Para ele era perdido
Uns ficava istrupiado
Outros ficava estendido
De modos que a cidade
Não tinha tranqüilidade
No dia que ele bebia
Pois quando se embriagava
Dava a gota bagunçava
E prendê-lo ninguém podia

Tranca rua era um caboco
De dois metros de artura
Os braço era aqueles tôco
As pernas dessa grossura
Não tinha medo de nada
Pois até onça pintada
Ele sozinho caçava
Pegava a bicha com a mão
Depois com um cinturão
Dava-lhe uma pisa e matava

E eu cresci-me escutando
Falar do cabra voraz
O tempo foi se passando
E eu tormei-me rapaz
Mole que só a mulesta
Pois até pra ir uma festa
Eu era discunfiado
Se acaso visse uma briga
Me dava uma fadiga
Eu ficava todo mijado

Quem hoje olha pra mim
Pensa até que eu tô inchado
Mais eu nunca fui assim
Naquele tempo passado
Eu era um cabra mufino
Desses do pescoço fino
Da cabeça chata e feia
No lugar onde eu morava
O povo só me chamava
De caboré de urêia

Por artes do mangangá
Um dia eu me alistei
Num concurso militar
E apois num é que eu passei?
E me tornei um sordado
Mago feio e infadado
Nem cum revóve eu pudia
Porém se o chefe mandasse
Prendê alguém qui errasse
Dava a gota mais eu ia

Um dia de madrugada
Eu estava bem deitado
Quando chegou Zé buchada
Com os óio arregalado
Foi logo chamando a gente
Depois deu parte ao tenente
Relatou o desmantelo
Traça rua ontem brigou
Portanto agora o Senhor
Vai ter que mandar prendê -lo

O tenente olhou pra mim
Eu chega tive um abalo
Disse: - Amanhã bem cedim
Você vá lá intimá-lo
Disse isso e foi se deitar
Eu peguei logo a ficar
Amarelo e mêi cansado
Deu-me uma tremedeira
E eu disse é a derradeira
Viagem desse soldado

No outro dia bem cedo
Eu pus o pé no camim
Ia tremendo de medo
E cunversando sozim
Aqui e acolá parava
Fazia um gesto insaiava
O que diria pra ele
E saí me maldizeno
Nove hora mais ou menos
Eu cheguei na casa dele

Fui chegando com cuidado
A casa estava trancada
Eu fui olhando de lado
Vi ele numa latada
Tava dum bode tratano
Eu fui lá me aprochegano
Pra perto do fariseu
Minha garganta tremia
Eu fui e disse assim: Bom dia!
Ele nem me arrespondeu

E eu peguei conversando
E me aprochegano mais
E ele lá trabaiano
Sem me dá nenhum cartaz
Eu disse: - Bonito dia
Eihm! Seu Toím quem diria
Que esse ano ia chuver
Eita qui bodão criado
É pra vender no mercado
Ou mode o senhor cumê

Aí ele olhou pra mim
Eu peguei logo a surri
Ele diche bem assim
Qui diabo tu qué aqui?
Aí eu diche não sinhô
É qui eu sou um caçador
Qui moro no pé da serra
Me perdi de madrugada
Não achei mais a estrada
E saí nas suas terra

Aí ele me interrogou
Então cadê seu bisaco?
Eu diche ah! Não sim senhor
Caiu dentro dum buraco
Ele diche sente aí
Qui eu tô terminando aqui
Qui é pra mode conzinhar
E você chegou agora
Portanto só vai imbora
Adispois qui armoçá

Quando nóis tava armonçando
Ele pegou cunversar
E diche: -Faz vinte anos
Qui moro nesse lugar
Sem mulé e sem parente
As vezes tomo aguardente
Faço papel de bandido
Eu sei qui é covardia
Mas quando é no outro dia
Eu to munto arrependido

Então eu disse é agora
Qui faço a minha defesa
Peguei a fera na hora
Dum momento de fraqueza
Aí disse: - Realmente
O sinhor é diferente
Quando istá imbriagado
Mais dexe isso pra lá
Qui a vida vive a passar
E o qui passou ta passado

Viu seu Antoim tem mais uma
Eu nunca fui caçador
Tombem istô cum vergonha
De tê mentido ao sinhô
Eu sou um pobre sordado
Qui as orde do delegado
Meu devê é dispachar
Porém prefiro morrer
Do que dizer a você
Qui vim aqui lhe intimar

Se o delegado achar ruim
Pode tirar minha farda
Mais intimar seu Toím
Deus me livre intimo nada
Nisso Ontoim se levantou
Bebeu água se sentou
Dispois pegou preguntar
Quer dizer qui o sordado
Pur orde do delegado
Veio aqui mi intimar

Eu fui falar mais não deu
Peguei logo a gagejar
Nisso Ontoim oiou pra eu
Disse: -Pode se acalmar
Resolvi ir com você
Pra cunversar e saber
O qui quer o delegado
Pois se eu não for camarada
Vão tirar a sua farda
E eu vou me sentir curpado

E vamo logo si imbora
Enquanto eu tô cum vontade
Mais ou menos quatro hora
Fumo entrando na cidade
De longe eu vi o tenente
Assentado num batente
Cum uns cabra a cunversar
Qui quando viu nóis gritou:
-Valei-me nosso Senhor
Ispie só quem vem lá

Eu só tou acreditando
Porque meus óio estão vendo
Tranca rua vem chegando
Caboré vem lhe trazendo
O cabra é macho demais
Nisso eu fui e passei pra trás
Que é pra chamar atenção
E só pra me amostrar
Eu resolvi impurrar
Tranca rua cum a mão

Esse nêgo camarada
Ficou meio enfurecido
Deu-me uma chapuletada
Por cima do pé do uvido
Qui eu saí feito um pião
Rodano sem direção
Pru cima de pedra e pau
Graças a Virge Maria
Só acordei no outro dia
Na cama dum hospital

Não sei o qui se passou
Dispois qui eu dismaiei
Por que ninguém me contou
E eu tombem não perguntei
Eu só sei qui o delegado
Até hoje é aleijado
E qui esse uvido meu
Nunca mais iscutou nada
Adispois da bordoada
Qui Tranca rua me deu.

domingo, 5 de setembro de 2010

VERSOS EM HOMENAGEM AO AMIGO LUIZ

        Neste último dia dois um grande amigo meu, Luiz José de Santana, fez aniversário. Luiz foi membro de dois  programas sociais nos quais atuei enquanto educador social. Sua festa ocorreu ontem à noite na ladeira do centro histórico. No ateliê de Eleonai Gomes. Compus uns versos especialmente para a ocasião os quais partilho com vocês.

Luiz (à esquerda) com seu paiSDC10311 

Grupo Cultural  de dança-afro ‘Raízes’ do qual Luiz faz parte

SDC10350

Momento em que recitei os versos

SDC10346

 

VERSOS EM HOMENAGEM AO AMIGO LUIZ

Amigos aqui presentes
Brevemente vou contar
Como conheci Luiz
E como viemos nos tornar
Grandes amigos irmãos
Conforme vou relatar.

Fora em 2006
Que virei educador
Do extinto agente jovem
Trabalhando com amor
Em Cruz das Armas apesar
Do grupo se contrapor.

Eu não fui bem recebido
Pelo grupo de agentes.
E o que também ajudou
Foi eu ser muito exigente
Com horário e comportamento
Deixando-os descontentes.

Foram seis pesados meses
Eu querendo organizar
E o grupo inteiro se opondo.
Só queriam bagunçar
Foi quando Luiz chegou
E começou a ajudar.

Assim que o conheci
Achei-o meio gaiato.
Fazia parte do PETI
E ele o era de fato
Porque para aquela idade
Isto é componente nato.

Quando entrou no Agente
Jovem não simpatizava
Comigo porque o grupo
Mal, de mim todo falava,
Porém ele percebeu
Que errado o grupo estava.

Porém como quem conhece
Luiz sabe muito bem
Que ele testa a pessoa
Para provar se convém
O que as pessoas dizem
A respeito de alguém.

Lembro-me de uma mancada
Que dei como liderança
Daquela faixa etária
Sei que me vem á lembrança
Que Luiz me pediu algo
E agi com desconfiança.

Eu disse a ele no duro
“Eu não confio em você.
Prove pra mim se eu posso
Confiar e então vai ter
O que estás me pedindo
E terás por merecer”.

Senti naquele momento
O ar da decepção
Ele ficou muito triste
Mas sem dar demonstração.
Ele agora vivia
Querendo me dar lição.

Qualquer deslize que eu desse
Ele marcava cerrado
Contrargumentava muito
Dizendo que eu tava errado.
Foi uns dois meses de guerra
Eu pensava “tô lascado”.

Porém aquele moído
Em vez da inimizade
Trouxe a aproximação
Que se tornou em  amizade.
Tornou-se meu aliado
Número um na verdade.

Aí ele se entregou
Ao modesto ensinamento
Deste ente que vos fala
Ele escutava atento
E como é de seu feitio
Trazia questionamento.

Alguns momentos chegava
Com umas idéias erradas
Vinha conversar comigo
Eu apontava a estrada,
Porém deixando-o livre
Pra seguir sua empreitada.

Daqui a pouco ele estava
Também a me ensinar.
Vez em quando discutíamos,
Mas nada de salutar.
Logo de novo estávamos
Próximos a conversar.

E assim um dia ele
Disse Manoel então
Agora o que me diz?
Confia em mim ou não?
Eu disse “agora confio”
E pedi o seu perdão.

Por eu ter sido tão duro
No meu modo de falar.
Mas sei que isto foi bom
Porque fez ele mudar
O seu jeito de agir
Que me fez desconfiar.

Depois veio o Projovem
E ele permaneceu
Agora estava mais velho,
Portanto amadureceu
Hoje me orgulho por ver
O caminho que escolheu.

Veio outra fase  difícil
Pro nosso amigo Luiz
Mas agora ele já estava
Disposto a ser feliz
Por isto o caminho bom
Foi a vereda que quis.

De  tudo o que nós vivemos
Eu fui maior aprendiz
Quanta coisa me ensinaram
Os outros e também Luiz
Agradeço a Deus por tudo
E isto me faz feliz.

Parabéns meu grande amigo
Por mais um ano vivido
De muitos que ainda virão.
Para dar maior sentido
A vida de seus amigos
E de seus entes queridos.

Manoel Messias Belizario Neto