Tinha a casa de Pai Véi.
O meu avô Zé Parente.
Tinha a casa dos Lacerda,
Amarela e imponente.
A de Nequinho e a tapera
Onde residia a gente.
A terra era de João Nunes.
As pedras e o ar também.
Para mim, pequeno infante,
Não pertencia a ninguém.
Só a Deus de quem é tudo
Que este planeta tem.
A memória me resguarda
Vários lugares marcantes.
Sítio Oitis você se lembra
Daquela bela vazante
Que Pai Véi plantou à beira
Do rio mais importante?
Sítio Oitis você se lembra
Do grande pé de cajá
No terreiro de Nequim,
E do açude a sangrar?
Da gente pescando peixe
Nas grotas com landuá?
Sítio Oitis você se lembra
Daquele roceiro Abílio
E sua esposa Maria
Com sua ruma de filho
Subindo e descendo serra
Plantando roça de milho?
Sítio Oitis você se lembra
Daquela santa Maria
Lacerda que em teu caminhos
Deus a enviou um dia
Para recitar seus terços
E rezas com alegria?
Sítio Oitis talvez não lembres.
Acho que estás esquecido.
Acho não: tenho certeza.
Nada disso: ressentido.
Por termos te abandonado.
Revejo tudo caído.
A casa de meu Pai Véi
E outra onde fui criança
Caíram, porém estão
De pé em minha lembrança.
Todo dia passo nelas.
São valorosas heranças.
Assim como as sensações
Do chover à cor do vento.
Todas tem espaço vip
Nos reinos do pensamento.
Meu honrado sítio Oitis
Este humilde verso fiz
Contra teu esquecimento.
Autor: Manoel Messias Belizario Neto
Imagens: Google Imagens
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