CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O VERDADEIRO NATAL

                                        AUTOR: AZULÃO

Publicado por Luiz Berto em REPENTES, MOTES E GLOSAS - Pedro Fernando Malta

Peço a Deus Pai Poderoso
Inspiração divinal
Com a mensagem sagrada
Da mansão celestial
Eu vou escrever rimado
O verdadeiro Natal

Natal de Jesus Menino
Templo de amor e bondade
Data santa que registra
O símbolo da cristandade
Que se resume em três coisas
Salvação, paz e verdade

Jesus o Menino Deus
Filho do Pai Criador
Que veio ao mundo tirar
As culpas do pecador
Depositando nos homens
Bondade, paz e amor

Portanto o seu nascimento
É para ser festejado
Com paz e amor ao próximo
Cumprindo o dever sagrado
De remendar o pobre
Faminto e desamparado

O verdadeiro Natal
De Jesus Nosso Senhor
É dar a criança pobre
Amparo consolador
E ter a seu semelhante
Como a si, o mesmo amor

Porém o homem de hoje
De Deus estar muito ausente
Confundindo o seu amor
Com vaidade imponente
E dando a humanidade
Outro Natal diferente

Porque o Natal de hoje
Estar sendo transformado
Em festa, luxo e banquete
Que descristianizado
Toma um sentido contrário
Do que já foi no passado

É este o Natal sem Cristo
Que o homem faz hoje em dia
Movendo festa mundana
Com baile e bebedoria
Transformando a santa festa
Em farra e desarmonia

É este o Natal que tira
A fé no cristianismo
Encarretando família
Para um cenário de abismo
Trocando a festa de Cristo
Por coisas do paganismo

Jesus não ama a riqueza
Grandeza nem burguesia
Não escolheu palacete
Princesa nem fidalguia
Nasceu de uma virgem pobre
Numa manjedoura fria

Portanto o Natal sem Cristo
É rico sem caridade
É moldura sem o quadro
Da originalidade
Que apresenta o enfeite
Porém esconde a verdade

Festa de baile e banquete
Porém sem reunião
De família, em santa paz
Sem missa, sem comunhão
Sem vida espiritual
Sem Cristo no coração

A origem do Natal
É a vinda de Jesus
É a salvação do homem
É o caminho é a luz
A redenção do pecado
Com sua morte na cruz

O Natal é a chegada
Do Salvador inocente
São os pastores louvando
O filho do Onipotente
São os três Magos seguindo
A estrela do Oriente

É a multidão de anjos
Entre as santas criaturas
Entoando os hinos sacros
Com louvores e ternuras
Salve a vinda do Messias
Hosana Deus nas Alturas

É o anjo anunciando
Cristo nasceu em Belém
É a profetiza Ana
Junto a Simeão também
Profetizando o Menino
No templo em Jerusalém

Que adianta uma festa
Em nome da cristandade
Sem missa, sem Deus Menino
Sem amor, sem caridade
Só para ostentar na vida
Opulência e vaidade

Não é brinde nem presente
Nem dança nem festival
Nem ambição por fregueses
No meio comercial
Como vem fazendo em nome
Do Sacratíssimo Natal

Este Natal transformado
Deus contra ele reclama
Porque só estar presente
Grandeza, poder e fama
O rico pisando em ouro
O pobre nadando em lama

Para a criança do rico
Tem berços e cobertores
Alcova refrigerada
Lindos tapetes em cores
E para a criança pobre
Trapos, doenças e dores

Para a salvação do homem
Jesus nasceu em Belém
E ensinou o caminho
Do bom viver, para o bem
Com o direito sagrado
De viver que todos têm

Nossa alma se engrandece
Pela fé e caridade
Cristo em nosso coração
É luz, é boa vontade
De ajudar um ao outro
Ao bem da humanidade

Jesus Cristo veio ao mundo
Para nossa redenção
O homem é o santuário
Que faz sua habitação
Pela fé e caridade
E amor no coração

Aquele que sente a dor
Que seu semelhante sente
É um galho da videira
Que dá bom fruto e semente
Possui Cristo em sua alma
Com um Natal permanente

É este o viver com Cristo
Que o próprio Jesus ensina
O homem nasce pra ser
Um membro da lei divina
E trilhar pelo caminho
Da sua santa doutrina

Então para o homem ter
Este santo seguimento
É ter comunhão com Cristo
Seguindo seu mandamento
Em preparação da alma
Por meio do Advento

Esta palavra Advento
Quer dizer, chegada ou vinda
Que a obra de Jesus
É imortal e infinda
E o que viver pra ele
Espera Jesus ainda

Para o Juízo Final
Vem julgar os pecadores
Porém não para passar
Nem humilhações, nem dores
Vai vir como Rei dos Reis
Como Senhor dos Senhores

Julgará a cada um
Pelo seu merecimento
Do bem ou mal praticado
Exterminando o tormento
E santificando aquele
Que cumpriu seu mandamento

Então devemos fazer
A nossa preparação
Com um Natal permanente
Caridade e comunhão
Pra que todo dia Cristo
Viva em nosso coração

Jesus disse aos seus discípulos
Remindo os necessitados
Dos padecimentos seus
Aquele que dá aos pobres
Está emprestando a Deus

Se te sobra alguma coisa
Não faças por jogar fora
Dai a quem necessitar
Qualquer tempo, dia ou hora
Porque este é o Natal
Que sempre se comemora

De quem pede angustiado
Devemos ouvir a voz
Procurando amenizar
Sua precisão atroz
É este o dever humano
Que tem cada um de nós

Se podemos dar um brinde
A um amigo ou parente
Comemorando o Natal
É júbilo que a alma sente
Na boa intenção de Cristo
Damos aquele presente

Se damos ceia ou festim
A parente ou visitante
Façamos com alegria
Porém o interessante
É saber que é Jesus
O aniversariante

Não devemos enganar
A criancinha inocente
Dizer que Papai Noel
Foi quem lhe trouxe o presente
Porque o que ganhar menos
Fica triste e descontente

Ensinar aos nossos filhos
É nosso dever sagrado
Quem é Jesus, pra que veio
O que é bem, ou pecado
Para evitar a criança
Trilhar o caminho errado

Ensinar o filho amar
Ao pai, à mãe, à irmã
Dando-lhe educação
De uma vida cristã
Para a criança de hoje
Ser o homem de amanhã

Devemos pedir a Deus
Os santos ensinamentos
Para que os nossos filhos
Tenham bons procedimentos
Seguindo a santa doutrina
Dos sagrados mandamentos

Aquele que vive sempre
Zelando o amor divino
Unindo a seu semelhante
Lealmente em seu destino
Ajuda sempre a fazer
O Natal de Deus Menino.

Texto, Imagem

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