CORDEL PARAÍBA

**

Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



sábado, 13 de novembro de 2010

VELÓRIO NO SERTÃO (VERSO I)

 

Na sala jaz os parentes
Rodeando o caixão.
Comentam o que foi a vida
Daquele ser com emoção.
O sítio inteiro aparece
Com olhos de compaixão.

Os filhos homens tristonhos
Recebem os conhecidos.
Explicam para os compadres
Como foi o ocorrido.
Outros arrumam papéis
Do enterro a ser seguido.

As mulheres estas choram
Lamentando a ocorrência.
Um choro que vara a alma
O qual recebe a clemência
Das comadres que as abraçam
Com um ar de paciência.

A filha grita “ô meu Deus
Porque isto aconteceu?
Ô minha Nossa Senhora
Porque minha mãe morreu
Acabou-se nesta Terra
O ser melhor que viveu.”

Entre soluços lamenta:
”Ô mãe,por favor levanta.
Minha mãezinha querida
Só você a vida encanta.
Como é que eu vou viver
Sem o calor de tua manta?”

Aquele lamento envolve
As sentinelas presentes.
As mulheres todas choram
Os homens sérios somente,
Mas por dentro estão em pranto
Silenciam amargamente.

(continua...)

Manoel Messias Belizario Neto

Imagem da internet

2 comentários:

  1. que Deus ilumine seus caminhos e conforte os nossos coraçoes amem

    ResponderExcluir
  2. gostei muito desse cordel, parabéns é bem assim mesmo!

    ResponderExcluir