CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



domingo, 5 de setembro de 2010

VERSOS EM HOMENAGEM AO AMIGO LUIZ

        Neste último dia dois um grande amigo meu, Luiz José de Santana, fez aniversário. Luiz foi membro de dois  programas sociais nos quais atuei enquanto educador social. Sua festa ocorreu ontem à noite na ladeira do centro histórico. No ateliê de Eleonai Gomes. Compus uns versos especialmente para a ocasião os quais partilho com vocês.

Luiz (à esquerda) com seu paiSDC10311 

Grupo Cultural  de dança-afro ‘Raízes’ do qual Luiz faz parte

SDC10350

Momento em que recitei os versos

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VERSOS EM HOMENAGEM AO AMIGO LUIZ

Amigos aqui presentes
Brevemente vou contar
Como conheci Luiz
E como viemos nos tornar
Grandes amigos irmãos
Conforme vou relatar.

Fora em 2006
Que virei educador
Do extinto agente jovem
Trabalhando com amor
Em Cruz das Armas apesar
Do grupo se contrapor.

Eu não fui bem recebido
Pelo grupo de agentes.
E o que também ajudou
Foi eu ser muito exigente
Com horário e comportamento
Deixando-os descontentes.

Foram seis pesados meses
Eu querendo organizar
E o grupo inteiro se opondo.
Só queriam bagunçar
Foi quando Luiz chegou
E começou a ajudar.

Assim que o conheci
Achei-o meio gaiato.
Fazia parte do PETI
E ele o era de fato
Porque para aquela idade
Isto é componente nato.

Quando entrou no Agente
Jovem não simpatizava
Comigo porque o grupo
Mal, de mim todo falava,
Porém ele percebeu
Que errado o grupo estava.

Porém como quem conhece
Luiz sabe muito bem
Que ele testa a pessoa
Para provar se convém
O que as pessoas dizem
A respeito de alguém.

Lembro-me de uma mancada
Que dei como liderança
Daquela faixa etária
Sei que me vem á lembrança
Que Luiz me pediu algo
E agi com desconfiança.

Eu disse a ele no duro
“Eu não confio em você.
Prove pra mim se eu posso
Confiar e então vai ter
O que estás me pedindo
E terás por merecer”.

Senti naquele momento
O ar da decepção
Ele ficou muito triste
Mas sem dar demonstração.
Ele agora vivia
Querendo me dar lição.

Qualquer deslize que eu desse
Ele marcava cerrado
Contrargumentava muito
Dizendo que eu tava errado.
Foi uns dois meses de guerra
Eu pensava “tô lascado”.

Porém aquele moído
Em vez da inimizade
Trouxe a aproximação
Que se tornou em  amizade.
Tornou-se meu aliado
Número um na verdade.

Aí ele se entregou
Ao modesto ensinamento
Deste ente que vos fala
Ele escutava atento
E como é de seu feitio
Trazia questionamento.

Alguns momentos chegava
Com umas idéias erradas
Vinha conversar comigo
Eu apontava a estrada,
Porém deixando-o livre
Pra seguir sua empreitada.

Daqui a pouco ele estava
Também a me ensinar.
Vez em quando discutíamos,
Mas nada de salutar.
Logo de novo estávamos
Próximos a conversar.

E assim um dia ele
Disse Manoel então
Agora o que me diz?
Confia em mim ou não?
Eu disse “agora confio”
E pedi o seu perdão.

Por eu ter sido tão duro
No meu modo de falar.
Mas sei que isto foi bom
Porque fez ele mudar
O seu jeito de agir
Que me fez desconfiar.

Depois veio o Projovem
E ele permaneceu
Agora estava mais velho,
Portanto amadureceu
Hoje me orgulho por ver
O caminho que escolheu.

Veio outra fase  difícil
Pro nosso amigo Luiz
Mas agora ele já estava
Disposto a ser feliz
Por isto o caminho bom
Foi a vereda que quis.

De  tudo o que nós vivemos
Eu fui maior aprendiz
Quanta coisa me ensinaram
Os outros e também Luiz
Agradeço a Deus por tudo
E isto me faz feliz.

Parabéns meu grande amigo
Por mais um ano vivido
De muitos que ainda virão.
Para dar maior sentido
A vida de seus amigos
E de seus entes queridos.

Manoel Messias Belizario Neto

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