O cordelista Adão Almeida e a coordenadora do projeto, a professora Cley / Fotos: Divulgação
Como forma de incentivo à leitura, a Escola Geraldo Veloso inova ao desenvolver um
projeto voltado para os alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental. O “Dia D Cordel”
levou para os estudantes uma expressão viva da valorização da cultura nordestina através
da contação de histórias da literatura e da ocina de elaboração dos livretos.
Desenvolvido pela professora, poeta e coordenadora, Cley Ferreira Araújo, o projeto contou
com o apoio e incentivo da diretora Ingrid Brandão e da vice-diretora Aurelice Queiroz.
Além de incentivar a leitura, o tem o intuito de valorizar e respeitar a multiculturalidade
própria do país e os signicados de coletividade e experiência comunitária presentes na
produção do cordel.
De acordo com a coordenadora, através da xilogravura, que é uma arte milenar que marca a
identidade da cultura do Nordeste, os alunos puderam conhecer a riqueza da literatura por
meio da escrita, leitura e da linguagem não verbal. “Nós quisemos proporcionar a inclusão
da literatura de cordel porque as pessoas olham e acham que é uma literatura de cunho
popular que só vende em feira. É a melhor leitura para se fazer em sala de aula e os
meninos gostam”, explica.
“Os alunos conheceram o cordel através de pesquisas e zemos isso justamente para
aproximá-los da cultura popular nordestina e também a valorização da leitura”, esclareceu.
A convite da coordenação do projeto, o poeta e cordelista Adão Almeida deu vida às
histórias. Foi ele o responsável por contar aos alunos as histórias durante a ocina, que
ocorreu no início deste mês. Segundo ele, os alunos se mostraram muito interessados na
literatura ao questioná-lo sobre como deve ser a forma de escrita das histórias. “Falei
sobre meu histórico de vida, biograa e na roda de conversa eles abordaram diversas
curiosidades em torno do cordel am de se aprofundarem”, armou.
Questionado pela Reportagem do CORREIO, o cordelista, membro da Academia de Letras do
Brasil (ALB), arma que, de fato, por meio do projeto “Dia D Cordel”, os alunos passam a ler,
apreciar e produzir cordéis que aproximam a música nordestina e a cultura popular da
realidade de cada um deles. “Seu principal objetivo é incentivar o prazer no hábito da
leitura”, destacou.
Entenda
O cordel é uma manifestação cultural que aborda a leitura, o canto, o aspecto rítmico
compassado das declamações e a ilustração das capas, por meio de xilogravura, desenho,
foto ou pintura. Além disso, o cordel possibilita a memorização de fatos históricos ou
acontecimentos e deixa um registro na memória nem sempre possível no texto em prosa.
A literatura com rima e ritmo, favorece a aprendizagem e estimula a valorização do lugar de
pertencimento, ao mesmo tempo em que proporciona aos estudantes vislumbrar novas
perspectivas de assimilação e de busca do conhecimento.
No espaço escolar o cordel pode ser usado para estimular a criatividade. Como é uma
leitura que pode ser cantada, acompanhada de um ou vários instrumentos musicais como
viola, rabeca, sanfona, violão, pífano, zabumba, auta, pandeiro ou outro de interesse do
professor.
Por ser confeccionado com material simples, o folheto de cordel tradicionalmente teve
preço acessível e as pessoas de baixo poder aquisitivo sempre tiveram oportunidade de
adquiri-lo.
Fonte: Correio Portal de Carajás
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