Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara
Meu querido João Henrique     
Prefeito de Salvador     
Eu escrevo essa cartinha     
Para traduzir o clamor     
Que não é somente meu     
Mas de todo o eleitor.
II
Não escrevo com rancor     
Nem busco aqui confusão     
Falo pela maioria     
Da nossa população     
Que quer ver nossa cidade     
Em melhor situação.
III
Não vou aqui relatar     
Tudo detalhadamente     
Quero apenas atentar     
Para o desmando presente     
De coisas essenciais     
Dessa cidade carente.
IV
Desde a primeira gestão     
Que o senhor nos prometeu     
Cuidar bem da nossa urbis     
Mas parece que esqueceu     
Pois já são quase seis anos     
Porém nada floresceu.
V
No Brasil de Norte a Sul     
E também no além mar     
A imagem de Salvador     
Começou a declinar     
Por culpa da sua gestão     
Que não pode piorar.
VI
O abandono é total     
Da Ribeira a Itapuã     
De Cajazeira a Paripe     
Sob os olhos de Iansã     
Parece até que o senhor     
Está pra lá de Teerã!
VII
Acho que vossa excelência     
Está dormindo demais     
A cada dia que passa     
Vem se mostrando incapaz.     
E a querida Salvador     
Vai ficando para trás!
VIII
A sua avaliação     
É bastante negativa     
Porque você colocou    
Nossa cidade à deriva.     
Dê no pé, desapareça     
Levando sua comitiva.
IX
Falhas no transporte público     
Os salários atrasados     
Débito aos fornecedores     
Os bairros abandonados     
Buracos, lixo na rua     
E os turistas assustados.
X
Aquele “velho metrô”     
Aliás, digo atual,     
Pelo andar da carruagem     
É uma obra irreal     
E agora representa     
O seu grande inferno astral!
XI
Será que o senhor conhece     
A Praça da Piedade?     
Pois ali é o coração     
Dos poetas, da cidade     
Mas durante o seu governo     
Tornou-se favelidade.
XII
O Jardim da Piedade     
O antro da poesia     
Transformou-se em favela     
E agora é moradia     
De pedintes e drogados     
Seja noite ou luz do dia.
XIII
Não queira dizer que eu     
Estou criando barulho     
Perceba que o Pelourinho     
Carlos Gomes, 2 de Julho     
Campo Grande, Rua Chile     
Parecem mais um entulho.
XIV
Vá visitar Nazaré,     
Avenida Sete, Barra…     
Veja de perto a desordem     
Todo clima de algazarra.     
Mas cuidado seo Prefeito     
Ali o povo te agarra!
XV
Procure fazer a hora     
Não espere acontecer.     
Mas o senhor é teimoso     
Não dá o braço a torcer     
Sabe que já fracassou     
E não quer reconhecer.
XVI
Esse tal PDDU     
Rima com desarmonia     
Favorece aos empresários     
Vai de encontro à ecologia     
E o IPTU, prefeito,     
Haja tanta carestia!
XVII
Essa troca de partido     
Já virou foi brincadeira     
E o senhor não se dá conta     
Que já está na ribanceira     
Pois devolva a prefeitura     
E volte a morar em Feira.
XVIII
Cadê o trem do subúrbio,     
Não vai mais funcionar?     
O povo da suburbana     
Não aguenta mais penar     
Justamente o eleitor     
Que ajudou você ganhar.
XIX
E a prestação de contas     
O que foi que aconteceu?     
Conte logo essa estória     
O povo não esqueceu.     
O dinheiro foi torrado     
Ou o “gato” então comeu?
XX
A SUCOM já não atende     
Às queixas dos moradores     
Que passam noites insones     
Embaixo dos cobertores     
A sofrer com o barulho     
Dos barzinhos infratores.
XXI
Querido prefeito João     
O senhor caiu no sono:     
Salvador rima com lixo     
Com sujeira e abandono     
Tem cara de favelão     
Parece terra sem dono.
XXII
O senhor é um sortudo     
Conseguiu ser reeleito…     
Tudo isso é brincadeira     
Querido e nobre prefeito     
O maluco aqui sou eu:     
Um eleitor com despeito!
XXIII
O desgaste é tão visível     
Que não dá para enganar.     
Acho que o senhor precisa     
Uma decisão tomar:     
Entregar o cargo agora     
Pra Luiza governar!
XXIV
Pois aqui eu me despeço     
Do Astral Superior     
Desejando paciência     
Ao povo de Salvador:     
O velho Tomé de Sousa     
Com carinho e com amor!
FIM
Salvador, 29/03/2011
Fonte: barretocordel.wordpress.com
 
 
 
Caríssimo poeta Manoel Messias, houve um erro de digitação no meu cordel sobre o prefeito de Salvador. No 3º verso da estrofe VIII, a palavra correta é "colocou" em vez de "colou".
ResponderExcluirSe possível, gostaria que você fizesse essa ratificação.
Conto com a sua colaboração.
Abs do colega Antonio Barreto
Caro poeta Barreto,
ResponderExcluirDesculpe a imprecisão
Também fico mt grato
Pela observação.
Corrigi o dito erro
E fiz a republicação.
O seu trabalho é dos bons
Me traz admiração.