CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sábado, 25 de agosto de 2018

Projeto leva alunos a criarem sua própria literatura de cordel (Parnamirim, RN)


O CORDEL EM SALA DE AULA É DESENVOLVIDO HÁ 12 ANOS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO PÚBLICO DE PARNAMIRIM

Neste Dia do Folclore (22), os alunos da Escola Municipal Prof. Edmo Pinheiro Pinto, em Cajupiranga, estão celebrando o encerramento do projeto “Cordel em Sala de Aula”, conduzido pelo membro e sócio-fundador da Academia Norte-riograndense de Literatura de Cordel, professor José Acaci.
Para Ana Lúcia Maciel, titular da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC), a literatura de cordel é uma expressão muito forte da cultura nordestina, mas seu alcance é ilimitado. “O cordel exalta vivências do cotidiano com um ritmo e uma beleza muito próprios, dentro da diversidade da arte e da literatura brasileira, atraindo alunos para uma experiência literária muito próxima de suas realidades”, disse.
O cordelista José Acaci afirma que, de fato, por meio do projeto “Cordel em Sala de Aula”, os alunos passam a ler, apreciar e produzir cordéis que aproximam a música nordestina e a cultura popular da realidade de cada um deles. “Seu principal objetivo é incentivar o prazer no hábito da leitura”, destacou.
Quando o “Cordel em Sala de Aula” toma o espaço escolar, se amplia a voz, o movimento e  os sons nordestinos, seja no violão ou nas rimas, em torno do aprendizado dos alunos. “Eu descobri o cordel, passei a entender melhor o que ele significa e até escrevi o meu próprio”, disse, todo feliz, o aluno João Gabriel, 10 anos, do 5º Ano A.
De fato, as paredes do pátio da Escola Edmo Pinheiro tomaram mais vida com a exposição dos cordéis que os alunos produziram, além da exposição do resultado das oficinas de xilogravura.
“O que fica deste projeto é o aprendizado sobre o universo literário, que alcança não somente os alunos, como aos professores, inclusive a mim, que sou apreciadora da literatura de cordel”, disse a professora Ilberlânia Alves.
O gestor Luciano Leite, da Escola Edmo Pinheiro, parabenizou os alunos pelo envolvimento com o “Cordel na Sala de Aula”. “Hoje ficamos especialmente felizes em ver a produção literária que é fruto desse investimento ao longo do semestre”, disse o gestor.
Para Ailde Carneiro, coordenadora pedagógica da Escola Edmo Pinheiro, o projeto “Cordel em Sala de Aula” impactou positivamente a produção textual, a imaginação e o vocabulário dos alunos participantes. “Tudo isso a partir da beleza trazida pelo universo do cordel”, disse a coordenadora.
E a celebração do “Cordel em Sala de Aula” se fez em versos cheios de ludicidade e força. Teve música? Sempre tem, é um festival de alegria. Teve rima? Ora, se teve! Tudo improvisado, na hora. Os alunos de um lado, o cordelista do outro, contruindo versos espontaneamente. Foi uma animação só.
E teve cordel? Ora, não poderia faltar, a grande estrela. Como nos versos de Maria Clara, do 5º Ano, que encerram o registro dessa celebração: “Vou falar sobre uma arte/ conhecida por cordel/ É cultura nordestina/ É estrofe no papel / Que faz o povo cantar / E o poeta é menestrel!
PROJETO FEZ A LITERATURA DE CORDEL SE TORNAR TRADIÇÃO NAS ESCOLAS DE PARNAMIRIM
“O Professor Acaci /cumpre bem o seu papel / tocando seu violão/ é um grande menestrel/ ele é meu professor/ que me ensina o cordel” (Letícia Gomes, 5º A – Esc. Edmo Pinheiro)
O Cordel em Sala de Aula é desenvolvido há 12 anos nas escolas municipais de ensino público de Parnamirim, sendo conduzido semestralmente pelo professor José Acaci. Devido à grande aceitação da ideia na escola pública, seu criador já foi convidado para apresentá-lo em outros estados do Brasil, onde foi igualmente festejado e reconhecido.
No encerramento do projeto hoje (22), na Escola Edmo Pinheiro, os alunos que tiveram maior destaque foram premiados com o livro “Conselhos para a Juventude”, do professor Acaci. E toda a comunidade escolar ganhou a produção coletiva dos alunos, resultado do projeto na escola.
Fonte: https://blog.flaviomarinho.com.br

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