PROJETOS CULTURAIS EM CHARQUEADAS
UMA PARCERIA DA SMED COM O SESC – PORTO ALEGRE
A SMED em parceria com o SESC (Serviço Social do Comércio) prepara exposição de painéis sobre a Literatura de Cordel e coletâneas de textos de autores diversos que produzem esse gênero literário.
A abertura do evento será no dia 6 de maio de 2013, às 9h , na Biblioteca Pública de Charqueadas, migrando, após, para todas as escolas do Ensino Fundamental do município.
Os professores (preferencialmente os de Língua Portuguesa) poderão trabalhar com os alunos este gênero textual, a partir do dia 16 de abril estendendo-se até a exposição do material em suas respectivas escolas.
CRONOGRAMA PARA EXPOSIÇÃO DO MATERIAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS
- E.M.E.F. SÃO MIGUEL - 07/05 a 08/05
- E.M.E.F. MARIA DE LOURDES - 09/05 a 10/05
- E.M.E.F. OTÁVIO REIS - 13/05 a 14/05
- E.M.E.F. PIO XII - 15/05 a 16/05
- E.M.E.F. OCTÁVIO LÁZARO - 17/05 a 20/05
- E.M.E.F. THIETRO ANTÔNIO PIRES - 21/05 a 22/05
- E.M.E.F. HORÁCIO PRATES - 23/05 a 24/05
- E.M.E.F. ARTUR DORNELLES - 27/05 a 28/05
- E.M.E.F. OSMAR HOFF - 29/05 a 30/05
- E.M.E.F. SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 31/05 a 03/06
A Literatura de Cordel é originária de Portugal onde os poetas eram denominados trovadores que, quando declamavam eram acompanhados por uma viola tocada por eles mesmos. Marcando também a cultura da França e da Espanha, o trovadorismo, era cultura apresentada para o povo cantando o amor, seus costumes e acontecimentos da época.
No Brasil, é típica da região Nordeste, a literatura de cordel é uma poesia popular que surgiu primeiramente na oralidade e depois impressa em folhetos rústicos, pendurado para venda por cordões em forma de varal.
VANTAGENS DE SE TRABALHAR COM O GÊNERO CORDEL
Conhecer a literatura de Cordel possibilitará aos alunos uma aproximação com um gênero de texto totalmente vinculado à tradição brasileira e ao contexto onde a mesma está inserida.
O objetivo é fazer com que os alunos compreendam que a escrita e leitura são atividades que atendem diferentes funções;
- Percebam relações entre a linguagem falada e escrita;
- Conheçam uma modalidade oral de literatura:
· Utilizem a linguagem oral com eficácia, sabendo adequá-la a intenções e situações comunicativas que requeiram conversar num grupo, expressar sentimentos e opiniões, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor sobre temas estudados;
· Participem de diferentes situações de comunicação oral, acolhendo e considerando as opiniões alheias e respeitando os diferentes modos de falar;
· Conheçam e reproduzam oralmente histórias de cordel;
· Ampliem o repertório de imagens ao observarem diferentes gravuras de Cordel;
· Valorizem as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação, reconhecendo sua contribuição no processo de constituição da identidade brasileira;
· Reconheçam as qualidades da própria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vivência de cidadania.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
· As professoras separarão os alunos em grupos de oito. Cada grupo tentará criar uma historinha popular que depois será escolhida em votação individual para, em seguida, ser interpretada.
· Os estudantes também farão desenhos que expressem o conceito de xilogravura. Eles terão como apoio a internet e os arquivos localizados no Domínio Público (LINUX), onde há informações - fotos, textos, imagens, vídeos - sobre o tema. A idéia é fazer com que utilizem as gravuras e os textos criados para a apresentação teatral. Um repentista e um mestre da xilogravura serão convidados e darão uma “palhinha”.
· O trabalho no computador pode ser um bom aliado, seja para realizar pesquisas, seja para as situações de reescrita. O uso do computador sugere o trabalho em grupos. Muitos professores podem questionar esta estratégia de se trabalhar em duplas ou mais no computador, pois não é fácil romper o paradigma da ação individual. Porém são necessários critérios para se escolher as equipes, pois alunos que interagem bem em situações mais espontâneas não necessariamente são bons companheiros para trabalhar. Para alguns, sentar-se ao lado daquele que sabe mais é um estímulo e serve de apoio para suas dificuldades, no entanto, para outros é mais uma forma para se acomodar e desviar a atenção, pois sabe que sempre há alguém que fará a tarefa por ele. Ao longo do processo, estas duplas podem ser alteradas buscando sempre uma maior afinação.
· Nas pesquisas o procedimento é o mesmo e o professor pode levantar com o grupo as palavras, frases a serem consultadas mais adequadas para se trazer a informação desejada. Também pode sugerir o assunto a ser pesquisado no site de busca, por exemplo: literatura de cordel ou xilogravura, e juntos professores e alunos selecionam aqueles mais pertinentes, elaborando critérios que apoiem a escolha. Outra forma de trabalho é indicar o site para os alunos e pedir que encontrem informações sobre a história, autor, imagens. Mas atenção: para isto é fundamental que o professor se prepare e faça estas pesquisas previamente a fim de auxiliar os alunos e dar boas indicações, que venham colaborar com a ampliação do universo cultural do grupo.
· Os textos criados, desenhos, fotos e vídeos criados pelos alunos serão postados no blog criado especialmente para esse fim.
TRABALHANDO COM O FILME "O LOBISOMEM E O CORONEL"
Gênero: Animação
Diretor: Elvis K. Figueiredo, Ítalo Cajueiro
Ano: 2002
Duração: 10 min
Cor: Colorido
Bitola: 35mm
País: Brasil
Disponível no Porta Curtas: www.portacurtas.com.br/curtanaescola/Filme.asp?Cod=1518
Aplicabilidades em Educação
A animação “O Lobisomem e o Coronel”, nos apresenta um resgate da oralidade nordestina, deixando claro o quão rica e variada é a cultura brasileira. As obras da literatura de cordel, presentes na tradição do Nordeste do país desde o final do século XIX, são produzidas pelo povo, com preocupação artística de comunicar a realidade com alegria e singeleza, tem com grande difusão popular enquanto arte folclórica. Nessa manifestação o povo canta os costumes, as denúncias, as crenças os personagens reais e imaginários de seu cotidiano.
No trabalho com a Educação de Jovens e Adultos se torna uma importante ferramenta, já que esse gênero tem em sua essência a aproximação com a realidade e interesse de quem o escreve e também pelo seu caráter popular. Em sua escrita, não está em jogo, o uso correto e formal das palavras e sim o quanto o autor conhece sobre o assunto e como brinca com as rimas e frases. Por sua forma de ilustração, a xilogravura, os desenhos tornam-se simplificados, demonstrando seu valor muito mais pela expressividade de seus traços.
O filme pode se tornar o disparador de uma atividade da qual o professor irá proporcionar aos seus alunos a vivência de uma prática literária e artística, valorizando seus conhecimentos anteriores, contribuindo com sua auto-estima e ampliando seu repertório textual e cultural.
Nível de Ensino : Ensino Fundamental II - Educação de Jovens e Adultos
Disciplina(s)/ Temas Transversais: Língua Portuguesa e Artes;
Pluralidade Cultural, diferença de classes
Objetivos de Aprendizagem:
- Apropriar-se do gênero textual da Literatura de Cordel, comparando-o com outras linguagens.
- Produzir textos orais e escritos coesos e coerentes, dentro do gênero proposto.
- Conhecer e expressar-se por meio do desenho utilizando a técnica da xilogravura.
- Assistir o filme com os seguintes pontos de observação:
- Como a história é contada neste filme?
- Você já ouviu alguma história contada desta forma?
- Roda de conversa resgatando os pontos de observação. Nesta conversa é importante que o professor faça outros questionamentos com o intuito de conhecer os conhecimentos prévios dos alunos acerca da literatura de cordel.
- De que região do Brasil vêm este tipo de história?
- Alguém já viu ou comprou literatura de cordel?
- Conhecem alguém que produz este tipo de texto?
- Porque na animação os personagens aparecem chapados (como se fossem de papel)?
Pesquisar (na biblioteca, na Internet) outros textos de cordel. Escolher alguns para leitura e discussão em subgrupos. Tópicos para discussão:
- Observar a estrutura dos textos.
- Quais são os temas abordados.
- A linguagem é diferente da utilizada em outros textos?
- Como o texto é ilustrado? Que tipo de desenho? Como deve ser feito?
- A partir da leitura dos folhetos selecionar as palavras que rimam entre si e listá-las em ordem alfabética por estrofe e acrescentando outras com as mesmas terminações.
- Recortar os versos de diversas estrofes de acordo com o número de pessoas, colocar em um saco ou caixa. Sacudir e distribuir entre os participantes. Eles tentarão montar as estrofes em busca do verso anterior ou posterior que está com outra pessoa. Não importa acertar corretamente, pode-se até criar um novo poema.
- Entregar aos alunos textos de cordéis com lacunas a serem preenchidas , questionando-os sobre a escolha das palavras que completaram o cordel. Após, fazer a leitura do texto original para que comparem com o seu.
- Tripa de rima: distribuir 3 rimas entre os alunos para que escrevam uma sextilha. Ex. OVO
NOVO
POVO
- Pente de rima: distribuir 5 rimas entre os alunos para que escrevam uma septilha. Ex. DENTE
CLIENTE
AUSENTE
ARRAIAL
BANANAL
- Acróstico: com o nome escrito na vertical deve-se escrever um verso começando com cada letra criando também um esquema rítmico.
Ex.
J ornal leio todo dia
O u vejo televisão
T rabalho minha poesia
A través da inspiração
C om você, Franklin Maxado,
E um computador na mão.
- Desafio: em dupla os alunos devem se desafiar a partir de temas com cada um escrevendo uma estrofe: quadra, sextilha, septilha, décima etc.
Ex.
JF – Meu mestre me ensinou
A ser sempre aprendiz
Estar atento a tudo
Que se faz, se vê, se diz.
Abra seu olho, Barreto,
Que vou meter o espeto:
Sua vida está por um triz.
ACOB – Isso que você me diz
È simplesmente ameaça.
Deixe de dizer besteria,
Nunca vou temer pirraça.
Por um triz ta sua vida,
Pra você não tem saída:
Quero ver sua desgraça.
Montar um cartaz coletivo com as características principais do texto de cordel.
Produzir, em subgrupos, um texto de cordel com tema atual ou de interesse do grupo.
Apresentar ao grupo a técnica da xilogravura.
Xilogravura Alternativa
Feita de isopor é prática, bonita, e não fica nada a dever à tradicional. A seguir explicamos o processo passo a passo:
1 – Reaproveite bandejinhas de isopor que embalam frutas, carnes e frios;
2- Com uma caneta esferográfica tipo bic risque no isopor o desenho;
3- Com a matriz pronta cubra-a com uma camada fina de tinta de consistência firme;
4- Vire de uma vez só no lugar da impressão e pressione com firmeza, usando a palma da mão.
A técnica é muito simples. Qualquer um pode fazer em casa. Não exatamente como nos cordéis, mas de um jeito muito parecido. Ao invés de talhar na madeira desenharemos no isopor. A isso damos o nome de litogravura, pois xilo quer dizer madeira. Independentemente da maneira, o importante é realizar as xilogravuras.
Material necessário:
- bandeja de isopor
- espeto de churrasco
- tinta guache
- rolo de espuma para pintura
- Folha de papel
Produzir uma xilogravura para o cordel.
Promover um sarau para apresentação dos cordéis para as outras turmas da Escola e familiares.
Avaliação:
Considerar na produção de texto realizada pelos alunos:
- Coerência e coesão;
- Conhecimento acerca do gênero;
- Considerar no desenvolvimento do trabalho artístico:
- Envolvimento e identificação com o tema proposto;
- Expressão de suas idéias e auto-crítica.
Para saber mais:
Sites:
Wikipédia: Enciclopédia virtual livre, apresenta a história da Xilogravura e links para artistas que trabalham com a técnica.
Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Disponível em: http://www.ablc.com.br/
Teatro de Cordel: site de César Obeid.
Disponível em: http://www.teatrodecordel.com.br/
Fonte: Smedcharqueadas.blogspot.com
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