Edilberto Cipriano de Brito entra para o RankBrasil por escrever “Bazófias de um cantador pai dégua”
O músico e escritor Edilberto Cipriano de Brito, conhecido por Beto Brito, da cidade de João Pessoa – PB, demorou 900 dias para escrever o maior cordel do Brasil, intitulado “Bazófias de um cantador pai dégua”. São aproximadamente 271.620 caracteres, 1.400 estrofes sem septilha, 384 páginas e 8.400 rimas.
Beto Brito, que nasceu em Santo Antonio de Lisboa, cidade do interior do Piauí, tem 14 anos de carreira, desde o seu primeiro disco “Visões 1996”. Ele já escreveu cerca de quarenta cordéis no tamanho e formas tradicionais, alguns editados em livro, como “Sabedoria popular” e “Lendas do folclore popular”.
Quando o recordista começou a escrever “Bazófias”, a intenção era criar um cordel tradicional. “Porém, passaram seis meses e eu não havia concluído. Então descobri que este cordel poderia ser infinito, ou enquanto minha cabeça conseguisse construir estas situações. Quando percebi, já tinha escrito cerca de oitocentas estrofes”, lembra.
Foi então que Beto Brito começou a pesquisar se existia outro cordel naquela dimensão. “Descobri uma obra de Severino Aboiador, que tinha aproximadamente oitocentos versos”, diz. O recordista decidiu então continuar escrevendo, até que chegou a um número de estrofes, onde não encontrou nenhum título do mesmo tamanho: “Daí me dei conta de que tinha escrito o maior cordel do Brasil”.
Para o recordista, o RankBrasil provoca desafios. “Eu gosto de desafios. Ver minha obra publicada nesta conceituada empresa, enobrece-me calcifica meus ossos, ilumina meu cérebro e me dá forças para caminhar no rumo de encarar outros desafios, que por ventura, sejam feitos a este bardo poeta da lira cordeliana”.
Finalidade
A principal finalidade do maior cordel do Brasil, segundo Beto Brito, é chamar a atenção de todas as instituições, principalmente as de ensino: “O cordel tem uma importância gigantesca na formação cultural desta região. O folheto, como era originalmente chamado, teve um papel fundamental na educação de milhares de pessoas, entre elas, incontáveis poetas, compositores e habitantes excluídos das escolas do nordeste”.
De acordo com o recordista, “o cordel é uma cultura genuína, que atravessa gerações e chega aos dias de hoje ao lado de todas as formas de mídia contemporânea, com fôlego bastante para sobreviver a todas as intempéries da tecnologia universal”.
A Editora Construir, através do selo “Prazer de Ler”, já topou bancar o projeto junto com o recordista e editou “Bazófias”.
Agradecimentos
Pela conquista do recorde, Beto Brito agradece “ao amigo Pedro Tavares, que demonstrou coragem na publicação da obra; à família, pela paciência de me ver em centenas de tardes e noites debruçado no projeto; aos deuses de minhas orações; ao povo da Paraíba, que me acolheu; e aos conterrâneos piauienses, pelo símbolo da resistência física na luta pela vida, que tem todos os povos nordestinos.
Dificuldades e próximo passo
Beto Brito confessa que teve dificuldades em criar uma literatura tão longa e que fizesse sentido. “As estrofes não são, necessariamente, uma seqüência, em que uma dependa da outra, mas sim, um complemento entre si. O leitor pode abrir em qualquer página e iniciar a leitura”, conta.
O próximo passo, segundo o recordista, é escrever o capítulo dois das “Bazófias”. “O capítulo um tem mil e quatrocentas estrofes, mas ainda não estou satisfeito, como digo em uma de minhas bazófias: Cria dos quatro elementos, terra fogo, água e ar, porém não tô satisfeito, quero me complementar com todo hélio do sol, hidrogênio e metanol, só pra ver no que vai dar...”.
Redação: Fátima Pires
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