Por Manoel Belizario
Se amoita numa ingazeira
Ou bola de marmeleiro;
Embaixo de timbaúba
Ou detrás de juazeiro
No lugar do olho o tato
Farejando feito gato
Por instinto traiçoeiro.
.
As ovelhas indefesas
Seguem em fila, em procissão
A qual passará por onde
Se atocaia o vilão
Para um ataque bandido
Contra o fraco e desvalido
Com gesto de traição.
.
Porém o que mais desperta
Este olhar expectador
É a covardia expressa
No aceno do pastor
Que age perversamente
Entregando friamente
Ovelhas ao predador.
.
O pastor se sente esperto
No gesto cruel, ímprobo,
Pois entregar cordeirinhos
Na bocarra vil do lobo
Traz para si proteção,
Maspensa assim o vilão
“Depois eu janto esse bobo.”
.
Caberá aos cordeirinhos
Juntos numa só canção
Mudar o rumo, o caminho;
Conduzir a procissão;
Serem seus próprios pastores;
Superar as próprias dores
Para vencer o vilão.
.
Dessa narrativa faço
A seguinte analogia:
O político é o lobo
Que nos sangra todo dia.
O pastor é o sindicato
O qual nos vende num trato
Que muito o beneficia.
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