Em comemoração ao Dia do
Folclore, a Biblioteca Municipal Clodomir Silva, unidade vinculada à Fundação
Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), em parceria com o Colégio Estadual
Atheneu Sergipense, promoveu nesta quarta-feira, 22, o Projeto Hora do Cordel.
Nesta edição, o programa foi intitulado ‘Terra Ardente’ e seguiu com o intuito
de estimular os estudantes a se interessarem mais sobre a literatura de cordel.
De acordo com a coordenadora da
biblioteca, Fabiana Bispo, a realização de mais uma edição do programa Hora do
Cordel mostrou, mais uma vez, o fortalecimento com a cultura popular de
Sergipe. “Esta iniciativa buscou valorizar a literatura de cordel em nossa
cidade e também no Estado, e mostrar esse gênero textual como uma fonte de
aprendizado e lazer. Além de ser uma contribuição cultural para a população”.
Durante o evento, a presidente da
Academia Sergipana de Cordel, Izabel Nascimento, deixou uma mensagem reflexiva
sobre a origem e a importância do cordel para a juventude. “Falar para
estudantes é uma das ações que a academia preza, devido o incentivo pela
perpetuação dessa arte que depende de pessoas que se interessam em pesquisar e
produzir. Por isso que é muito importante essa experiência, tanto para os
alunos e como também para os escritores”.
O cordelista de 15 anos, Everton
Silva, que fez a mediação da palestra, contou que a sua paixão por essa
literatura chegou desde cedo. “Eu descobri o cordel desde os 11 anos de idade e
hoje eu tento mostrar para os jovens a importância dessa literatura em
nossas vidas. O cordel que eu mais amo é o ‘Na cabeça que não pensa, tem
racismo todo dia’ - Diga-me quantos zumbis ainda precisaremos e das
dandaras que tempo para lutar neste país, diga-me quais dos brasis a nossa cor
é maioria, o brasil que a gente cria, o brasil da imprensa, da cabeça que não
pensa, tem racismo todo dia”, declamou.
Zézé de Boquim, um dos
cordelistas mais conhecido de Sergipe, parabenizou a iniciativa da realização
do evento e comentou sobre as dificuldades no seu tempo escolar para declamar
um poema popular. “Naquela época não tinha transporte, andávamos cerca de 10 Km
a pé, e hoje tem tudo mais fácil, principalmente os livros. E esses encontros
são importantes para incentivar os estudantes", afirmou.
Cordelteca
A Biblioteca Municipal Clodomir
Silva possui a primeira Cordelteca Municipal do Brasil. Atualmente, seu acervo
é composto de cerca de mil exemplares de livretos para leitura e pesquisa. Além
de folhetos, antologias de Literatura de Cordel, livros teóricos, teses e dissertações
sobre este estilo literário, a ‘Cordelteca João Firmino' dispõe de uma galeria
com informações biográficas de 36 poetas cordelistas sergipanos. Outras
informações sobre a Cordelteca e o Projeto Hora do Cordel podem ser obtidas
pelo telefone: (79) 3179-3742 ou na sede da Biblioteca, localizada na rua Santa
Catarina, n° 314, bairro Siqueira Campos.
Fonte: www.aracaju.se.gov.br
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