A chuva quebra o silêncio
C/ seu cantar majestoso.
O vento ditando as notas.
Um maestro perigoso
Q/ quando eleva a batuta
Soa um trovão tenebroso.
O vento e a chuva juntos
Numa madrugada fria
Unem os corpos dos casais
C/ a sua sinfonia.
P/seduzir a chuva
O vento logo assovia.
Porém se a chuva apresenta
Desculpas esfarrapadas
Negando o amor ao vento
Este sopra uma rajada
De ar sobre o seu caminho.
Vira uma fera indomada.
A chuva por sua vez
Para acalmar o vento
Solta orvalhinhos cheirosos
Sobre as folhas do relento.
O vento vai se acalmando.
Diminui o movimento.
Porém se o vento ficar
Tempos sem fazer amor.
Se transforma em furacão.
Em tornado arrasador.
Nenhuma chuva ou neblina
Aplacam o seu calor
A chuva também não pode
Demorar desassistida
Senão chove sem parar
E feito fera ferida
Se transforma em dilúvio
Ameaçador da vida.
Manoel Messias Belizario Neto
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