Os outros sítios perdoem.
Por favor, não levem a mal.
Porém lhes peço acordem.
Vamos cair na real.
O Aguiar sempre teve
A Laje por capital.
A Laje é a capital
Por puro destinamento.
Você que é de outro sítio
Leia o verso, fique atento.
Veja porque é que a Laje
Ganhou tal merecimento.
A Laje antes de nascida
Já fora predestinada
Por Deus a dar de beber
A quem cruzasse sua estrada.
Profetas gritavam isto
Pelas ruas, nas calçadas.
“Eis que virá uma Laje,
São Francisco de Aguiar,
Que diante de outros sítios
Ela se destacará
E esta sede indigesta
Para sempre matará.
Eis que vira uma Laje
Onde haverá água e mel.
Quando ela nascer da terra
Parecerá mais o céu.
Ela banirá a sede
E seu legado cruel.”
Como ocorreu com Noé
O povo descreditava.
Ficava tudo mangando
Quando o profeta passava.
Apesar do povo incréu
Ele não desanimava.
No ano de mil e nove
Centos e oitenta e seis
A Laje se tornou mar
E a profecia se fez
Cumprida expulsando a sede
Do Aguiar de uma vez.
Pois aquele açude vasto
Tinha maná saboroso.
Águas azuis cristalinas.
Chamaram-no Frutuoso.
A sede não tem mais vez
Em seu terreno arenoso.
Criou-se uma praia imensa
Em torno daquele mar.
Sua beleza atraiu
Gente de todo lugar.
Pessoas do mundo inteiro
Vêm a ele se banhar.
Porque a água do açude
Da laje é abençoada.
Frei Damião tomou banho
Nele numa madrugada.
Por isso com sua água
Toda doença é curada.
Diga se existe outro sítio
Que tem um açude santo.
Cujas serras que o rodeiam
Têm pedra cheia de encanto.
História igual a da Laje
Ninguém conta noutro canto.
Qual é o paraibano
Que não sonha conhecer
A capital de Aguiar,
A Laje, quero dizer.
Quem não visitou a Laje
Não sabe o bom do viver.
Autor: Manoel Messias Belizario Neto
Imagens: Google Maps
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