CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Oficina promove valorização do Cordel como instrumento de comunicação popular (Juazeiro, BA)


Oficina promove valorização do Cordel como instrumento de comunicação popularContemplados com o apoio do Projeto Jovens Comunicadores desde 2017, o Coletivo Carrapicho Virtual participou nos dias 29 e 30 de mais uma oficina. Na comunidade de Baraúna, no Vale do Salitre, em Juazeiro (BA), o grupo compartilhou experiências e aprendeu novidades sobre a literatura de cordel.
A oficina contou com a condução do poeta, cordelista e músico Maviael Melo, que trabalhou com as/os jovens técnicas necessárias à produção das poesias rimadas bastante popularizadas no Nordeste brasileiro e cujo nome se origina da exposição de livretos de poesias em varais de cordas.
Maviael destaca o potencial da juventude para abraçar projetos desta natureza e a necessidade de aliar a arte com a formação política, valorizando, sobretudo a cultura local. “O cordel, por ser uma literatura popular e altamente nordestina, e agora um patrimônio imaterial, tem essa vantagem, que é de fácil acesso, todo mundo gosta”, defende o artista ao citar que esse tipo de produção artística pode ser usado como um importante instrumento de comunicação e educação.
Há cinco meses integrando o grupo Carrapicho, Arice Karine já participou de um Intercâmbio e uma oficina promovida pelo Projeto Jovens Comunicadores e avalia a oficina como “uma oportunidade muito importante pra mim. Eu junto com as outras pessoas conseguimos desenvolver os cordéis (...). Eu nunca tinha experimentado fazer um cordel, espero que de agora em diante eu possa escrever... sobre o Salitre, sobre muitas outras coisas”, disse a jovem.
Com uma metodologia apropriada à cada grupo, a oficina provoca as/os jovens a produzirem versos, os quais são elaborados em grupos após algumas noções sobre rima, métrica e conteúdo serem debatidas. O jovem Luiz Eduardo revelou que aprendeu muito nos dois dias de oficina e que para fazer um cordel “não são apenas rimas aleatórias, tem que ter um contexto, uma história por trás daquela rima”.
Temas como agricultura familiar, gênero, política, educação e comunicação, além do próprio Salitre foram explorados na construção dos versos, os quais eram escritos em cartazes decorados pelos jovens e expostos na parede da Associação que sediou a oficina, além de alguns terem sido recitados para a comunidade.

Noite Cultural

Um dos momentos esperados desta oficina foi a “Noite Cultural”, momento de integração do grupo com a comunidade. Ao redor de uma fogueira, cerca de 40 pessoas prestigiaram um sarau que contou com voz e violão e recital dos cordéis produzidos durante a oficina. A participação do artista juazeirense João Sereno, que junto com Maviael Melo animou o público, despertou o interesse de pais e mães dos/das jovens do Carrapicho e demais pessoas da comunidade que avaliaram positivamente o encontro.
O Projeto Jovens Comunicadores é uma iniciativa do Pró-Semiárido, projeto do Governo da Bahia que é executado em 32 municípios baianos. No Território Sertão do São Francisco o Irpaa atualmente acompanha duas turmas, sendo uma delas o Carrapicho que integrou a experiência piloto dos Jovens Comunicadores que deve se firmar enquanto rede de educomunicação no Semiárido.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa
Fonte: https://irpaa.org/noticias/1912/oficina-promove-valorizacao-do-cordel-como-instrumento-de-comunicacao-popular

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