CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sábado, 27 de abril de 2013

MONTADA NO CAVALO DO CÃO - Por Dalinha Catunda



MONTADA NO CAVALO DO CÃO


Por Dalinha Catunda
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Resolvi dar umas voltas
Pras bandas do meu sertão
Por falta de um bom cavalo
Fui no cavalo do cão
O bicho era tão ligeiro
E com seu jeito lampeiro
Quase me jogou no chão.
*
Eu vi um cachorro d’água
Com seu jeitinho apressado
Ele tentava fugir
Do negro cavalo alado
O cachorrinho com medo
Acabou ganhando o bredo
Pra não ser atropelado.
*
Um rola-bosta errante
Atravessou meu caminho
Avistando a montaria
Foi saindo de mansinho
Bem pertinho d’uma cuia
Ele encontrou uma tuia
E enfiou o seu focinho.
*
O cavalo em disparada,
Arrumava confusão
Esbarrou num Mané magro
Vejam que situação
Só de ver o Bicho-pau
Nas garras dum inseto mau
Sofreu o meu coração.
*
Eu vi a Tiranaboia,
Besouro bem afamado
Para evitar desavenças
Tirando o corpo de lado,
Sem querer ficar aqui
Se mandou pro Piauí
Temendo o endiabrado.
*
O pobre do caga-fogo
Que brilhava noite e dia
Apagou sua lanterna
Que quase sempre luzia
Com medo do furacão
O tal Cavalo do cão
Que comigo se exibia.
*
Eu agradeci a Deus
Quando o dia amanheceu
Estava toda suada
Com tudo que aconteceu
Pois esta minha aventura
Não foi surto de loucura!
Foi somente um sonho meu.
*
                                                                          (Via email)
Imagem da internet


Dalinha Catunda


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